Facção neonazista Nova Ordem de Avis-Resistência Nacional afirma criação de milícia de extrema direita para “caçar os antifascistas”
Por: CSP Conlutas
A polícia portuguesa investiga as ameaças de morte de grupos radicais supremacistas contra três deputadas e outros sete ativistas de movimentos antirracistas e antifascistas.
As graves intimidações foram enviadas por email, na noite de 11 para 12 de agosto, endereçadas ao ativista Danilo Moreira, militante do Em Luta e dirigente do Sindicato dos Trabalhadores de Call-center, que mantém estreito relacionamento com a CSP-Conlutas, as deputadas Beatriz Gomes Dias, Mariana Mortágua e Joacine Katar Moreira, o dirigente do SOS Racismo Mamadou Ba, o dirigente do MAS, Vasco Santos, e outros militantes de grupos antifascistas e antirracistas.
As ameaças se deram dias após uma manifestação criminosa de ódio ser realizada, em 7 de Agosto, em frente à sede da organização SOS Racismo, ao estilo Ku Klux Klan, com algumas dezenas de pessoas utilizando máscaras e segurando tochas, com o objetivo claro de intimidar as lutas dos movimentos que combatem essas expressões supremacistas, nacionalistas e fascistas. A sede da entidade antirracismo foi pichada com a frase “guerra aos inimigos da minha terra”.
De acordo com a publicação da reportagem da Folha de S. Paulo, “apesar de uma capacidade diminuída de mobilizar seguidores e membros, o grupo organizou encontro de diretores em Sintra e, em março, reuniu em Lisboa diferentes gerações de skinheads, incluindo veteranos militantes do extinto Movimento de Ação Nacional”.
Mamadou Ba afirmou em entrevista que “há um ressurgimento de um nacionalismo retrógrado e racista”, baseado do ideal de um país colonial da época imperial portuguesa.
O jornal O Globo divulgou parte do conteúdo da intimidação em que o grupo impõe “um prazo de 48 horas para que os dirigentes antifascistas e antirracistas incluídos nesta lista renunciem às suas funções políticas e saiam do território nacional”.
A ameaça se torna ainda mais contundente ao concluir que, “passado este prazo, tomaremos medidas contra eles e contra suas famílias para garantir a segurança do povo português”, afirmando ainda que “agosto será o mês do ressurgimento nacionalista”.
Crime racista – o ator negro português Bruno Candé, de 39 anos e de origem guineense, foi assassinado a tiros em 25/7, na região de Moscavide em Portugal.
Diversos protestos contra o assassinato de Candé foram realizados em várias cidades, incluindo algumas das principais como Lisboa, Coimbra, Porto e Braga.
Solidariedade – Desde aqui do Brasil, a Central Sindical e Popular CSP-Conlutas e seus Sindicatos, movimentos e entidades filiados abaixo assinados, repudiam veementemente estas ameaças e expressam a solidariedade a todos os ameaçados.
O Governo PS de Costa, que diz defender a democracia e tem uma história na luta contra a ditadura portuguesa, tem que punir imediatamente estas organizações, bem como as suas ramificações dentro da Polícia – o Governo português é responsável, hoje, pela vida e integridade física destas dez lideranças e ativistas, e tem que acabar de uma vez por todas com a impunidade que dá espaço à atuação criminosa destas organizações.
Solicitamos aos Sindicatos, movimentos e entidades de base da Central que enviem a moção disponível em [PDF AQUI] para embaixada e consulados de Portugal no Brasil [ e-mails abaixo].
A classe trabalhadora e as suas organizações, bem todos aqueles que defendem às liberdades democráticas não podem ficar indiferentes diante do avanço da atuação destas organizações. Este é um problema que diz respeito a todos os trabalhadores. – Repúdio a qualquer ameaça dos grupos neonazistas! Solidariedade com todos os ameaçados! – Investigação e punição imediata dos responsáveis!
E-mails:
embaixadadeportugal@embaixadadeportugal.org.br
brasilia@mne.pt
riojaneiro@mne.pt
consulado.saopaulo@mne.pt
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