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sexta-feira, abril 26, 2024

Obama continua a guerra de Bush contra os imigrantes

“Após muitas declarações do Presidente Obama prometendo que moderaria a dura política de Bush, na aplicação das políticas contra os imigrantes, sua administração está levando a cabo uma estratégia agressiva para pulverizar a imigração ilegal que se apóia majoritariamente nos programas que iniciou seu predecessor.” É desta maneira que o New York Times descreve, na sua edição de 4 de agosto de 2009, o programa de Obama para os imigrantes.

 

A parte a militarização da fronteira mexicana, os programas de Obama para perseguir os imigrantes parecem ser um inofensivo expediente administrativo: “287(g)”, “e-verify”, “I-9”. Mas não o são.

 

A medida “287(g)” dá mais poder à polícia local, à do condado e à do estado para aplicar a lei de imigração: isto é para deter os ilegais e deportá-los. Joe Arpaio, o sheriff de Maricopa (Arizona) está utilizando esta expansão de seus poderes legais para reativar sua notória perseguição contra os imigrantes.

 

O “E-verify” é um programa de informática que verifica a validade do número de seguridade social. Agora, as 170.000 empresas que tem contratos com o governo federal têm que verificar os números de seus atuais e novos empregados. Para as demais empresas, o sistema de verificação está disponível, mas não é obrigatório.

 

O “I-9” é uma espécie de batida eletrônica. Mais de 600 empresas foram identificadas eletronicamente por ter grandes números de imigrantes, e por isso agora estão sob inspeção. Por exemplo, 260 trabalhadores da Farm Hill (Los Angeles) foram demitidos por causa destas verificações.

 

Os representantes do governo Obama asseguram que a aplicação de tais medidas é necessária para que se possa iniciar nos próximos meses, a Reforma da Imigração. Esta reforma não tem como objetivo garantir direitos aos imigrantes. Ao contrário, a via legal para adquirir a cidadania vai estar cheia de obstáculos: conhecimento obrigatório do inglês, multas para imigrantes “ilegais” quando forem à fila para a legalização. A reforma será levada a cabo para prover a necessária mão de obra barata às grandes empresas, através dos programas de vistos de trabalho temporário.

 

Os barulhentos da direita política junto com os meios de comunicação estão brigando como nunca por lançar na ilegalidade todos os imigrantes. Sua hipocrisia oculta quem lhes patrocina: as multinacionais e os latifundiários que se beneficiam desta barata mão de obra “ilegal”.

 

As organizações de direitos humanos estão acusando Obama de aplicar critérios raciais na busca de “ilegais” (tendo os latinos como seu principal alvo) e na verificação dos números da Seguridade Social. Também mencionam a falta de humanidade dos centros de retenção e de seus administradores como Joe Arpaio. Todas essas preocupações são reais, mas a principal questão a ser resolvida é: os imigrantes têm ou não o direito a cidadania?

 

A Voz dos Trabalhadores [1] luta pela legalização de todos. Todos os trabalhadores contribuem à riqueza deste país. Portanto, deveriam ter o direito de decidir o destino de toda esta riqueza como cidadãos. Este direito remonta à origem mesma dos Estados Unidos, que é uma nação de imigrantes. Nós defendemos o legado da Revolução Russa que deu a cidadania a todos os trabalhadores, sem importar seu país de origem ou o de seus pais, e também lutamos por um mundo sem fronteiras.

 

É tempo de voltar às ruas!

 

Os trabalhadores de Farm Hill estão mostrando o caminho. Formaram um conselho de trabalhadores e estão chamando todos os imigrantes, associações de direitos humanos, sindicatos, igrejas e partidos para reconstruir a imensa mobilização que parou a reforma Sensenbrenner em 2006. Essa é a única maneira de frear o ataque de Obama aos imigrantes.

 

A Voz dos Trabalhadores apóia os trabalhadores de Farm Hill e fazemos nosso, seu chamado e sua luta. Conclamamos à AFL-CIO [2], e a Change to Win [3] em especial, a que rompam com o Partido Democrata e se ponham à cabeça da mobilização. A maioria dos imigrantes são trabalhadores e os sindicatos devem ser os campeões dos direitos dos imigrantes. Os imigrantes têm que agrupar seus companheiros de trabalho e pedir a seu respectivo sindicato que mobilize a base e que leve a luta às ruas.

Leia o chamado dos trabalhadores de Farm Hill: http://www.immigrationcoalition.org/ “t” _blank

 

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NT:

[1] A Voz dos Trabalhadores – nome do jornal publicado pelos militantes da LIT-QI nos EUA;

[2] A Federação Americana do Trabalho e Congresso das Organizações Industriais (American Federation of Labor and Congress of Industrial Organizations), conhecida por sua sigla AFL-CIO, é a maior central operária dos EUA e Canadá. Formada em 1955 pela fusão da AFL (1886) com a CIO (1935). É composta por 54 federações nacionais e internacionais de sindicatos dos Estados Unidos e do Canadá que juntos representam mais de 10 milhões de trabalhadores. É membro da Confederação Internacional das Organizações Sindicais Livres;

[3] Change to Win – é um movimento nacional liderado por sete sindicatos de trabalhadores americanos, com seis milhões de membros, formada em 2005, em alternativa a AFL-CIO.

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