O Partido dos Trabalhadores (PT) rechaça e repudia, com indignação e firmeza, o golpe que significou o julgamento político realizado hoje no Senado – apoiado e patrocinado pela direita tradicional de nosso país –, que terminou com a destituição de Lugo e a designação de Federico Franco como presidente.
Reafirmamos que o Parlamento Nacional, uma verdadeira cova de bandidos, não representa o povo trabalhador e não tem a mínima autoridade política nem moral para destituir uma pessoa que foi designada pela maioria do povo, pela via das eleições gerais, para exercer o cargo de Presidente da República. Reafirmamos nossa posição de que Lugo merecia ser julgado e destituído, mas pela vontade popular, não por parlamentares desertores e antipopulares. Lugo foi eleito pela maioria do povo por meio das eleições e é esse mesmo povo quem deveria destituí-lo.
O PT não reconhece o governo de Federico Franco por ser ilegal e ilegítimo e imposto por um golpe parlamentar. É um governo que surge de uma violação a princípios democráticos básicos. Também repudia todos os partidos que decidiram levar adiante esta farsa: o Partido Liberal Radical Autêntico, o Partido Colorado, o Partido Pátria Querida, o Partido Unace e o Partido Democrático Popular.
{module Propaganda 30 anos}Instamos todas as organizações políticas e sociais que se considerem democráticas a que rechacem e não reconheçam o novo governo, e repudiem os partidos golpistas, no marco da defesa das liberdades públicas de organização e mobilização, assim como da completa vigência das garantias constitucionais básicas.
É necessário frisar que este golpe não passa de uma crônica de uma tragédia anunciada por completa responsabilidade da política de “vamos enganar e utilizar a direita”, “vamos nos aliar aos setores democráticos dos partidos capitalistas para acumular e avançar”, e a enganação massiva que significou o “poncho juru”, que desarmou o movimento de massas, criando as condições para o presente golpe. Esta política é de total responsabilidade de Lugo e das esquerdas luguistas, que terminaram rejeitados por seus “aliados” políticos.
Acreditamos que, com organização e mobilização, devemos exigir a urgente convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte, democrática e soberana, que reorganize nossa nação sobre novas bases que assegure terra, pão, trabalho, soberania e liberdade para todo o povo paraguaio.
Em prol desse objetivo, chamamos todas as organizações sociais e políticas de esquerda a trabalharmos juntos, em unidade de ação, orientada para a construção de um grande movimento da classe trabalhadora, que rompa definitivamente com a inútil política de aliança com os setores “progressistas e democráticos” da burguesia, e que projete um governo operário, camponês e popular.
Comitê Executivo Nacional
Partido dos Trabalhadores
22 de junho de 2012
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