sáb abr 20, 2024
sábado, abril 20, 2024

8 de março nos EUA: Unifiquemos as lutas pelos direitos das mulheres!

O governo Trump continua atacando os trabalhadores, mulheres, trans, imigrantes e servidores federais. A nomeação de Kavanaugh, um juiz com acusações ainda pendentes de assédio sexual, à Suprema Corte no último ano é somente a ponta do iceberg. Não podemos esperar que as eleições ou a eleição de mulheres liberais mudem este caminho. Precisamos construir um movimento independente próprio.

Por: La Voz de los Trabajadores – EUA

Hoje marchamos, amanhã entramos em greve

Todos nós recordamos o dia 21 de janeiro como a maior mobilização na história dos EUA. Milhões tomaram as ruas em 2017 e 2018. Desta maneira, as mulheres influenciaram o debate político e aumentaram a visibilidade das demandas de gênero.

Os ataques violentos do governo Trump e das forças de direita que o apoiam somente podem ser derrotados nas ruas. Já não é suficiente “demonstrar” nossa resistência: precisamos colocá-la em prática por meio de ações de massa. Trump está acelerando o ataque, que se iniciou há 15 anos, contra o direito ao aborto, expandindo os ataques contra os direitos das trans, deteriorando o acesso a moradias acessíveis e de qualidade e aterrorizando comunidades por meio do aumento da repressão estatal.

A única forma de reverter este curso é canalizar nossas energias em uma ação política unificada – necessitamos continuar realizando ações nas ruas e construindo amplas frentes com sindicatos, grupos de imigrantes e comunidades não brancas.

Os professores de Los Angeles mostram o caminho

As mulheres constituem a ampla maioria dos professores. Neste ano, assim como no ano passado, as mulheres estão mostrando o caminho, ao desenvolver outra rodada impressionante de greves de professores. United Teachers Los Angeles (Professores Unidos de Los Angeles, em tradução livre; UTLA) é o segundo maior distrito escolar do país e representa ao redor de 33 mil trabalhadores, com 600 mil estudantes. A greve atual não se refere apenas à qualidade da educação pública, mas também à visibilidade e valorização do trabalho necessário realizado por mulheres – o trabalho de reprodução social.

Por muito tempo, a tarefa de preparar as futuras gerações de trabalhadores por meio da educação pública foi financiada com menos recursos que o necessário. Salas com muitos alunos, salários baixos para os professores, retirada de financiamento para artes e atividades extracurriculares e contratação de menos trabalhadores de enfermagem e aconselhamento do que é preciso são um peso não apenas para quem trabalha nas escolas públicas, mas causam danos às famílias trabalhadoras e às crianças.

Os professores em greve por melhores salários, que se adequem ao sempre crescente custo de vida, também estão protestando contra essas condições. Os professores em Oakland, irritados com situações similares em suas comunidades e inspirados pelas ações adotadas pelo UTLA, organizaram um dia de protestos em 10 de janeiro e sinalizaram que os professores estão prontos para uma luta contínua.

Construamos um 8 de março de luta de classe

Há um verdadeiro interesse e necessidade de se organizar pelos direitos das mulheres. Após a marcha de mulheres deste ano, o dia internacional da mulher representa outra oportunidade de construir um movimento capaz de questionar os ataques atuais contra as mulheres trabalhadoras e nossas comunidades. O resultado das greves da educação pública pelo país demonstrou que mesmo poucos dias de ação independente de massas pode conquistar mais pela classe trabalhadora do que décadas de lobby e campanhas eleitorais.

O que precisamos agora, mais do que nunca, é a organização de base nos locais de trabalho, escolas e bairros para questionar o feminismo corporativo das organizações dominantes e para derrotar os terrores do governo Trump. Coalizões locais de grupos sindicais, comunitários e estudantis para construir protestos e, onde for possível, greves em apoio a um feminismo dos 99% – um feminismo contra a guerra e o terror de estado, contra os despejos e os ataques às moradias populares e contra a transfobia; um feminismo que apoie que as negociações salariais de todos ocorram com representação sindical, bem como apoie todas as lutas contra a opressão e a exploração; um feminismo que esteja enraizado na classe trabalhadora como um todo e na solidariedade.

Tradução: Isa Pérez

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