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Portugal

Governo Montenegro: o reformismo liberal e conservador ao serviço do grande capital

Volta Nacional. 24 de Fevereiro de 2024
agosto 8, 2024

Em três meses o governo de Montenegro tem-se dedicado a implementar rápidas reformas ao serviço dos interesses dos capitalistas, piscando o olho ora ao Chega, ora ao PS.

Por: Em Luta – Portugal

O novo Aeroporto de Lisboa, apesar do seu alto custo e impacto ambiental, foi uma das primeiras decisões, ao serviço dos grandes senhores do Turismo. Também pôs fim às limitações já insuficientes ao Alojamento Local. As consequências são o agravamento da crise na habitação, a crescente precariedade laboral e a destruição ambiental. Depois do PS ter construído as cidades para ricos, Montenegro consegue acentuar ainda mais esse processo.

As suas medidas para a juventude vão favorecer os mais ricos, enquanto que a  maioria, que ganha até 1000€, continuará sem acesso a uma habitação digna.

Aos professores, deram “a cenoura” (muito parcial) da recuperação de serviço, mas deixou de fora aqueles em final de carreira. Já o plano para a falta de professores não resolve a situação, pois assenta nos – já exaustos – professores reformados, ao invés de atrair novos professores com estabilidade e evolução na carreira.

Na saúde, o governo aposta no recurso e fortalecimento do privado e na sua equiparação ao público, acentuando a destruição do SNS e consequente agravamento das desigualdades no acesso à saúde.

O PSD aposta nos ataques aos imigrantes e prepara novas medidas laborais, com os patrões a pedirem o retorno do banco de horas individual. Também a política do Ministro dos Negócios Estrangeiros contra o reconhecimento do Estado da Palestina ou do genocídio em Gaza mostra bem o caráter do governo.

Muda o governo, mas não acaba a crise política e social. O sistema está podre e estes governantes são os seus gestores. O tráfico de influências na questão das gémeas mostra que a forma de acabar com estes esquemas é reforçar o setor público sob o controlo dos trabalhadores, como única forma de acabar com esquemas de corrupção, banalizados no privado. Um rumo oposto ao que propõe a direita e a extrema-direita. Nós não precisamos de um país mais elitista, conservador e repressivo. Precisamos de cerrar fileiras contra as medidas do governo alinhadas com as da União Europeia, reorganizando a resistência da classe trabalhadora e dos setores oprimidos.

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