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domingo, maio 26, 2024

Recordando Clara Zetkin

Em 5 de julho de 1857 nasceu na Alemanha uma revolucionária incansável: Clara Zetkin, defensora de primeira linha dos direitos das mulheres, junto com suas companheiras de partido Rosa Luxemburgo, Alexandra Kollontai, Iness Armand entre outras.
 
Em 1907 colaborou com a organização do Congresso Internacional Socialista de Mulheres. Três anos depois, em 1910, propôs que se escolhesse um dia que unificasse a luta das mulheres em todo o mundo, e assim na II Conferência de Mulheres Socialistas nasce o 8 de março, Dia Internacional das Mulheres Trabalhadoras, em homenagem às operárias texteis que haviam sido queimadas por seu patrão em uma fábrica de Nova Iorque.
 
No final do século XIX e início do século XX se dão as primeiras mobilizações de mulheres pelo direito ao voto. Apoiada no marxismo, Zetkin aborda o tema da situação da mulher desde a ótica do materialismo histórico, dando-lhe uma perspectiva classista.
 
Em seu discurso “A contribuição da mulher proletária é indispensável para a vitória do socialismo”, pronunciado no Congresso de Ghota do Partido Social Democrata Alemão, em 16 de outubro de 1896, diz: “A mulher proletária combate ombro a ombro com o homem de sua classe contra a sociedade capitalista (…) ainda que as mulheres consigam a igualdade política, nada muda na relação de forças. A mulher proletária se coloca como parte do proletariado e a burguesa como parte da burguesia. Não nos deixamos enganar pelas tendências socialistas no seio do movimento feminino burguês: se manifestarão enquanto as mulheres se sintam oprimidas, mas nada além disso (…) A incluso das grandes massas de mulheres proletárias na luta de libertação do proletariado é uma premissa necessária para a vitória das ideias socialistas.”
 
Em cada passo que dava, defendia a unidade de homens e mulheres contra o capitalismo, pelo resgate das mulheres trabalhadoras das tendências burguesas no seio do movimento feminista, integrando-as no partido revolucionário, única ferramenta capaz de lutar pelo socialismo, o que equivale à emancipação de homens e mulheres.
 
Iniciada a Primeira Guerra Mundial, se uniu à Rosa Luxemburgo na Liga dos Espartacos, contra o revisionismo de Eduard Bernstein, adotado pelo Partido Socialdemocrata Alemão, que deu seu apoio à guerra. Com a posterior ascensão do Nazismo, o Partido Comunista foi posto na ilegalidade e Clara se exilou na União Soviética. Morreu em 20 de junho de 1933 em Moscou, com 76 anos. Hoje seu pensamento e aportes seguem sendo um pilar fundamental em nossos partidos. Prova disso é que a Liga Internacional dos Trabalhadores (LIT-QI) é uma corrente de combate permanente ao machismo e à exploração da mulher.

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