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México

Matamoros: operário assassinado enquanto cresce a repressão aos grevistas

abril 9, 2019

Patricio de La Cruz Marcos, um jovem de 25 anos da fábrica  Autoliv, foi assassinado. Seu corpo sem vida foi encontrado no sábado, 30 de março. A mídia local e redes sociais que apoiam os trabalhadores espalham a notícia, entrevistando seu irmão Fredy e outros membros da família, que pedem ajuda para juntar 35 mil pesos que eles têm que pagar para levar o corpo à Veracruz, sua terra natal.

Por: CST-México

Várias testemunhas, que dizem ter visto quando ele foi espancado pela polícia estadual, não se atrevem a fazer a denúncia. Patricio e Fredy chegaram há alguns anos para trabalhar nas maquiladoras. Fredy e sua família se aproximaram do acampamento de grevistas da Coca-Cola, hoje um centro de reunião e difusão  da resistência do ativismo em luta, para apelar para a solidariedade do povo trabalhador matamorense. Juan Luis Gaitan, porta-voz e líder da greve da Coca-Cola expressou a necessidade de organizar a autodefesa operária para evitar esses ataques ante a total desconfiança de que vá prosperar as “investigações das autoridades”.

Este assassinato é parte da repressão liderada pelo governador Cabeza de Vaca, para defender os interesses e ditames dos patrões imperialistas instalados neste estado, na fronteira. Mas é claro que esta fúria assassina está relacionada com a brutalidade que mostraram os gerentes e chefes da Coca-Cola  e também das fábricas Mecalux, FluxMetals, Agroquímicos e  Avanços Científicos por parte de um exército de polícia estadual e de choque para impedir violentamente os piquetes dos operários. Uma das empresas expressou que estava disposta a aceitar a reivindicação. Mas o pacto entre patronal e governo foi mais forte e se recusaram a assiná-lo.

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Não temos dúvidas de que esse complô antioperário não é apenas em nível estadual, mas também em nível federal. E que o governo está mais preocupado com o interesse dos “investidores” e a “paz trabalhista” a qualquer preço do que pela justiça das reivindicações dos operários. Há indícios sobrando: reuniões privadas do presidente com o chefe máximo da CTM, viagens da Secretaria de governo para se reunir com o carrasco governador Cabeza de Vaca, desconhecimento das greves e a indiferença e passividade diante das cerca de 5.000 demissões de operários, por parte das Secretarias de Trabalho Local e Federal … O que mais é necessário para ver de que lado eles estão?

São lutas heroicas que duram mais de 70 dias, surgidas das bases, superando os burocratas sindicais vendidos. Propõem-se a uma organização sindical independente. Os operários de Matamoros são uma chama que marca o caminho para o resto da classe operária mexicana. É por isso que a classe capitalista e os governos que a servem, incluindo o governo que se diz da “Quarta Transformação”, querem liquidar o mais cedo possível este movimento que é um pesadelo para os donos de poder e do dinheiro em ambos os lados da fronteira com os Estados Unidos. Porque os operários em sua luta heroica estão apontando pouco a pouco para o que é a verdadeira Transformação necessária e qual é o governo que o México precisa.

Por todas estas razões, a partir da CST do México e da LIT-QI, apelamos a toda as organizações nacionais e internacionais a solidariedade moral, política e material com os operários de Matamoros neste momento crítico. Repudiamos o covarde assassinato de Patricio de La Cruz e a brutal repressão da polícia do estado.

Exigimos que o governo mexicano e seu presidente AMLO, que não continue em seu silêncio cúmplice, enquanto tentam esmagar um movimento genuíno de uma parte do povo que votou nele e confiou em ​​suas promessas.

Tradução: Lena Souza

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