qui mar 28, 2024
quinta-feira, março 28, 2024

Não ao julgamento dos dirigentes das FES

Reproduzimos o comunicado – não divulgado pelos meios de comunicação – da Federação dos Estudantes Secundaristas (FES) da Costa Rica frente à perseguição judicial a qual estão submetidos vários de seus dirigentes.

Comunicado a imprensa da FES

NÃO AO JULGAMENTO CONTRA NOSSOS COMPANHEIROS EDUARDO MORA E JEFFREY CHACÓN

Em fevereiro do ano passado, a FES insistiu num diálogo com o Ministro da Educação Pública, Leonardo Garnier, na esperança de conseguir que fossem eliminadas as provas do Bachillerato [1]. É absurdo que se eliminem as provas do nono ano, e se mantenham ao mesmo tempo as do Bachillerato. É claro que o único propósito é que sirvam de “fácil acesso” para a educação superior.

Enquanto a FES tentava dialogar com o Ministro e organizava mais de vinte colégios de diversas partes do país em apoio às suas reivindicações em torno das provas do Bachillerato, estudantes do Liceu da Costa Rica e outros colégios que não estavam organizados na FES convocaram por correio eletrônico a duas manifestações. A FES decidiu somar-se às mesmas, pensando que as autoridades do Ministério da Educação Pública (MEP) fossem estabelecer algum diálogo com os estudantes. Na segunda destas manifestações, no dia 02 de maio, de dentro de alguns dos escritórios do Edifício Rofas [2] foram lançadas garrafas e outros objetos em um ato de provocação aos estudantes ao mesmo tempo, que as portas do Edifício Rofas permaneciam fechadas e o segurança se limitava a dizer que ninguém seria recebido no Ministério.

Um grupo de estudantes espontaneamente decidiu entrar, dando motivo aos incidentes que agora estão servindo de base para levar a julgamento – por danos materiais causados ao Edifício – nossos companheiros Eduardo Mora e Jeffrey Chacón. A polícia anti-motim permitiu que se entrasse no Edifício, e depois partiu para violência espancando os estudantes que permaneciam ao redor.

No caso do companheiro Eduardo Mora, foi detido por ser identificado como dirigente da FES. Eduardo Mora – que atualmente cursa Estudos Gerais na Universidade da Costa Rica (UCR) – é um incansável lutador pelos direitos da juventude, desde que freqüentava o oitavo ano no Liceu de San José. Chama a atenção, além de outras irregularidades cometidas no processo de averiguação, que as supostas provas fossem apresentadas extemporaneamente. A Promotoria pretende fazer um julgamento político que sirva de lição aos estudantes que constantemente saem às ruas para cobrar que o MEP garanta uma educação de qualidade ao povo costarriquenho.

Nosso dever é apoiar aos companheiros, e a qualquer outro perseguido político, para que o governo saiba que estamos totalmente conscientes de suas tentativas de criminalizar os movimentos sociais, de desmobilizar e reprimir os estudantes secundaristas e a qualquer outro setor popular que se lhe escape das mãos.

Diante da audiência preliminar no dia 16 de junho:

ü       Exigimos o arquivamento do processo contra Eduardo Mora e Jeffrey Chacón.

ü       Basta de criminalização do movimento social!

Nota da redação:

[1] Bachillerato – certificado de conclusão do ensino médio que dá acesso ao nível superior;

[2] sede do MEP

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