qui set 12, 2024
quinta-feira, setembro 12, 2024

Para derrotar os bilionários capitalistas nas cidades e no Brasil, fortalecer uma alternativa revolucionária e socialista

Só os trabalhadores e as trabalhadoras sabem o quão duro é tocar a vida diante das dificuldades que encontramos nos municípios. Faltam hospitais, leitos e médicos. As escolas sofrem, jogadas às traças, com professores mal remunerados, enquanto avançam no projeto de militarização, que piora o ensino para aumentar a opressão de alunos, professores e pais (leia mais aqui).

Por: Júlio Anselmo

A falta de emprego, lazer e cultura para a juventude é flagrante. Espaços culturais ou de lazer estão concentrados nas áreas nobres, com preços proibitivos para quem tem que trabalhar para se sustentar. Enfim, as cidades não oferecem nada à juventude, a não ser o desespero para quem tem que conciliar estudo e trabalho, massacrado numa escola precária e num trabalho mal remunerado, sem direitos, suscetível à opressão e à violência da polícia ou do crime.

Tirar o dinheiro e a cidade dos bilionários

As cidades atuais só funcionam para os bilionários capitalistas. É onde os negócios fluem. Controlam desde as empresas de transporte público às construtoras que atuam na especulação imobiliária, tomando conta das partes nobres da cidade e despejando os trabalhadores pobres para longe.

Não estamos falando dos donos das pequenas lojas, da padaria ou do barzinho da esquina. Mas, sim, dos donos das empresas bilionárias, dos fundos imobiliários, dos controladores dos fundos de pensão, dos grandes banqueiros e das grandes empresas capitalistas que dominam o nosso país.

Menos de 0,01% da população fica com toda a riqueza produzida por nós, trabalhadores e trabalhadoras. Segundo a revista “Forbes”, no Brasil são 62 bilionários com mais 1 bilhão de dólares (R$ 5,6 bilhões). Esse punhado de gente é formado pelos donos das grandes empresas que controlam a economia do país, dominam a política nacional e, também, formatam a cidade aos seus interesses e negócios.

Por isso, ao mesmo tempo que há o Arcabouço Fiscal do governo Lula, exigindo enxugamento de verbas das áreas sociais, há aumento da pressão pela privatização das escolas, dos hospitais e das empresas públicas, como Sabesp (saneamento e água), como faz o governador bolsonarista de São Paulo, Tarcísio Freitas (Republicanos).

Candidaturas do PSTU: em defesa de que a classe trabalhadora controle as cidades

O foco das candidaturas do PSTU nesta eleição é mostrar como, para ter uma cidade a serviço dos trabalhadores, é preciso derrotar os bilionários capitalistas e não governar em aliança com eles. Se são os trabalhadores e trabalhadoras que produzem toda as riquezas na cidade, por que esta riqueza não pode ser usada e controlada por eles e elas próprios?

Evidente que pode. Mas, para isso, seria preciso tirar o dinheiro desses bilionários, que, só por serem acionistas e donos dos grandes monopólios capitalistas, controlam a economia e também a política das cidades e do país.

Seria possível termos cidades com tarifa zero nos transportes; moradias populares para todos e todas que necessitam, tirando as pessoas da situação de rua e lhes oferecendo emprego digno e salário justo. Cidades onde houvesse acesso a emprego, Educação e lazer para a juventude e garantia de Saúde pública e de qualidade.

Mudar a cidade e combater a ultradireita de forma coerente

Qual candidatura está se propondo a enfrentar os bilionários capitalistas de verdade? Do bolsonarismo e da ultradireita não se espera nada. Defendem abertamente os interesses dos grandes bilionários capitalistas, as privatizações e os ataques aos trabalhadores. Representam o que há de pior na burguesia brasileira e internacional. Têm um projeto, inclusive, de ditadura militar para o país.

Lula e o PT dizem, da boca para fora, que querem colocar o pobre no orçamento e cobrar mais imposto do rico. Mas, o Arcabouço Fiscal proposto e aplicado por ele tem a lógica oposta. Por isso, na prática, o governo faz o contrário do que diz.

Governam com e para os bilionários capitalistas que estão ganhando muito dinheiro com o Arcabouço e todo tipo de benefícios fiscais. Se realmente quisessem priorizar o pobre no orçamento, seria preciso não só dizer isso, mas fazer, acabando com o Arcabouço Fiscal e enfrentando os bilionários capitalistas. E não governando em aliança com eles.

O PT diz que merece seu apoio porque eles apresentam, com a política de Frente Ampla com os capitalistas, a única alternativa viável contra o bolsonarismo. Mas o fato de que o PT esteja apoiando candidaturas de direita em 37 cidades é prova do nível de sua adaptação à ordem capitalista e mostra como não conseguem, de fato, sequer combater a ultradireita.

Na verdade, ao administrar o capitalismo, contribuem com a desorganização dos trabalhadores e a desmoralização de ativistas, ajudando o bolsonarismo.

Uma candidatura com um programa contra os bilionários capitalistas, para garantir os interesses dos trabalhadores e trabalhadoras nas cidades e, inclusive, para combater de forma coerente a direita bolsonarista, precisa se posicionar como de oposição de esquerda e socialista ao governo Lula, fortalecendo uma alternativa de independência de classe, revolucionária e socialista.

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