Um percurso marcado pela luta contra o genocídio do povo palestino: que a luta não pare!
Inquestionavelmente, este percurso que estamos fechando teve como protagonista em todo o território nacional, e internacionalmente, a luta do povo palestino e a resposta organizada de milhares em todo o mundo contra o genocídio. Aqui no estado Espanhol, temos vivido vários acampamentos universitários e manifestações quase todos os meses.
Por: Corriente Roja – Estado Espanhol
Desde outubro, as palavras “genocídio” e “sionismo” infelizmente se tornaram comuns. O Estado sionista de Israel não cessou o massacre contra o povo palestino. Os números são chocantes após 10 meses de bombardeios e ataques: 40.000 pessoas morreram e, destas, 16.500 são crianças. Para nos dar uma ideia e não nos acostumarmos a normalizar ou frivolizar números, esse número equivale a 53 CRIANÇAS ASSASSINADAS TODOS OS DIAS desde outubro. Um estudo publicado em julho pela revista médica britânica “The Lancet” sugere até que os números são subestimados e que o número real de mortos na Faixa de Gaza pode ultrapassar 186.000. Os autores chegaram a esse número alarmante, usando uma estimativa conservadora que considera quatro mortes indiretas para cada morte direta registrada, com base no número de mortes indiretas produzidas por outras guerras ao longo da história.
Apesar da barbárie, há motivos para se orgulhar. A resposta internacional tem sido evidente: nos recusamos a normalizar o genocídio. Na Estado Espanhol, as manifestações alcançaram quase 80.000 participantes com um objetivo nítido: solidariedade com o povo palestino e sua resistência, e pelo fim do comércio de armas com Israel.
E não podemos mostrar solidariedade com a Palestina sem denunciar que o governo PSOE-Sumar mentiu descaradamente — embora tenha afirmado que a compra e venda de armas havia cessado desde 7 de outubro, se tornou público que, segundo dados da Secretaria de Estado do Comércio -DataComex- o Estado espanhol tem sido, com 1,1 milhão de euros, o quinto país da União Europeia que mais exportou armas para Israel depois de 7 de outubro, além de ter continuado a conceder contratos a empresas militares sionistas, como Elbit Systems, Rafael e Palantir Technologies diretamente envolvidas na ocupação de Gaza. Não é de surpreender, então, que um das consignas centrais desses meses tenha sido #StopArmasConIsrael.
Corriente Roja denuncia a hipocrisia e o cinismo do governo Sánchez-Díaz que, por um lado, propõe a falsa solução dos dois Estados, enquanto vende e compra armas de um Estado genocida e colonial. Que Estado palestino o Sr. Sánchez quer reconhecer se está colocando meios para acabar com o mesmo?
Durante o mês de maio, a juventude assumiu a liderança da luta e se organizou em várias universidades acampando para exigir o fim das relações com Israel. O acampamento da Universidade de Barcelona, após várias semanas de combates, fez com que a instituição se comprometesse a “romper preventivamente as relações com empresas e instituições que poderiam estar relacionadas ao massacre em Gaza”.
27 de setembro: Dia de Luta pela Palestina!
Agora, um novo curso começa e o genocídio continua. Não há outro caminho senão continuar nas ruas em solidariedade com a Palestina e pelo fim do comércio de armas com Israel.
Recentemente a CGT convocou para uma greve geral para 27 de setembro. Sem dúvida, a classe operária tem que intervir e parar o mundo, porque é a única que pode parar o genocídio e libertar a Palestina e todos os povos oprimidos do mundo.
Este é uma convocatória muito positiva, pois confronta diretamente a cumplicidade do governo PSOE-Sumar com Israel, bem como a dos sindicatos majoritários CC. OO. e UGT que, como o governo, não foram além de palavras e atos simbólicos em apoio à Palestina e que, se quisessem, teriam a capacidade de garantir uma greve geral bem-sucedida.
Da Corriente Roja, acreditamos que a classe trabalhadora é a única que pode parar esse genocídio, precisamente através de nossa ferramenta mais poderosa – parar a produção. Mas para que uma greve geral seja verdadeiramente massiva e não de ” caráter voluntário”, para que seja construída como uma verdadeira ferramenta de poder para nossa classe, ela deve ser organizada a partir de baixo e, além disso, deve ser construída, democraticamente, envolvendo toda a classe trabalhadora e debatendo-a em todos os locais de trabalho, estudo e nos bairros. É por isso que colocaremos todos os nossos esforços para fazer do 27 de setembro um grande dia de luta e mobilização, e encorajamos todos os locais de trabalho, institutos, universidades e bairros a decidirem como querem se mobilizar nesse dia e encher as ruas juntos para as manifestações da tarde em todo o território.
Temos que garantir um grande dia de luta estatal em 27 de setembro e fazer com que seja um passo muito importante em um caminho de mobilização contínua e organização independente da classe trabalhadora que se coloque incondicionalmente a serviço da luta do povo palestino até a derrubada do Estado de Israel e a recuperação de sua terra histórica, do rio Jordão ao mar Mediterrâneo.
A luta pela liberdade da Palestina é a luta de toda a classe trabalhadora.
Fim do comércio de armas com Israel!
Pedro Sánchez: rompa todas as relações comerciais, institucionais e diplomáticas com o Estado sionista! Fechamento imediato da Embaixada!
Por uma Palestina livre, laica, democrática e não racista, do rio Jordão ao mar Mediterrâneo!
Por uma grande jornada de luta nacional em 27 de setembro!
Tradução: Lílian Enck