search
Egito

Egito: O impacto da situação em Gaza

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu encontra-se com o presidente egípcio Abdel Fattah el-Sissi em Nova York em 19 de setembro de 2017. (Avi Ohayun)
novembro 5, 2023

Em dezembro próximo serão realizadas eleições no Egito. O atual presidente, general Abdelfatah al-Sisi (no poder desde 2013, quando derrubou o governo de Mohamed Morsi da Irmandade Muçulmana) anunciou que se candidataria a um terceiro mandato. Isso, em meio a uma profunda crise econômica social no país e uma grande discordância da população. Nesse contexto, seu governo recebe o impacto da situação na Faixa de Gaza (fronteiriça com o Egito) e do ataque genocida do governo israelense para “apagá-la do mapa”.

Por: Alejandro Iturbe

O Egito está localizado no extremo nordeste da África, com uma pequena porção na Ásia (a península do Sinai). Tem 113 milhões de habitantes e sempre foi o país mais populoso e poderoso do mundo árabe. Historicamente, desempenhou um papel central na dinâmica destes países, seus regimes e seus governos.

A este peso objetivo somou-se uma grande importância geopolítica, a partir da construção e da abertura do Canal de Suez em 1869, realizado pela França (que dominava politicamente o país), no estreito que até então unia a África e a Ásia.

O domínio político francês foi substituído pelo imperialismo inglês desde 1904. Em 1925, no marco de enfrentar um forte processo de luta nacional pela independência egípcia, os ingleses a outorgaram, mas instalaram um regime títere (a monarquia do rei Faruq) e mantiveram o controle do Canal de Suez através da concessão de exploração a uma companhia anglo francesa.

Em 1952, um núcleo de oficiais de segunda linha, liderados pelo então coronel Gamal Abdel Nasser derrubou o rei Faruq e instalou uma república com o exército como instituição central e Nasser como presidente. Além da questão do Canal de Suez, outro fator que gerou esse golpe foi a profunda insatisfação popular pela pobríssima atuação militar do exército egípcio na guerra de vários países árabes contra Israel, depois da criação desse Estado em 1948, que terminou com a vitória de Israel em 1949.

A primeira medida deste governo foi nacionalizar o Canal de Suez sob controle monopólico do Estado egípcio. Por essa medida, em 1956, o país foi atacado por uma coalizão militar formada pelo Reino Unido, França e Israel, que ocupou a península do Sinai. A resistência militar egípcia, ajudada pela maioria dos países da Liga Árabe, obrigou os agressores a assinar um armistício e devolver a península ao Egito. Esta vitória transformou Nasser no principal dirigente dos povos árabes e gerou o surgimento de uma corrente internacional, com expressões em outros países como Síria e Iraque.

O nasserismo

Esse movimento se enquadrava no que denominamos nacionalismo burguês. Ou seja, movimentos de direção e programa burguês de países subordinados ao imperialismo cujas burguesias nacionais aspiram a ter um espaço maior para seu desenvolvimento. Por isso, tal movimento promoveu e liderou processos de resistência ao imperialismo, e este o atacava. Sempre defendemos estes movimentos frente a esses ataques. Nessa mesma época, além do nasserismo, estavam o cardenismo mexicano e o peronismo argentino.

Sua concepção e programa burguês lhes impunham limites instransponíveis, porque o objetivo não era avançar para a construção de um Estado operário e uma economia de transição ao socialismo em seus países, mas manter-se dentro dos limites do sistema capitalista. Em suas medidas anti-imperialistas progressistas, se apoiavam na mobilização dos trabalhadores e das massas (a quem também fizeram outras concessões).

Ao mesmo tempo, precisavam exercer um férreo controle sobre essas mobilizações para impedir que os ultrapassassem e ameaçassem o sistema capitalista e o Estado burguês. Por isso, o nasserismo instalou um tipo de regime que Trotsky chamou “bonapartismo sui generis”, ao estudar o cardenismo mexicano[1]. No Egito, as instituições centrais deste regime eram o próprio Nasser (como “líder supremo”) e o exército.

Eram regimes progressistas na medida em que resistiam à pressão do imperialismo e o enfrentavam. Ao mesmo tempo, eram profundamente reacionários porque estabeleciam um freio ditatorial à mobilização independente e autodeterminada das massas. Por isso, reprimiam duramente qualquer dissidência. Também reprimiram duramente as greves operárias[2].

A política internacional do nasserismo 

O segundo limite para estes movimentos estava dado porque sua resistência ao imperialismo não tinha como objetivo estratégico levar essa luta até o final e derrotá-lo a nível internacional. Seu objetivo era negociar a “aceitação” imperialista para ter “tranquilidade” no domínio de seus países.

Esta “meia água” do nasserismo se manifestou na ideologia e na política do “pan-arabismo”: a união de todos os países árabes. Inclusive se expressou na efêmera existência da República Árabe Unida (RAU), entre 1958 e 1961, dissolvida porque na Síria houve um golpe de Estado dos setores que se opunham a essa fusão.

Liderando vários países árabes, o nasserismo manteve sua defesa do povo palestino e seu enfrentamento militar com Israel. Isso se expressou na guerra de 1967 (a “guerra dos Seis Dias”) em que o setor árabe foi derrotado. Israel tomou a Faixa de Gaza (sob controle egípcio desde 1959), a Península do Sinai, o território da Cisjordânia (sob administração jordaniana desde 1950) e as Colinas de Golã, um pequeno território sírio na fronteira com Israel.

Um novo ataque contra Israel foi lançado em outubro de 1973. Embora a guerra tenha significado uma nova vitória israelense, seu desenvolvimento militar foi muito mais equilibrado que nos anteriores. Israel manteve o controle das Colinas de Golã, mas depois do cessar-fogo acordado, começou a retirar-se do Sinai (a devolução plena da soberania egípcia se materializaria formalmente com os Acordos de Camp David em 1978)[3].  

Camp David: a traição do nasserismo

Uma velha premissa marxista diz que quem não está disposto a lutar a fundo contra o imperialismo, primeiro termina capitulando e, depois, cedo ou tarde, acaba sendo seu agente.

Foi o que aconteceu com o regime egípcio nos Acordos de Camp David. Neles, com o apoio do imperialismo estadunidense, o sucessor de Nasser, Anwar Sadat, reconheceu a legitimidade da existência do Estado sionista e assinou “a paz’ com ele. Na realidade, foi uma verdadeira traição à luta do povo palestino e à dos povos árabes em seu conjunto. Uma traição que abriu as portas a outras no mundo árabe.

Em 1994, a Organização para a Libertação da Palestina, representada por Yasser Arafat, assinou com Israel os nefastos acordos de Oslo[4]. Por estes acordos, a OLP e sua principal organização (Al Fatah) se transformaram em agentes do domínio colonial israelense dos territórios palestinos ocupados em 1967, através da Autoridade Nacional Palestina (ANP).

Neste mesmo ano, o regime monárquico jordaniano assinou um acordo similar que marcava o rio Jordão como a fronteira entre ambos países. Dessa forma, por um lado, entregava a Cisjordânia à ocupação israelense. Por outro, se transformava em “guardião externo” das fronteiras israelenses e em “dique de contenção e opressão” dos três milhões de refugiados palestinos que vivem na Jordânia[5].

O regime egípcio passou a ser uma peça-chave do dispositivo geográfico, político e militar do imperialismo contra o povo palestino. Por um lado, ajudou a sufocar a Faixa de Gaza e a frear a luta de sua população. Por exemplo, quando o Hamas tomou o controle deste território e o manteve autônomo de Israel, o regime egípcio “pressionou” o Hamas para que retrocedesse[6]. Ou quando abre ou fecha a passagem de Rafah segundo as necessidades de Israel. Por outro, na Cisjordânia ajudou a treinar as forças repressivas da ANP.

Como pagamento destes “favores”, o imperialismo estadunidense “ajuda militarmente” o regime egípcio com 1.3 bilhões de dólares anuais (só superado neste campo pela “ajuda” que entrega a Israel)[7].  

“O pior dos mundos”

Anwar Sadat foi assassinado em um atentado, em novembro de 1981. Foi sucedido por Hosni Mubarak que, através de sucessivas eleições como candidato único, passou a ser o “presidente perpétuo”.

Com Mubarak, o regime militar egípcio se transformou no que os brasileiros chamam “o pior dos mundos”. Havia perdido qualquer traço progressista, já que não só não resistia ao imperialismo e a Israel, mas também se tornou seu agente.

Internamente, era uma ditadura capitalista que procurava resolver o impacto das crises econômicas internacionais no país através de ajustes e ataques ao nível de vida dos trabalhadores e das massas, e com repressão aos opositores e às lutas operárias. Tudo isso, em meio à grande corrupção e enriquecimento das cúpulas militares.

Esta situação chegou ao seu limite em 2011, quando o Egito se incorporou com muitíssima força à onda de processos revolucionários contra os regimes ditatoriais que se expandia pela região, que a imprensa ocidental chamou superficialmente de “primavera árabe”[8].

Praça Tahrir e a manobra dos militares

No Egito, este processo se centralizou no massivo acampamento que ocupou permanentemente a Praça Tahrir no Cairo, ao qual confluía um amplo arco de setores: sindicatos e trabalhadores, aqueles que aspiravam a uma mudança democrática, os que lutavam contra a opressão à mulher, e um setor de peso dirigido pela Irmandade Muçulmana.

Mobilizações similares se desenrolavam em outras cidades do país. Uma forte onda de greves também se espalhou pelas principais indústrias estatais do país. O objetivo deste processo era mudar o regime político e se expressou na consigna Fora a Junta Militar.

O regime tentou derrotá-lo com repressão, mas não conseguiu. Nesse marco, para sobreviver, realizou uma jogada “a três tabelas”, como se diz no bilhar: em 2011, Mubarak renunciou ao cargo de presidente e foram convocadas eleições para presidente, que foram ganhas pelo candidato da Irmandade Muçulmana, Mohamed Morsi (assume em abril de 2012).

A renúncia de Mubarak foi uma grande vitória da luta da Praça Tahrir, mas foi uma vitória parcial porque o regime militar sobreviveu, embora muito golpeado. Nesse marco, as eleições presidenciais foram uma manobra para que o governo da Irmandade Muçulmana servisse de “escudo” entre a raiva das massas e o regime.

Por sua concepção burguesa, a Irmandade Muçulmana era incapaz de tomar as medidas necessárias para reverter a terrível situação econômico social dos trabalhadores e das massas. Ao mesmo tempo, parte importante do povo egípcio se opunha à sua orientação de “islamizar” o governo e sua política. Nesse contexto, começaram a se desenvolver mobilizações operárias e populares que exigiam a renúncia de Morsi.

Os altos comandos militares “cavalgaram” nesse processo e em julho de 2013 o general Abdul Fatah al-Sisi, presidente do Conselho Supremo das Forças Armadas, deu um golpe, derrubou o governo de Morsi, e assumiu a presidência do país. Iniciou-se então uma dura perseguição contra a Irmandade Muçulmana, que foi aproveitada para reprimir também todos os setores opositores. Fechava-se assim a “brecha” que o processo revolucionário da Praça Tahrir havia aberto, e o regime militar retomava a “normalidade” que tinha com Mubarak.

De lá até hoje

Nos estendemos neste resumo histórico para que se veja com nitidez o caráter do regime liderado por al-Sisi (herdeiro e reconstrutor do regime que Mubarak liderava) e os muitos problemas que enfrenta.

À política de ataques ao nível de vida dos trabalhadores e das massas, soma-se também a política de privatizar as grandes empresas estatais criadas pelo nasserismo[9]. No contexto de uma crise econômica mundial, a consequência de tudo isso é uma forte e constante deterioração da situação econômico social das massas.

Há uma altíssima inflação e a moeda egípcia perdeu 50% de seu valor no último ano. O preço dos alimentos como a carne subiu 90%[10]. Segundo a ONG Oxfam, 30% da população egípcia vive abaixo da “linha da pobreza”, uma porcentagem que vem aumentando[11].

Diante da falta de perspectiva de poder reverter esta situação e sua dinâmica, muitos egípcios optam por emigrar: em 2020, eram mais de 3,6 milhões, com uma dinâmica de aumento anual cada vez maior[12]. Dois terços são homens que vão buscar trabalho no exterior. Por exemplo, quase um milhão estava na Arábia Saudita como operários petroleiros e da construção [13]. Um número semelhante estava nos Emirados Árabes Unidos[14].  

Esta emigração representa uma certa “válvula de descompressão parcial” para o regime egípcio. Por um lado, milhões de jovens operários não lutam contra ele porque estão fora do país. Por outro, esses trabalhadores enviam mensalmente remessas em moeda estrangeira às suas famílias. Em 2021, o Egito se posicionava entre os cinco países do mundo com mais dinheiro recebido por esta via. Nesse mesmo ano o total da região do Oriente Médio e Norte da África acumulou 61 bilhões de dólares e esta é considerada “a principal fonte de recursos externos”[15]. Podemos estimar que 10% da população egípcia sobrevive destas remessas que, ao mesmo tempo, representam um “pouco de ar fresco” na profunda crise econômica que o país vive.

De qualquer forma, a insatisfação do povo egípcio com o regime e com al-Sisi cresce cada vez mais, já que à deterioração constante de suas condições econômico sociais se soma a duríssima repressão contra qualquer um que manifeste sua oposição. “Milhares de defensores dos direitos humanos, jornalistas, manifestantes e outros críticos e dissidentes reais ou supostos do Governo continuam detidos arbitrariamente por exercer seus direitos humanos”, denunciou Elizabeth Rghebi, diretora da Anistia Internacional para Oriente Próximo e Norte da África[16].

Neste contexto de profunda crise econômico social e insatisfação popular, o regime egípcio convoca eleições presidenciais com as quais, a cada cinco anos, pretende disfarçar seu caráter ditatorial. Al-Sisi já anunciou oficialmente sua candidatura para um terceiro período como presidente com um discurso no qual falou de seus “dez anos de êxitos”[17].

Certamente, al-Sisi ganhará estas “eleições”. Não por seus “grandes êxitos”, mas pelo férreo controle que o regime egípcio tem sobre elas e que impede qualquer expressão eleitoral de insatisfação popular. Em suas candidaturas anteriores “ganhou” com 96% dos votos (2014) e 97% (2018).

O único opositor que se animou a anunciar sua candidatura foi Ahmed al- Tantawy, um ex-deputado de 44 anos, que afirma ter reunido o apoio necessário de 20 deputados e agora está tentando reunir 25.000 assinaturas de cidadãos que o respaldem. Sua campanha tem como eixo o “Estado de Direito”. Os seguidores de al-Tantawy já denunciaram que receberam ameaças e agressões. Ele próprio advertiu que é possível que “no final possam nos dizer: ‘Sinto muito, vocês não têm assinaturas suficientes ‘”.

É muito evidente que não será através destas falsas eleições presidenciais que o povo egípcio “poderá se livrar” de al-Sisi e a ditadura militar em seu conjunto. Para isso, será necessário retomar e avançar no caminho da Praça Tahrir.

O ataque israelense à Faixa de Gaza 

Vimos que o regime egípcio se integrou ao dispositivo montado pelo imperialismo e Israel contra o povo palestino. Este ponto também o coloca contra o sentimento majoritário do povo egípcio, que apoia os palestinos nessa luta.

Por isso, apesar das manifestações estarem proibidas no país, no Egito também houve mobilizações de apoio aos palestinos e contra o ataque israelense. Um artigo do jornal espanhol El País informa que “frente à frieza dos governos da região, dezenas de milhares de cidadãos protestam do Egito ao Iêmen e da Jordânia ao Iraque a favor do povo palestino e contra o bloqueio e a ofensiva israelenses[18].

Com esta situação de fundo, o ataque e a política israelense contra a população da Faixa de Gaza apresentam ao regime egípcio uma nova e aguda contradição. Porque Israel quer expulsar um milhão de habitantes da Faixa de Gaza e uma das alternativas para isso é relocalizá-los na península do Sinai egípcia.

Trata-se, na realidade, da reatualização de um plano elaborado entre 2004 e 2006 pelo general Giora Eiland quando era chefe do Conselho Nacional de Segurança Israelense[19]. Se o regime egípcio não aceitar esta solução, Israel disse que a outra alternativa é que os palestinos expulsos da Faixa de Gaza serão realocados no deserto do Neguev (em território israelense) onde se construiria um enorme campo de concentração sem nenhuma possibilidade de sobrevivência. O “plano Eiland” significa “terceirizar” ao Egito o problema dos atuais habitantes da Faixa de Gaza, tal como fez com a Jordânia e seus três milhões de refugiados palestinos expulsos de suas terras desde 1948.

Até agora, o regime egípcio negou-se a aceitar esta proposta. Al-Sisi disse que o povo egípcio não estaria de acordo com isso. No entanto, sua principal preocupação é outra: “qualquer medida deste tipo transformaria a península em uma base para ataques contra Israel”. Depois acrescentou que “sugere que Israel transfira os civis palestinos para o deserto de Nakab (Neguev)”[20]. O fundo do problema é que “a paz que alcançamos [com Israel] desapareceria das nossas mãos[21].

Com esta posição, al-Sisi nem sequer demonstra uma mínima solidariedade humanitária para ajudar a sobrevivência dos palestinos, que podem ser expulsos da Faixa de Gaza em um novo episódio da nakba iniciada pelo sionismo em 1948.

Entretanto, como é um agente do imperialismo estadunidense, já começa a receber pressões deste para aceitar tal projeto. Uma mídia árabe independente analisa que esse foi um dos pontos tratados em reuniões entre o secretário de Estado dos EUA, Anthony Blinken e al-Sisi, em recente viagem do primeiro à região[22].

Esta mesma mídia informa que, antes da atual situação de Gaza, o regime egípcio estava realizando investimentos no norte da península do Sinai para construir uma área apta para instalar projetos industriais “onde os palestinos de Gaza poderiam vir e trabalhar”. Esta mídia analisa que se a situação atual em Gaza persistir ao longo do tempo ou se agrava, um setor de palestinos “eventualmente partiriam e se transfeririam para onde tiverem oportunidades de emprego”. Em mais uma amostra de seu caráter repugnante, o regime egípcio quer tirar proveito desta nova nakba que Israel quer realizar e estaria negociando investimentos imperialistas para desenvolver este projeto.

Atualmente, além da heroica e desesperada luta dos palestinos de Gaza, milhões se mobilizam nos países árabes e em todo mundo, em solidariedade com eles e para impedir que Israel realize esta nova nakba. A LIT-QI impulsiona e participa com todas suas forças destas mobilizações.

Em vários artigos dissemos que a única forma do povo palestino recuperar seu território é derrotar e destruir o Estado de Israel. Para que esse objetivo seja possível, é necessário que a luta palestina seja a faísca que “incendeie” a região com um processo revolucionário dos povos árabes para retomar o caminho da luta militar contra esse Estado[23].

No caso do Egito e Jordânia, cujos regimes e governos são cúmplices e agentes do imperialismo e de Israel, isto sugere que a luta frontal de seus povos contra eles deve avançar no caminho de derrotá-los. No Egito, tal como já expressamos neste mesmo artigo: “é necessário retomar e avançar no caminho da Praça Tahrir”.


[1] Ver o artigo de León Trotsky “A indústria nacionalizada e a administração operária” (1938) en La industria nacionalizada y la administración obrera (ceip.org.ar)

[2] Sobre este ponto, recomendamos ler La lutte de clases en Egypte de 1945 a 1968, Mahmoud Hussei Cahiers libres, Ed. Françõis Maspero, 1969, pp. 158-169.

[3] Los acuerdos de Camp David – Historia Hoy

[4] https://litci.org/pt/2022/09/17/oslo-a-paz-dos-cemiterios-para-a-continua-nakba/

[5] Tratado de paz israelí-jordano – Wikiwand

[6] https://litci.org/pt/2009/09/07/egito-articula-uma-negociacao-para-que-o-hamas-retroceda/

[7] https://www.bbc.com/mundo/noticias/2011/02/110131_egipto_poder_palanca_eeuu_en

[8] Ver entre vários artigos publicados neste site: https://litci.org/pt/2020/12/19/62735-2/

[9] Egipto: ¿Privatizaciones para sobrevivir a las repercusiones de la guerra en Ucrania? – Pia Global (noticiaspia.com)

[10] Diez años de Al Sisi: las tres crisis de Egipto | Internacional (elmundo.es)

[11] https://www.oxfam.org/es/que-hacemos/donde-trabajamos/paises/egipto#:~:text=La%20clasificaci%C3%B3n%20de%20Egipto%20como,de%20un%20d%C3%B3lar%20al%20d%C3%ADa.

[12] Egipto – Emigrantes totales 2020 | Datosmacro.com (expansion.com)

[13] https://datosmacro.expansion.com/demografia/migracion/inmigracion/arabia-saudita#:~:text=En%20Arabia%20Saudita%20viven%2C%20seg%C3%BAn,%2C%20que%20son%20el%2031.36%25.

[14] https://datosmacro.expansion.com/demografia/migracion/inmigracion/emiratos-arabes-unidos#:~:text=Los%20inmigrantes%20en%20Emiratos%20%C3%81rabes,%2C%20un%209%2C02%25.

[15] https://www.bancomundial.org/es/news/press-release/2022/05/11/remittances-to-reach-630-billion-in-2022-with-record-flows-into-ukraine

[16] Diez años de Al Sisi: las tres crisis de Egipto | Internacional (elmundo.es)

[17] Idem

[18] https://elpais.com/internacional/2023-10-13/la-calle-arabe-se-moviliza-en-solidaridad-con-gaza-ante-la-tibieza-de-los-gobiernos-de-la-region.html

[19] https://www.madamasr.com/en/2023/10/25/feature/politics/the-sinai-solution-reimagining-gaza-in-the-post-oslo-period/

[20] https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/egito-sugere-que-palestinos-em-gaza-sejam-deslocados-para-deserto-em-israel-durante-guerra/

[21] https://www.latimes.com/espanol/internacional/articulo/2023-10-20/por-que-egipto-y-otros-paises-arabes-no-estan-dispuestos-a-recibir-a-refugiados-palestinos-de-gaza

[22] https://www.madamasr.com/en/2023/10/25/feature/politics/the-sinai-solution-reimagining-gaza-in-the-post-oslo-period/

[23] Ver Debate con Gilbert Achcar sobre Palestina: ¿Piedras contra tanques y misiles? – Liga Internacional de los Trabajadores (litci.org) y La “cuestión palestina”: punto central de la revolución árabe – Liga Internacional de los Trabajadores (litci.org)

Tradução: Lílian Enck

Leia também