sáb jun 15, 2024
sábado, junho 15, 2024

Conversa: três anos depois da revolução chilena, onde estamos? Como continuamos?

Um a um foram chegando convidadas e convidados na quinta-feira 13 de outubro ao salão Amanda Labarca da UTEM no velho casarão da rua 18 em pleno centro de Santiago.

Tamara Norambuena militante do MIT foi a responsável pela abertura, direta e ao mesmo tempo muito calorosa, disse: bem vindos para fazer junto com o Movimento Internacional dos Trabalhadores, o balanço da revolução que iniciamos em 18 de outubro! Dando lugar a um vídeo que nos arrepiava a pele porque, fomos milhões que estivemos muito próximos de mudar a realidade.

Na sala cheia de rostos de ativistas, podíamos reviver o que há apenas três anos foi o nosso dia a dia, porque cada um dos participantes foi protagonista daqueles tempos históricos.

Desde Cresente, porta voz  de Lucha Baes e vários estudantes, Lorena presidente do CEPA INBA, Marcia, mãe de um preso político, Paty, conhecida por sua luta incansável pelo Não Mais AFP, torcedores de futebol, as profissionais e ativistas pelos presos políticos, um brigadista da saúde, dirigentes sindicais como Miriam, lutadores contra a ditadura como Silvia e Miguel, Rafa Ferrada que da oitava região nos enviou sua opinião por meio de um vídeo e até uma companheira ex – constituinte , Lisette Vergara. Um a um foram expressando sua raiva, frustração, mas também convicção de continuar lutando.

Todos foram saudados da mesa e um momento de muita emoção foi quando foi anunciado que, entre os presentes, estava um mineiro de Chuquicamata que acabava de descer do avião e fazia uma parada antes de voltar à sua casa, pela importância que viu nesta atividade.

Já víamos que este balanço não seria apenas do MIT e que as conclusões de diferentes prismas chegavam a uma mesma conclusão: “Precisamos de um programa e não temos direção”.

Cabia então o título da convocatória do MIT “Três anos depois do 18 de outubro, onde estamos? Como continuamos?”

Foto:

Por 15 minutos ouvimos nossa companheira ex – Convencional Constituinte, que explicou porque desde o primeiro dia denunciamos o Acordo pela Paz através o qual impediria que esta fosse soberana, mas também falou sobre as normas defendidas por ela como representante do MIT: a Renacionalização das grandes Empresas do Cobre, a Planificação da Economia e a Dissolução de todas as instituições do Estado e da criação de uma “Assembleia Plurinacional e Popular” para realmente começar  a construir um novo Chile.

Foi seguida nas intervenções por Cresente, jovem estudante que liderou a luta pela Educação Pública e Gratuita, assim como pelo aumento da bolsa de Alimentação que até hoje continua sendo uma vergonha.

Chegava a vez do também dirigente do MIT e Presidente do SIM 18 de outubro, o mesmo que há quase um ano não recebe salário porque sua moral proletária não está à venda. Seu nome Edward Gallardo que, com voz forte, clara e emocionada, defendeu a participação dos mineiros do subcontrato na Revolução contando que eles “dos locais onde se encontravam iam às marchas, batiam panelas, faziam barricadas e estavam na Primeira Linha”, tudo isso desorganizados porque a Burocracia Sindical literalmente desapareceu das minas.

Edu Gallardo apresentou uma dura denúncia ao governo, aos patrões e aos partidos dos trinta anos que hoje, junto com o Partido Comunista e a Frente Ampla, votam leis e planos que aprofundam a miséria dos trabalhadores e das famílias.

Depois assistimos o vídeo de Rafa Ferrada que também denunciava o Sistema Capitalista, a corrupção e a repressão.

O encerramento a cargo dos convocantes chamando a construir um programa que unifique as lutas, e a assumir a responsabilidade para enfrentar os poderosos, foi ouvido com atenção e saudado com um grande aplauso.

Hoje podemos sentir orgulho de sermos uma organização viva e que não se fecha entre quatro paredes para fazer balanço de sua intervenção, retomando assim a tradição da classe operária colocando não apenas a cara, mas também o peito e se for necessário a vida pela libertação de nossa classe da exploração capitalista.

tradução: Lilian Enck

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