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sexta-feira, maio 10, 2024

Exigimos a liberdade dos presos políticos da ditadura na Nicarágua

Desde a rebelião da juventude e do povo em abril de 2018 na Nicarágua, a ditadura liderada por Daniel Ortega e Rosario Murillo matou pelo menos 355 pessoas. E atualmente, segundo a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), têm mais de 180 presos políticos nos presídios do país, alguns em prisão domiciliar, dos quais pelo menos 3 morreram nos últimos meses nas mãos da ditadura e vítimas de doenças causadas ou agravadas por más condições de detenção.

Por: PT – Costa Rica

Por outro lado, organizações como a CIDH e o Centro Nicaraguense de Direitos Humanos (Cenidh) documentaram casos de tortura, retaliação ou maus-tratos a presos políticos, bem como agressões sexuais contra familiares que os visitam, especialmente mulheres.

Após a derrota do processo de luta iniciado em abril de 2018, os ataques ao povo nicaraguense não são contados apenas com os mortos e presos, mas também com mais de cem mil pessoas que foram expulsas do país como resultado da perseguição política da ditadura. Dezenas de milhares estão hoje trabalhando e vivendo na Costa Rica.

Nosso partido está com a luta contra a ditadura na Nicarágua

Desde o primeiro momento das mobilizações de abril de 2018, nosso partido esteve a serviço da luta do povo nicaraguense contra a ditadura de Ortega/Murillo e a atual FSLN (Frente Sandinista de Libertação Nacional).

Para nós é um orgulho dizer que organizamos um movimento de solidariedade internacional e até enviamos ajuda internacional para setores estudantis na linha de frente da luta contra a ditadura.

Isso tem a ver com o entendimento que temos, que na Nicarágua não há socialismo nem governo de esquerda, o que existe é uma ditadura capitalista que se aproveita de um falso discurso anti-imperialista para saquear o povo nicaraguense, destruir as garantias básicas de democracia e liberdades políticas, enquanto entrega o país às grandes corporações transnacionais dos Estados Unidos, Rússia e qualquer país que proporcione negócios para quem está no poder.

Uma nova revolução para derrubar a ditadura, libertar os prisioneiros e conquistar as liberdades democráticas

Se a revolução nicaraguense de 1979 nos ensinou alguma coisa, é que se o povo se levantar, não há tirano que possa estar no poder, e é por isso que o povo da Nicarágua deve retornar ao caminho da luta revolucionária para obter novamente a liberdade.

Não há dúvida de que o processo de luta de 2018 foi derrotado, mas as lições devem ser usadas para entender que, embora a tarefa seja difícil e o inimigo poderoso, não há outro caminho a não ser continuar lutando para derrubar o ditador e sua corte de grandes ricos que o mantêm no poder.

Como discutimos durante a insurreição há 4 anos, os trabalhadores e a juventude na Nicarágua devem encontrar uma maneira de construir uma nova organização revolucionária, que tenha um programa político que defina as tarefas para derrubar a ditadura e os poderosos, e para construir um Estado novo a serviço dos operários e camponeses. Nós que somos membros do Partido dos Trabalhadores nos colocamos a serviço de colaborar nesta tarefa a partir da Liga Internacional dos Trabalhadores-Quarta Internacional.

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Presos políticos na ditadura de Somoza

Há mais de 50 anos, iniciaram-se os dias de solidariedade com os detidos pela ditadura somozista, com campanhas sistemáticas de Natal sem presos políticos, greves de fome de mães de presos e denúncias das condições desumanas do cativeiro.

Em julho de 1969, a opinião pública ficou chocada com as denúncias de que Doris Tijerino foi torturada e estuprada por oficiais da Guarda Nacional. Outras mulheres que foram capturadas, incluindo Lesbia Carrasquilla e Gladys Báez, relataram terem sido abusadas sexualmente nos escritórios da Segurança. Essas denúncias foram acompanhadas de grandes manifestações na capital.

Na década de 1970, foram inúmeros os movimentos de luta contra a prisão de militantes da FSLN perseguidos pela ditadura, acompanhamento em julgamentos e uma campanha internacional de denúncia de violações de direitos humanos.

Hoje o governo de Daniel Ortega repete a mesma história.

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É possível um diálogo com a ditadura?

Infelizmente, hoje as famílias dos presos políticos buscam uma forma de, por meio de organizações internacionais de direitos humanos, da Igreja Católica ou de ONGs, abrir caminhos de diálogo com a ditadura para alcançar a liberdade dessas pessoas. Mas o fato é que Daniel Ortega não tem nenhum interesse em chegar a acordos, e sim aprofunda a repressão e o terror contra aqueles que se levantaram contra seus interesses.

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