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Oriente Médio

Bombardeio de ônibus escolar expõe atrocidades da guerra

Boys inspect the wreckage of a bus at the scene of Thursday’s air strike in Saada province, Yemen August 10, 2018. REUTERS/Naif Rahma
agosto 18, 2018

No último dia 9 de agosto, a coalisão militar liderada pela Arabia Saudita bombardeou o mercado de Dahyan na cidade de Saada, no Iemên.

Por: Fabio Bosco

51 pessoas morreram e 79 foram feridas.

Entre elas 40 crianças que estavam num ônibus escolar foram mortas. Entre os feridos 56 são crianças.

Seu funeral ocorreu no dia 13 de agosto.

As autoridades sauditas afirmaram que foi uma operação militar legítima realizada de acordo com o direito humanitário internacional.

Eles afirmam que seu alvo eram lançadores de mísseis que atingiram a cidade saudita de Jizan e que um cidadão iemenita morreu.

Houve um repúdio geral ao bombardeio.

A própria UNICEF protestou e a ONU exigiu uma investigação.

No local foram encontrados fragmentos da bomba Raytheon Mark-82 fabricada pelos Estados Unidos.

Essa bomba pesa 500 libras (cerca de 225 quilos).

Ela já foi utilizada em 2016 quando um funeral foi bombardeado e 140 pessoas morreram.

Junto com a Al-Qaeda

Outra questão relevante é a relação entre o grupo “Al-Qaeda na Península Arabica” e a coalisão liderada pelos sauditas com o apoio dos Estados Unidos.

A agência internacional de notícias Associated Press conduziu uma investigação e revelou no último dia 6 que uma série de acordos foram fechados com a Al-Qaeda.

Entre eles está o pagamento para a Al-Qaeda se retirar com seu armamento de algumas áreas e o recrutamento de centenas de seus integrantes para o esforço de guerra saudita contra os Houthis.

A reportagem aponta que todos esses acordos são de conhecimento do governo americano que suspendeu os ataques de drones contra a Al-Qaeda.

Por fim, a ONU está patrocinando negociações de paz.

Elas estão agendadas para o dia 6 de setembro em Genebra.

Na pauta estão a formação de um governo provisório e o fim dos combates.

No entanto os Estados Unidos, o país mais influente na ONU, apoia a agressão saudita que começou em março de 2015.

Os sauditas já realizaram 16 mil ataques, há mais de dez mil mortos e dois milhões de feridos.

Qualquer solução justa deve começar pelo fim da agressão saudita e pela retirada imediata de todas as forças estrangeiras do país.

Somente desta forma a população iemenitas poderá exercer o seu direito legítimo à autodeterminação.

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