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segunda-feira, maio 13, 2024

Por que o PT vai às eleições em 2014?

Desde a experiência da Segunda Internacional, ficou muito claro que nós, os revolucionários,  participamos das eleições com o objetivo de responder à pergunta: Quem deve governar? E nossa resposta será sempre esta: deve governar a classe trabalhadora por intermédio de suas organizações e com um programa socialista.

Hoje, na Costa Rica, existem dois pólos claramente diferenciados, que estão debatendo sobre quem deveria assumir a direção do governo. O pólo majoritário encontra-se dentro do Partido de Libertação Nacional que defende o atual rumo que o país tomou com os TLC: o ataque às instituições públicas e aos trabalhadores estatais e principalmente continuar com um modelo de país que permaneça beneficiando os empresários e multinacionais contra a grande maioria de assalariados que são quem garante toda a produção.


O segundo pólo propõe coalizão, que significa tentar convencer um setor do empresariado de que eles são confiáveis para administrar o Estado costa-riquense que é produto do processo que começou com os PAES (Programa de Ajuste Estrutural), nos anos oitenta e terminou por se impor com o TLC  e com Estados Unidos, como a abertura do monopólio do ICE, do INS e do regime de Zonas Francas. Ou seja, também não propõe uma mudança qualitativa para a classe trabalhadora, só uma troca de governo. Recordemos que os libertários e o PUSC apoiaram o TLC, e que o PAC apoiou o plano fiscal de Laura Chinchilla.


Neste marco, o objetivo político central do PT nestas eleições é criar um terceiro pólo no qual se levante a necessidade de um governo operário, camponês e popular, com um programa de luta pelas reivindicações mais urgentes da classe trabalhadora, como o aumento de salários, a liberdade sindical, a ampliação da licença maternidade; pelas reivindicações  dos setores oprimidos, como o direito às uniões do mesmo sexo, o direito ao aborto pelas mulheres; e por um claro programa antiimperialista, como a ruptura com o TLC e as patrulhas conjuntas, impostas às zonas francas. Tudo isto só é possível na luta pelo socialismo e na unidade da América Central e da América Latina para romper o isolamento econômico.



{module Propaganda 30 anos – MORAL}O Partido dos Trabalhadores irá às eleições para construir um pólo que seja classista e socialista, mas isto só se concretizará se, em primeiro lugar, tiver um programa que não esteja influenciado por nenhum setor empresarial e que seu centro seja as necessidades da classe trabalhadora e dos setores oprimidos. Por isso, sua campanha deve se centrar na denúncia ao atual modelo de desenvolvimento e não em correções, como hoje quer um setor progressista. 



Em segundo lugar, pretendemos eleger candidatos da classe trabalhadora e das lutas contra a opressão, por isso convocaremos, nestes próximos meses, o debate com todo o ativismo para que adiram à nossa proposta.



Em terceiro lugar, nosso eixo será por um governo dos trabalhadores, e não só para eleger deputados que façam oposição, ainda que não estejamos negando a importância da luta parlamentar, mas o que queremos é ganhar o conjunto da classe para que não votem em seus patrões para os governarem, por um lado, e, por outro, construir a partir de nossa campanha uma verdadeira opção de governo. Por último, sustentamos nosso chamado para uma Frente Ampla para que se construa uma aliança da esquerda e das organizações populares, mas queremos assentar esse chamado sobre a base de uma discussão programática que tenha como centro a independência de classe e a luta pelo socialismo.

 

Tradução: Suely Corvacho

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