De 24/11 a 04/12, haverá eleições do Centro de Filosofia e Letras (com 11 chapas apresentadas), e também dos conselhos departamentais. Estas eleições acontecem depois da ocupação de 31 dias, com a qual os estudantes conseguiram que o Conselho de Administração (CD) aprovasse um projeto de edifício integrado ao atual, com restaurante e berçário e destina-se principalmente para cursos de graduação e não para atividades pagas, projeto que vai contra ao que propunha a Administração.
Mas os ataques vão continuar, porque o modelo privatista não foi derrotado. Ele segue sendo implementado através da Lei do Ensino Superior (LES). Temos diante de nós a luta por mais verbas, especialmente para a construção do novo edifício, por mais bolsas de estudo, oferecendo tempo para estudo, materiais de estudo e biblioteca com mais recursos. E temos que impedir o avanço da CONEAU ( Comissão Nacional de Avaliação e Acreditação Universitária – ligada ao Ministério de Educação) com as reformas que esvaziam o conteúdo do currículos, para transferí-los para os pós-graduados pagos. Frente a isso se faz necessário construir uma nova alternativa democrática e de luta, consequentemente contra o projeto privatizador do governo e da reitoria.
O Bloco, uma direção burocrática!
O Bloco (PO / PTS / IS / MAS) é a principal força do Centro, apesar de enfrentarem o projeto do governo e da Reitoria, fazem com que o Centro tenha um funcionamento muito burocrático. Na raiz do problema, há uma completa confusão entre os partidos/grupos e o Centro.É preciso diferenciar: os primeiros expressam os objetivos de um setor, enquanto que o Centro é uma entidade que representa todos os estudantes, independentemente do partido ou do grupo a que ele pertença. Ao misturá-los, a direção do movimento leva a que a maioria dos estudantes sintam que o Centro não é deles e terminam se afastando do movimento.
Em outras palavras, é uma ação que fecha as portas do Centro para a participação democrática dos estudantes, o que enfraquece a unidade necessária para as nossas reinvidicações. Durante a ocupação se impôs a participação massiva dos estudantes e ainda que momentaneamente e parcialmente, uma maior democracia. Mas passado esse momento, volta a prevalecer o funcionamento burocrático e isso tem de mudar.
“O Conselho”, uma alternativa inconsequente!
Faz anos que “O Conselho” (A Mella / Plano B / Um só Grito /Os Tolos / Socialismo Libertário), tentam ser uma alternativa ao bloco. Mas eles não conseguem apresentar-se como uma opção consequente. Embora não seja formalmente um agrupamento governista, “O Conselho” considera que o governo de Cristina é "progressista" e isso os impede lutem contra o atual modelo educacional. Esquecem-se que este modelo não cai do céu, que existe um governo nacional que o implementa através das reitorias. Por outro lado, enquanto exigem democracia e a participação dos estudantes no Centro, só o fazem em palavras, na prática não se diferenciam do Bloco. Por exemplo, dizem que são a favor de delegados por curso, mas essa proposta que foi aprovada em assembléia não a implementam, mesmo sendo a segunda maior força do Centro.
O Governismo e a Direita!
Frente a essa situação, as forças do governo e da direita tentar avançar. Por um lado, as forças governistas, agora unidos em uma única chapa a FUP ( Kirchneristas de Simón Rodriguez / A Cámpora e o movimento Evita). Do outro, a direita radical ( A Franja Morada), apesar de competirem entre si, estão unidas em defesa do atual modelo educacional privatizante. Por isso trabalham contra a a nossa luta, ainda que digam que eram só contra a ocupação e não contra a reivindicação. Não há lugar para enganos, é uma escolha falsa, uma mudança para pior.
El Viraje, a construção de uma nova Alternativa!
A partir de El Viraje, estamos construindo uma nova alternativa democrática e de luta. Lutamos por um Centro aberto à participação democrática dos estudantes. Só assim vamos conseguir uma maior unidade e força para continuar a luta por nossas reivindicações, até derrotar o atual modelo educacional. Nas últimas eleições, nos apresentamos pela primeira vez. Com o apoio dos estudantes, conseguimos obter a seretaria de politica educacional.Funcionando em reuniões abertas, implementamos uma primeira fase da campanha contra a LES, preparando boletins e reproduzimos um DVD.
Durante a ocupação, impulsionamos uma campanha de solidariedade internacional, ganhando o apoio de estudantes de vários países latino-americanos, do Comitê de Ação da Universidade da Califórnia (Berkley, EUA), e da Universidade de Moscou (Lomonossov). Camila Pontes, representando a ANEL do Brasil e Sebastes Antoine, estudante belga organizador da Contracúpula Europa 2009, estiveram presentes em nossa luta. Para fortalecer a Secretaria e colocá-la a serviço da construção de uma nova alternativa para CEFeL ( Centro Educacional de Filosofia e Letras), nestas eleições, vote na Mudança. Com o seu voto, podemos garantir o pluralismo, representando todos as correntes de opinião, para além das principais forças políticas majoritárias do movimento.
Fonte: Luta Socialista n º 214, novembro 2010
