sáb maio 18, 2024
sábado, maio 18, 2024

Argentina: o coronavírus mostra a verdadeira cara do estado capitalista

Pânico, caos, indecisão e paralisia sindical
Os mercados mundiais não param de sucumbir, a situação econômica global não apenas altera os planos do imperialismo, mas também não deixa quase nenhuma margem para o próprio governo nacional. E, com isso, condena as províncias a uma situação quase terminal em termos macroeconômicos.

Não se pode apenas culpar a administração de Macri, a queda do barril, o vírus, etc. Aqui a fragilidade de um governo e seu discurso está se tornando evidente. Enquanto, por um lado, fala mal do Fundo Monetário e seus parceiros, e dentro dos sindicatos e do movimento de massas “pintam a cara” de combatentes anti-imperialistas, a realidade é diferente. Nos dois primeiros meses deste ano, a dívida pública interna e externa bruta, em pesos e em moeda estrangeira, aumentou para 1,197 bilhões de dólares. Atingindo US$ 324,374 bilhões em 29 de fevereiro, segundo dados da Secretaria das Finanças.
As multinacionais resistem a desistir de alguma coisa de seus fabulosos lucros
Assim como o setor rural fez uma greve patronal agropecuária, por outro lado, as multinacionais de petróleo querem voltar ao preço de suporte de um barril de petróleo, ou seja, que o estado subsidie 50 dólares por cada barril produzido. Além de uma nova Lei de Hidrocarbonetos, que não apenas tornará os acordos mais flexíveis, como também dará a eles o poder de cada empresa petrolífera ter uma conta no exterior para “cuidar” de seus dólares. Para isso, o campo, as empresas de mineração e as empresas de petróleo ameaçam com demissões, suspensões, reduções e desinvestimentos.
Para os ricos mesas de negociação, para os pobres dengue e coronavírus
Assim, enquanto nos altos escalões são discutidos os rendimentos e os negócios, na mesa da família popular e da classe trabalhadora há apenas lamentos e medo porque o estado da saúde pública e da educação é deplorável. Enquanto as clínicas e as obras sociais pré-pagas (como é conhecido o sistema de saúde público na Argentina) se fazem de desentendidas, apenas seremos nós os principais afetados.
A cada dia o capitalismo e os patrões mostram seu caráter ganancioso e individualista, vemos como os sindicatos fecham as Obras Sociais “por precaução” ou fecham o sindicato enquanto os trabalhadores e trabalhadoras são forçados a ir trabalhar. Em outras palavras, deixando-nos na intempérie e aguardando as bondades de medidas insuficientes do Estado.
O “eu fico em casa” para a maioria de nós hoje, é impossível.
Existe outro caminho, a organização e a luta
Apesar de todas as tentativas de desmobilizar e confundir, este povo conhece a luta. Nos bairros e escolas, a raiva cresce e, em alguns casos, ela se organiza com os trabalhadores, trabalhadoras e o povo pobre tomando o problema em suas mãos. Diante da insuficiência das medidas do governo, que não obriga a patronal a interromper a produção de produtos não essenciais, nem fornecem os elementos básicos, não precisamos nos resignar, mas sim temos que seguir com a força popular da mobilização a laboratórios, redes de supermercados, frigoríficos para conseguir o que precisamos.
Também nas portas dos Sindicatos e Obras Sociais para abri-las à comunidade e que os dirigentes rompam o Pacto Social e se ponham a serviço dos trabalhadores e trabalhadoras.
Ao contrário, o governo lançou uma proibição dos atos sindicais. Esta medida proíbe por 30 dias a realização de assembleias, eleições e qualquer tipo de evento que envolva a mobilização de trabalhadores. Dessa forma, tentam amarrar as mãos e os pés dos companheiros que desejam impor a organização das medidas de prevenção de vírus em seu trabalho.
As mulheres e jovens continuam lutando
Os dias de luta em 8 e 9 de março em todo o país marcaram mais uma vez que o movimento pela luta dos direitos das mulheres continua com muita força, enquanto as direções vão vacilando devido a suas próprias contradições. Esses dias de luta foram um incentivo para continuar a luta não apenas pelo aborto legal e gratuito, mas também pelos direitos dos oprimidos e fundamentalmente pelo fim dos feminicídios. Milhares de mulheres e jovens percorreram as ruas de todo o país e o que está planejado é continuar até alcançar o que prometeram, que é o aborto legal e real já.
Uma perspectiva revolucionária
Assim como o coronavírus é uma pandemia global, o capitalismo também é e, portanto, a luta contra ele e seus efeitos. Não podemos continuar assim, chegou a hora de lutar juntos os trabalhadores e trabalhadoras do mundo e a serviço de construir um partido mundial, que lute e termine com essa malária chamada capitalismo, os socialistas do PSTU e da LIT nos colocamos a serviço dessa batalha que não é outra senão a luta pelo direito à vida é simplesmente socialismo ou holocausto.
Novos anúncios do governo
Todos os dias o governo faz anúncios, rompe e faz outros. Por um lado, restringe o transporte de média e longa distância e, por outro, continua mantendo os trabalhos em fábricas e minas. Sabe que a paralisação econômica gerará ainda mais crises; portanto, lança uma série de pequenos incentivos para o benefício de alguns setores, como aposentados com o mínimo, planos sociais e AUH (Programa social).
Todas essas medidas continuam sem atacar o problema de fundo, que é que os poderosos que se beneficiaram há décadas com nosso suor e sangue. Devem ser eles os que devem dedicar os lucros gerados pelos trabalhadores para combater seriamente essa pandemia. A partir do PSTU, propomos medidas profundas para enfrentar esta crise humanitária.
Tradução: Nea Vieira

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