sex abr 19, 2024
sexta-feira, abril 19, 2024

Triunfo de uma greve de trabalhadores imigrantes em Chicago.

Lee Sustar e Orlando Sepulveda falam da vitoriosa greve dos imigrantes em Chicago, que cruzaram os bracos depois de serem ameacados de demissao devido ao seu status migratorio e pelo envolvimento no movimento por direitos trabalhistas do imigrante (O Trabalhador Socialista, orgao em espanhol da ISO – International Socialist Organisation).

 

A vitoria dos trabalhadores imigrantes sem sindicatos, na Fabrica de sabao Cygnus Corp., no sul de Chicago, terminou de maneira tao surpreendente quanto comecou ha algumas semanas em 10 de agosto, com dezenas de trabalhadores concentrados na frente de uma agencia de empregos temporarios e votando pela aceitacao da proposta da agencia de reencaminha-los a planta sem ameacas e sem represalias.

Esses trabalhadores, imigrantes mexicanos, prevaleceram sobre a gerencia da Cygnus, apoiada pela matriz, Marietta Corp., fabricante de sabao e de detergente, vendidos em locais como Wal-Mart, Target e Walgreens e pela Ares Manegement, empresa acionaria que controla a Marietta e esta avaliada em 16 milhoes de dolares.

 

A greve na Cygnus foi contra toda a America Corporativa. Uma luta de incertas probabilidades onde, no entanto, nao houve vacilacoes quando decidiram parar contra os planos da empresa, de despedir qualquer um cujo status migratorio nao  tivesse sido verificado antes de 10 de agosto. A Cygnus utilizou o recurso No – Match (uma notificacao do governo indicativa de que os numeros da Previdencia Social nao estao de acordo com os dados fornecidos pelos empregados), para ameacar os postos de trabalho dos poucos trabalhadores permanentes. 

 

Os trabalhadores temporarios, por seu turno, ouviram que a companhia mudaria de agencia e que la, eles teriam que comunicar sua situacao junto a imigracao.

Ameacas semelhantes recaem sobre os trabalhadores imigrantes ao longo de todos  os E.E.U.U., enquanto o governo estabelece novas regras para as cartas No-Match, que poderao ser utilizadas como argumentos para o fim do emprego, ou pior.

 

Os patroes no pais, ja comecaram a utilizar as cartas No-Match como pretexto para despedir seus operarios. E indubitavel que a Cygnus sentiu que podia fazer o mesmo, na medida em que manteve seus empregados com um salario minimo ou pouco mais e, sem beneficios.

 

Por outro lado, a Cygnus foi golpeada por uma greve com animados piqueteiros e, com cada vez mais apoio solidario inclusive a promessa de um sindicato, de organiza-los.

 

Uma operacao fura-greve nao vingou, com um numero crescente de caminhoes saindo da planta descarregados. Os poucos que ainda trabalhavam dentro da planta informavam os grevistas da queda na producao.

 

Assim, quase duas semanas depois de provocar a greve, a gerencia convidava os trabalhadores permanentes para uma reuniao, e depois de quatro horas de negociacoes, fez uma proposta: Voltariam a trabalhar pelo mesmo valor e sem ameacas! Os trabalhadores nao disseram sim, pois nao estavam nas negociacoes por si mesmos, mas como representantes eleitos pelos grevistas.

 

Disseram ao chefe da Cygnus, que voltariam a falar com ele assim que se reunissem com o restante dos trabalhadores. Manuel, um trabalhador permanente, propos uma assembleia em um parque publico nos arredores, para discutirem o acordo. La, Edith, tambem trabalhador permanente e lider da greve, disse: “Aqui nao ha permanente ou temporario – somos todos trabalhadores”.

 

Martin Unzueta, organizador do Chicago Workers Collaborative e assessor dos trabalhadores, propos que na manha seguinte fossem todos a agencia de temporarios Total Staffing, exigir o mesmo acordo conseguido pelos trabalhadores permanentes, da Cygnus. Todos voltariam a trabalhar, ou nenhum retomaria o trabalho. A agencia ja havia preparado uma carta oferecendo, a cada individuo a oportunidade de voltar a trabalhar na Cygnus. Mas para os diaristas – 110, dos 118 da planta e muitos dos quais antigos trabalhadores, o acordo nao estava definido. Teria antes, que ser votado.

 

Diante de um unanime levantar de maos, tudo que a ansiosa gerencia pode fazer foi ordenar que os reporteres e ativistas solidarios saissem. O encarregado, entretanto, nao se atreveu a pedir que os empregados permanentes saissem. Eles ficaram para discutir a proposta, votaram e em seguida comemoraram.

 

Uma grevista, Julia, explicou de que forma a unidade entre os trabalhadores da Cygnus e a solidariedade de outros operarios construiu esta vitoria. “Fomos a greve as cegas, mas agora sabemos que existe gente com quem podemos contar. E que nao pensem que nao se pode porque se pode”.

 

E um trabalhador temporario que trabalhou na planta por onze meses, expos: “uma das licoes e de que a unidade nos faz fortes e de que mesmo sendo simples empregados, fizemos uma grande companhia tremer e se movimentar. Esta vitoria e nossa, mas tambem de toda a classe operaria e de todos os grupos que nos apoiaram”.  

 

]Na verdade, a ajuda da comunidade para com os trabalhadores da Cygnus comecou ha mais de um ano, quando eles entraram em contato com jovens ativistas pro – imigrantes da Coalizao Sudeste de Chicago, por direitos dos imigrantes (SECCIR).

 

Uma ativista da SECCIR, Olga Bautista, havia trabalhado no departamento de contabilidade da Cygnus em 2004. Dois anos mais tarde, ela distribuia panfletos no estacionamento da planta, convocando para a grande manifestacao de 10 de marco de 2006 e que produziu uma onda de outras mobilizacoes no pais, quando um dos empregados permanentes pegou um e pediu sugestoes sobre o que fazer com relacao as cartas No – Match que a companhia havia recebido. Bautista o colocou em contato com Martin Unzueta do Chicago Workers Collaborative, que tem como eixo os direitos dos trabalhadores imigrantes. Unzueta entrou em contato com a companhia e informou que as cartas No Match nao indicam o status imigratorio e que nao determinam nenhuma acao por parte do empregador. A gerencia deixou de falar sobre o assunto.  

 

Enquanto isto, os trabalhadores da Cygnus comecaram a se organizar. Muitos assistiram a manifestacao de 10 de marco e quase todos sairam em protesto no Primeiro de Maio quando entao, Edith negociou com a empresa uma licenca para irem ao protesto em troca de um dia de trabalho no sabado. “Tivemos inclusive um onibus que nos apanhou na planta”, lembrou Olga Bautista.

 

Nos meses seguintes, os trabalhadores comecaram a discutir cada vez mais os problemas da planta e nao so os baixos salarios, mas, tambem as condicoes de trabalho. Segundo um trabalhador, a empresa so da luvas, mas nao fornece mascaras ou botas de trabalho para aqueles que misturam as substancias quimicas na preparacao dos detergentes e dos saboes.

 

Do lado de fora da planta, os tanques de armazenagem sem etiquetas contem varios produtos venenosos que frequentemente caem desses tanques, emanando gases toxicos e criando pisos escorregadios. Segundo uma reportagem do Chicago Sun-Times, seis trabalhadores foram hospitalizados em dezembro passado quando um material corrosivo lhes atingiu a pele.

 

Acidentes menores sao rotineiros. Um trabalhador mostrou aos jornalistas, marcas de queimaduras nos bracos, peito e barriga e que aconteceu no contato com um acido atraves da roupa. “Tem mascaras, mas nao as distribuem”, disse. Outro trabalhador se queixou de que na planta so ha uma pessoa autorizada a chamar a ambulancia no caso de emergencias.

 

Outro agravante e o racismo e a discriminacao. Os trabalhadores na planta dizem que a gerencia trata abusivamente os mexicanos e que tiveram que aguentar abusos abertamente racistas. Contam que rebaixaram uma mulher da sua posicao de supervisora porque nao falava ingles e que seu pagamento diminuiu.

 

De maneira que neste ano, quando os protestos de primeiro de maio se aproximavam, o ambiente na Cygnus era diferente. Os trabalhadores estavam mais confiantes e comecaram a pedir um aumento de salario. A gerencia adotou uma linha dura, se negando a fazer qualquer negociacao para que os trabalhadores fossem a marcha.

 

 

Algumas semanas mais tarde, a nova chefa do Recursos Humanos, Mary Ann Vasquez, disse aos empregados permanentes que teria que apresentar seus Seguros Sociais. Ao mesmo tempo, informou aos trabalhadores temporarios que teriam que passar da Total Staffing para uma agencia diferente, a  Staffmark e fornecer a eles seu status migratorio.  Aqueles que nao cumprissem com esse criterio teriam que deixar o trabalho. Resposta dos trabalhadores: greve por tempo indeterminado.

 

A planta da Cygnus e o lugar mais improvavel para solidariedade trabalhista. Nao sindicalizada, esta literalmente situada no extremo sul de Chicago, em meio a linha ferroviaria de alta circulacao de carga que interfere regularmente no transito local. Caminhoes carregados sao frequentemente forcados a esperar por 20 ou 30 minutos, pela passagem de trens. Quando conseguem finalmente passar, aceleram fundo, levantando nuvens de poeira sem nem ao menos ver a planta.

 

Mas, em 30 de julho tudo parecia diferente. Camioneiros surpreendidos olhavam o piquete improvisado. Muitos acenavam e buzinavam demonstrando apoio. A cada dia o piquete se tornava mais organizado: um horario foi estabelecido, alimentos e bebidas doadas foram distribuidos e um alto falante foi utilizado. Varias organizacoes foram ate la, dentre elas  a Chicago Workers Collaborative, a SECCIR, o Centro Comunitario Juan Diego e a Organizacao Socialista Internacional, alem de ativistas do movimento pro – imigrante.

 

O dono de uma casa vizinha a planta, ele proprio um imigrante mexicano e trabalhador fabril, permitiu que os trabalhadores descansassem do arduo piquete, sentados na sombra da sua casa, que armazenassem ali o material e utilizassem seu banheiro. Os grevistas, por sua vez, logo produziram um panfleto que explicava a greve aos motoristas que chegavam e, lhes pedia que nao atravessassem o piquete. 

 

Um caminhoneiro afro-americano, nao sindicalizado, se sentiu obrigado a fazer sua entrega, mas em seguida veio ate o piquete e prometeu sua ajuda, identificando o movimento pelos direitos do imigrante com as lutas pelos direitos civis. Sua presenca impactou visivelmente os grevistas, inclusive porque a Cygnus havia  acabado de dar uma cartada racial, empregando afro-americanos como fura-greves.

 

Em mais de um caso, no entanto, os motoristas do Teamster viram o piquete e, seguiram seu caminho sob aclamacao dos grevistas e  sem entregar a carga.

No dia primeiro de agosto e quarto dia de greve, quatro representantes da Associacao Internacional dos Maquinistas (IAM) do oitavo distrito, apareceram no piquete, chamados por Ramon Becerra, um funcionario da Federacao do Trabalho de Chicago, que tambem dirige o Conselho Laboral para o Avanco Latino Americano – capitulo de Chicago. Becerra ficou sabendo sobre a greve por meio de Jorge Mujica, jornalista e um dos principais organizadores do Movimento de 10 de Marco em Chicago. Mujica, da mesma forma que Unzueta, se tornou assessor dos grevistas e logo buscou ajuda do sindicato. 

 

A dificuldade foi que o oitavo distrito nao tinha ninguem de fala hispanica, mas, com Mujica como interprete, Karl Sarpolis – representante do sindicato – deixou claro que este apoiaria os trabalhadores. Disse: “Sabemos como estas companhias discriminam as minorias” e deixou um requerimento para entrada no sindicato. Quando voltou dois dias mais tarde, 90 trabalhadores haviam assinado a peticao.

 

No piquete, os trabalhadores elegeram um comite provisorio, para o caso de que se abrisse negociacao com a empresa e, decidiram marcar uma reuniao com o sindicato no sabado, dia 4 de agosto, no Centro Juan Diego, a sudeste da cidade. 

 

Aproximadamente 60 operarios chegaram a se reunir com os representantes do oitavo distrito, dirigido por Carl Gallman, Sarpolis e Armando Arreola, um representante do 701 e, uma interprete da IAM que foi enviada pelo presidente local, Bill Davis.

 

Gallman, veterano dos dias de gloria dos anos 70, reconheceu que estava diante de 25% de grevistas decididos e militantes. O sindicato estava decidido a organizar a planta – tanto trabalhadores temporarios quanto permanentes. “Vamos ajuda-los, independente de unirem-se ao sindicato”.

 

Os representantes e grevistas chegaram a mesma conclusao: de que teriam que primeiro negociar a volta de cada um ao trabalho e deixar os salarios e as condicoes de trabalho para mais tarde. Depois que Gallman e os outros funcionarios da IAM foram embora, Mujica dirigiu uma reuniao onde os trabalhadores discutiram como melhorar o piquete e organizar a solidariedade.

Ainda que estes trabalhadores que ganham salario minimo estivessem ja ha uma semana sem pagamento, ninguem reclamou.  A discussao foi sobre como levar a luta em frente. Logo, os ativistas solidarios comecaram a falar alto, o que haviam ate agora pensado: Esta greve pode de fato ser ganha.

 

Na segunda feira seguinte, Gallman da IAM chamou a Cygnus para dialogar e para se colocar como representante dos trabalhadores. Sua mensagem, entretanto, nao foi ouvida e o assunto nao foi em frente.

 

O debate presidencial com os democratas em Chicago, apoiado pela AFL -CIO[1], permitiu uma nova chance para se buscar apoio nos movimentos. O tesoureiro da AFL – CIO, Rich Trumka, pegou uma copia da carta de arrecadacao de fundos, expressou simpatia e disse que o departamento de organizacao da federacao daria continuidade a campanha. Linda Chavez-Thompson, vice presidenta da federacao, disse algo semelhante. Os lideres locais de Chicago tambem demonstraram interesse.

 

No final, os trabalhadores ganharam sim bastante ajuda material das entidades onde com frequencia, a maquina organizacional esta enferrujada e na melhor das hipoteses, leva tempo lubrifica-la.

 

Uma excecao foi a Uniao dos Trabalhadores Comerciais e de Alimentos (UFCW) – 881, que prometeu $500. Em retrospectiva, os membros do Comite de Solidariedade se deram conta, de que deveriam ter feito uma coleta entre os 17.000 membros dos sindicatos que foram ao debate.

 

Mas enquanto que os movimentos foram lentos em se manifestarem, a organizacao dos trabalhadores se desenvolveu a cada dia. Dois dias depois de se reunirem com a IAM, varios grevistas se juntaram aos trabalhadores do Dunkin Donuts[2] demitidos logo depois de receberem cartas No – Match; naquela tarde, mais trinta vieram conversar com o advogado Chris Williams, que da assessoria legal ao Chicago Workers Collaborative.

 

Em oito de agosto, a moral dos trabalhadores subiu quando o Chicago Tribune colocou a luta deles como manchete principal, somando-se a extensa cobertura da media hispanica. Uma delegacao do centro comunitario Juan Diego conseguiu entrar na planta para negociar, ao passo que semelhante tentativa anterior falhou.  No mesmo dia, varios operarios se juntaram a dezenas de partidarios em um evento de arrecadacao de fundos organizado pelo Comite Solidario aos Trabalhadores da Cygnus, formado quatro dias antes. Mais de $ 1.300 (mil e trezentos dolares) foi arrecadado, incluindo a doacao da UFCW, dinheiro com o qual se compraram cestas de alimentos para as familias dos grevistas.

 

O evento em si foi incrivel, uniu ativistas operarios e pro – imigrantes em uma tarde plena de musica e de emocionados discursos dos grevistas e de seus partidarios. Entre os artistas estava Chuy Negrete, um conhecido cantor local, o grupo de danca  asteca Nahuil e, Ivan Resendiz – um musico classico. O evento seguiu ate bem tarde com a plateia cantando cancoes populares da revolucao mexicana, do movimento operario e do repertorio popular mexicano.

 

Na mesma noite os negociadores eleitos pelos trabalhadores se sentaram por varias horas com um representante da Cygnus, Marietta Corp. que se apresentou como arbrito neutro, preparado para solucionar o conflito. Edith, um dos lideres da greve e os demais trabalhadores nao acreditaram nele e disseram que so negociariam na presenca do advogado, Chris Williams.

 

No dia seguinte, em uma reuniao no piquete, os trabalhadores reafirmaram suas demandas: todos voltariam ao trabalho ou, nenhum voltaria. Nao se faria qualquer acordo nas reunioes de negociacoes. Os trabalhadores votariam se aceitavam ou nao qualquer proposta da empresa. “Esta e a tradicao mexicana”, disse Mujica. “Um comite de negociacao nao e um comite de resolucoes. Quando ha uma greve, os trabalhadores se declaram em assembleia permanente”. Mesmo que nenhum dos principais ativistas da greve tivesse experiencia sindical nos Estados Unidos ou no Mexico, atuavam segundo essa tradicao. “Cada um tem um tio, irmao ou primo que ja atuou assim”, disse Mujica.

 

Durante as quatro horas de negociacoes, se tornou claro que a gerencia da empresa estava prestes a jogar a toalha[3]. Os patios de carregamento estavam vazios, os caminhoes saiam vazios e, uma grande quantidade de sabao caiu no estacionamento, um acidente que tomaria varias horas da producao, segundo os trabalhadores.

 

A operacao fura-greve havia se degenerado em uma farsa, com um enxame de estudantes secundaristas ao redor de um supervisor da Cygnus, que tentava anotar a troca de turno a tarde.  Containeres de detergente foram deixados dentro da planta, longe do patio de carregamento. Os guardas da seguranca, que anteriormente haviam ameacado prender os partidarios dos grevistas, caminhavam cabisbaixos, sem nem mesmo se importar com os jornalistas que permaneciam no estacionamento dos empregados. A gerencia capitulou. O unico tema sem resolver, quando fechavamos este artigo era a situacao de um supervisor que havia entrado em greve com os trabalhadores.

 

Os trabalhadores, sem duvida tiveram uma vitoria com consequencias de grande envergadura para o movimento por direitos trabalhistas e pelos direitos dos imigrantes. “O movimento trabalhista tem muito que aprender com estes trabalhadores, porque nao ira se fortalecer se continuar deixando de lado, os trabalhadores imigrantes”, disse Martin Unzueta, que nesses ultimos anos conheceu dezenas de trabalhadores que desejam se organizar, mas, nao encontram um sindicato que assuma a tarefa. “Os trabalhadores imigrantes estao prontos para serem organizados”, completou.

 

Da mesma forma que Unzueta, Jorge Mujica acha que a vitoria na Cygnus pode inspirar avancos: “As pessoas lembraram como se luta. Estamos acostumados com manifestacoes de rua no Mexico. Mas quando as pessoas chegam aqui, vivem escondidas e em silencio, mas todo este processo, desde 10 de marco do ano passado ate o 1 de maio deste ano, demonstra que a luta e possivel. Ate o 1 de maio os trabalhadores nao haviam pedido aumento de salarios e isto nao teria acontecido sem as manifestacoes. Se os trabalhadores nao tivessem participado uma ou duas vezes, tampouco teriam feito greve”.

 

Edith, direcao da greve que organizou os trabalhadores para participar dessas manifestacoes, disse que a luta por salarios e por melhores condicoes de trabalho continuaria: “estou feliz porque comecamos com medo e agora nos damos conta que podemos fazer muitas coisas, se estivermos unidos. Se [ a situacao dos trabalhadores temporarios] nao tivesse se resolvido, continuariamos em greve, mas com a ajuda de todos porque nao temos sindicatos. Os trabalhadores tem que aprender que nao devem ficar assustados porque aqui ensinamos que a unidade e a forma de avancar”.



[1] AFL-CIO: nome da central sindical americana.

[2] Conhecida empresa que fabrica e comercializa biscoitos doces conhecidos em espanhol como “donas”.

[3] Jogar a toalha: Quando o treinador, desta forma, indica que seu boxeador deixara a luta.

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