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Egito | Pela derrubada de Al-Sissi e todo o regime

outubro 3, 2019

No último dia 20 de setembro, as ruas de cidades importantes do Egito foram tomadas por manifestantes que gritavam: “Levantem, não tenham medo! Fora Sissi!”.

Por Fabio Bosco e Marcel Wando

As manifestações foram chamadas por Mohamed Ali, um empreiteiro que se autoexilou na Espanha e denunciou a corrupção do regime e a construção de vilas e um palácio.
A denúncia de corrupção foi o estopim para o início das manifestações contra o odioso regime de Sissi.

A insatisfação popular é muito alta contra o presidente Abdul Fatah Khalil Al-Sisi.

Desde a revolução em 2011, foi mantida a pobreza e as políticas de austeridade no país.

Na época, a revolução se iniciou contra o então ditador Hosni Mubarak e generais foram celebrados como guardiões da revolução.

Depois foram os principais agentes para implantar o novo regime ditatorial.

Na mesma praça Tahrir, que foi palco da revolução egípcia, agora os manifestantes querem a queda de Sissi.

Os protestos estão sendo reprimidos.

Desde o início do governo Sissi, dezenas de milhares de opositores foram presos pelo governo e outros milhares foram mortos.

Para piorar, Sissi fez uma alteração na constituição para que possa se manter no poder até 2030.

Os problemas que levaram o povo egípcio a fazer uma revolução em 2011 não foram resolvidos pelos militares e foi o vídeo que viralizou do empreiteiro Mohamed que serviu de estopim para as massas irem para a rua.

O empreiteiro Mohamed Ali tem ligações com o ministro de defesa.

Substituir Sissi por um de seus ministros não significará uma melhora nas condições das massas egípcias.

É necessário derrubar o regime militar como um todo.
O empreiteiro quer garantir o pagamento das obras que fez e não acabar com a corrupção em geral.

Por isso, os protestos devem avançar para a derrubada do regime.

É isso o que se ouve nas ruas: “O povo quer a queda do regime”.
As revoluções no Sudão e Argélia, países vizinhos ao Egito, já mostram que as massas não confiam nos militares, ou seja, o oposto de 2011.

No Egito, esse aprendizado também deve se expressar.

Os protestos populares podem avançar para a construção de um governo civil.

Mas para resolver os problemas da pobreza e da austeridade, é preciso que o Egito rompa com o FMI e com os acordos de Camp David que colocam o país como subordinado ao imperialismo e à Israel.

Também é necessário ter uma política a favor dos refugiados palestinos, sírios e iemenitas dentro do país e abrir a fronteira com Gaza.

Isso só poderá ser feito por um governo dos trabalhadores, baseado em conselhos populares.

Nem os militares, nem a burguesia civil poderá resolver esses problemas.

Somente a construção de uma direção socialista pode levar os atuais processos de luta no Egito para a vitória.

Todo apoio às manifestações populares no Egito!

Pela derrubada de Sissi e de todo o regime!

Por um Egito socialista em uma federação de países árabes socialistas!

Revolução até a vitória!

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