Egito | Pela derrubada de Al-Sissi e todo o regime
No último dia 20 de setembro, as ruas de cidades importantes do Egito foram tomadas por manifestantes que gritavam: “Levantem, não tenham medo! Fora Sissi!”.
Por Fabio Bosco e Marcel Wando
As manifestações foram chamadas por Mohamed Ali, um empreiteiro que se autoexilou na Espanha e denunciou a corrupção do regime e a construção de vilas e um palácio.
A denúncia de corrupção foi o estopim para o início das manifestações contra o odioso regime de Sissi.
A insatisfação popular é muito alta contra o presidente Abdul Fatah Khalil Al-Sisi.
Desde a revolução em 2011, foi mantida a pobreza e as políticas de austeridade no país.
Na época, a revolução se iniciou contra o então ditador Hosni Mubarak e generais foram celebrados como guardiões da revolução.
Depois foram os principais agentes para implantar o novo regime ditatorial.
Na mesma praça Tahrir, que foi palco da revolução egípcia, agora os manifestantes querem a queda de Sissi.
Os protestos estão sendo reprimidos.
Desde o início do governo Sissi, dezenas de milhares de opositores foram presos pelo governo e outros milhares foram mortos.
Para piorar, Sissi fez uma alteração na constituição para que possa se manter no poder até 2030.
Os problemas que levaram o povo egípcio a fazer uma revolução em 2011 não foram resolvidos pelos militares e foi o vídeo que viralizou do empreiteiro Mohamed que serviu de estopim para as massas irem para a rua.
O empreiteiro Mohamed Ali tem ligações com o ministro de defesa.
Substituir Sissi por um de seus ministros não significará uma melhora nas condições das massas egípcias.
É necessário derrubar o regime militar como um todo.
O empreiteiro quer garantir o pagamento das obras que fez e não acabar com a corrupção em geral.
Por isso, os protestos devem avançar para a derrubada do regime.
É isso o que se ouve nas ruas: “O povo quer a queda do regime”.
As revoluções no Sudão e Argélia, países vizinhos ao Egito, já mostram que as massas não confiam nos militares, ou seja, o oposto de 2011.
No Egito, esse aprendizado também deve se expressar.
Os protestos populares podem avançar para a construção de um governo civil.
Mas para resolver os problemas da pobreza e da austeridade, é preciso que o Egito rompa com o FMI e com os acordos de Camp David que colocam o país como subordinado ao imperialismo e à Israel.
Também é necessário ter uma política a favor dos refugiados palestinos, sírios e iemenitas dentro do país e abrir a fronteira com Gaza.
Isso só poderá ser feito por um governo dos trabalhadores, baseado em conselhos populares.
Nem os militares, nem a burguesia civil poderá resolver esses problemas.
Somente a construção de uma direção socialista pode levar os atuais processos de luta no Egito para a vitória.
Todo apoio às manifestações populares no Egito!
Pela derrubada de Sissi e de todo o regime!
Por um Egito socialista em uma federação de países árabes socialistas!
Revolução até a vitória!