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El Salvador

JOH e Trump: Os principais responsáveis pela migração

Honduran migrants taking part in a caravan heading to the US, leave Arriaga on their way to San Pedro Tapanatepec, southern Mexico on October 27, 2018. – Mexico on Friday announced it will offer Central American migrants medical care, education for their children and access to temporary jobs as long as they stay in two southern states. (Photo by Guillermo Arias / AFP)
dezembro 21, 2018

A caravana de migrantes está perto de completar um mês de sua saída de Honduras. Teve a bondade de desmascarar o governo hondurenho e mostrar ao mundo a verdadeira realidade hondurenha. Uma realidade marcada pela extrema pobreza e a mais sanguinária violência, que é resultado direto da existência de uma ditadura aberta que se esconde sob as saias da inegável ingerência gringa em Honduras, e em toda a América Central.

Por: Johan Archila

É que o caráter servil dos governos do triângulo centro-americano se evidenciou pelas constantes ameaças e humilhações a que Trump submete estes governos, que somente abaixam a cabeça quando este os acusa de não conseguir deter uma caravana de migrantes que fogem da miséria, que a própria política gringa gerou em nossa região.

Donald Trump, o patrão de Juan Orlando Hernández (JOH) de Honduras, Sánchez Cerén de El Salvador e Jimmy Morales da Guatemala, já lhes disse abertamente que vai cancelar toda a ajuda milionária que desembolsa para estes governos, se os milhares de migrantes da caravana chegarem a entrar em território ianque. A crise é tão grande nestes governos, que tiveram que pedir ajuda ao governo de Peña Nieto do México, para que impeça a todo custo a entrada destes imigrantes no território mexicano.

Talvez a ação mais desastrosa foi a de JOH, que teve que montar uma falsa campanha na qual disse que conseguiu repatriar a maioria dos hondurenhos da caravana, quando na verdade o que fez foi militarizar as fronteiras para evitar que outros milhares de hondurenhos se juntassem ao êxodo.

Desde 2012, quando Honduras voltou a se endividar com o Fundo Monetário Internacional, é o imperialismo gringo quem decide todos os movimentos no país. Desde o relançamento do neoliberalismo em Honduras, a crise econômica e a onda de violência no país não param. É por isso que hoje temos 64% de hondurenhos vivendo na pobreza, e uma taxa de impunidade acima de 90%.

A privatização das instituições públicas, os cortes no orçamento da educação, um sistema de saúde em colapso e a falta de emprego, são todas políticas milimetricamente desenvolvidas pelo imperialismo norte-americano para deixar-nos em uma situação ótima para a exploração. Por isso não temos medo de dizer que, a crise migratória que vivemos hoje, é responsabilidade direta de Trump, como chefe do imperialismo gringo, e de JOH, como governo fantoche em nosso país.

Não acreditamos que as pessoas que migram o fazem porque querem, pelo contrario, o povo está em uma situação concreta, ou fica em Honduras com plena segurança de que vai morrer pela pobreza e violência, ou foge do país, apostando a sorte, para tentar encontrar uma melhor situação, arriscando sua segurança durante o trajeto.

Em nosso país, toda esta situação, ainda que de maneira tênue e por alguns dias, gerou e se respirou um ambiente de incerteza, de possibilidade de reviver dezembro de 2017 após a fraude eleitoral. Ao final, aconteceram algumas mobilizações e plantões de solidariedade à caravana. Mas apesar de não ter acontecido mobilizações massivas, as ações em si, mostraram que o descontentamento é palpável, e que Honduras é uma bomba-relógio.

Por isso, é urgente que as organizações de movimento operário e popular, aproveitemos esta situação de crise permanente do governo. É urgente que nos organizemos e construamos uma verdadeira direção revolucionária que apoie a mobilização, e que aponte diretamente a queda do governo, mas confiando na força da maioria. Por isso precisamos construir uma Coordenação Nacional de Luta contra a Ditadura.

Artigo originalmente publicado em Edición de Noviembre 2018 de El Trabajador

Tradução: Lilian Enck

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