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Declarações

Declaração conjunta de trabalhadores socialistas revolucionários da Venezuela, Colômbia e Estados Unidos

Unidade da classe trabalhadora contra a opressão imperialista na América Latina e o chamado à mobilização internacional.

UST - Venezuela, PST - Colômbia, A oz dos Trabalhadores - EUA

outubro 30, 2025

Nós, organizações de trabalhadores socialistas revolucionários da Venezuela, Colômbia e Estados Unidos, repudiamos totalmente os assassinatos injustificáveis de marinheiros e pescadores da Venezuela, Colômbia e Trinidad pela marinha ianque. E também as asquerosas e mortais ameaças e provocações do governo de Trump contra os povos da Venezuela e Colômbia, que implicam um ataque imperialista e um risco mortal para toda a região da América Latina. O governo de Trump reconheceu 10 ataques contra embarcações suspeitas de contrabando de drogas provenientes da América do Sul, nos quais morreram pelo menos 57 pessoas, conforme relata o The New York Times, somando o ataque de sexta-feira, 27/10/2025, que deixou um saldo de quatorze falecidos.

Os argumentos da “guerra contra as drogas” são apenas um pretexto para configurar uma manobra vazia imperialista. Não foi apresentada nenhuma prova de que os que foram assassinados pelos EUA nas últimas semanas sejam narcotraficantes — ressaltando que mesmo que fosse verdade, isso não justifica seu assassinato aleatório por um esquadrão militar. O histórico das intervenções ianques mostra que sua política não tem a menor intenção de combater o narcotráfico. Pelo contrário, as agências federais dos EUA colaboraram com os cartéis narcotraficantes no México e na Colômbia, e suas intervenções não serviram para parar o tráfico, mas para reorganizá-lo sob controle ianque.

Ao acusar, sem mostrar provas, a Nicolás Maduro e recentemente a Petro, como um líderes dos narcotraficantes, Trump claramente prepara o pretexto para uma intervenção militar contra a Venezuela e não se pode descartar também contra a Colômbia. Por sua parte, a tentativa de Trump de apresentar Maduro e Petro como imorais e ilegais “líderes do tráfico de drogas” ignora a própria participação de seu governo e governos anteriores dos EUA no narcotráfico, tanto quanto suas conexões pessoais com o famoso traficante de mulheres, Jeffrey Epstein.

Trump, ou qualquer presidente estadunidense, não tem nenhuma autoridade moral para denunciar presidentes ou até mesmo países inteiros da América Latina como traficantes de qualquer tipo. A tentativa do governo estadunidense é utilizar a “diplomacia de canhoneiras”—que pode chegar a ser uma invasão plena— para avançar em uma política imperialista de rapina e opressão para todos os povos da nossa América.

Nos Estados Unidos, identificamos como esses ataques imperialistas estão diretamente ligados aos ataques do governo Trump contra a classe trabalhadora norte-americana, e igualmente com o longo histórico de intervenções dos EUA contra a América Latina e a classe trabalhadora em geral, e incentivamos a mobilização de massas para freá-los totalmente, incluindo a anulação sem pagamento de todas as dívidas neocoloniais que controlam os EUA.

Nossa posição

Como socialistas que nos organizamos nos Estados Unidos, Venezuela e Colômbia, reconhecemos que precisamos nos mobilizar para enfrentar a maquinaria de guerra imperialista com o poder da classe trabalhadora organizada. Não temos nenhum compromisso com os governos burgueses de Maduro e Petro.

Situação na Venezuela e na Colômbia

Na Venezuela, sabemos que Maduro não tem nada de socialista, que mantém seu povo mergulhado na pobreza e que até está disposto a entregar toda a riqueza natural do país para satisfazer as demandas de Trump. Na Colômbia, apesar de suas denúncias corretas diante da hipocrisia e da ingerência imperialista, Petro continua no âmbito de pagar a dívida externa, e de ser parceiro global da OTAN, atado a compromissos que mantêm a Colômbia sob o controle do imperialismo.

Nosso compromisso é com a classe trabalhadora da Venezuela e da Colômbia, reconhecendo que a tentativa de derrubar Maduro com a pressão militar imperialista não vai fazer nada para melhorar as condições de vida do povo venezuelano; qualquer sanção de Trump contra a Colômbia afetará os trabalhadores; a ingerência imperialista só deixará os países mais empobrecidos e dominados pelo imperialismo. Tal como mostra o longo histórico de intervenções militares ianques em nosso continente e no mundo.

Uma intervenção militar na Venezuela, Colômbia ou qualquer outro país do continente, o que se busca, em última instância, é reinstalar o método do porrete e das incursões militares diretas para determinar os rumos políticos de nossos países conforme a conveniência do imperialismo norte-americano e reforçar a proteção de seus interesses políticos, econômicos e militares, em uma região historicamente estratégica para o imperialismo ianque e que consideram seu quintal.

Demandas e apelos

Por tais razões, na Venezuela, chamamos à ação política unificada para derrotar a ameaça dos ataques imperialistas. O povo trabalhador precisa se mobilizar nesta luta, e a partir daí avançar e se organizar para derrotar os ajustes antioperários e antipopulares do governo de Maduro. Enquanto isso, na Colômbia, chamamos a não pagar a dívida externa imperialista, sair da OTAN e ao rechaço de qualquer chantagem imperialista. Em toda a América Latina e em todo o mundo, rejeitamos a intervenção militar imperialista e exigimos a retirada da presença militar ianque no Mar do Caribe e no Oceano Pacífico.

Chamamos a mais ampla unidade de ação internacional, da classe trabalhadora, dos oprimidos e do povo em geral, para derrotar a ofensiva imperialista. É um fato que o povo estadunidense já se mobiliza contra seu governo, com os 7 milhões de pessoas que tomaram as ruas no dia 18 de outubro, e é necessário aprofundar e organizar esse sentimento popular para que tenha a força da classe de fazer greve geral; e nos países latino-americanos é necessário mobilizar-se amplamente da mesma maneira para se defender tanto dos ataques ianques quanto dos senhores de nossos países que nos entregam aos mesmos imperialistas. Essas lutas de nossa classe precisam incorporar também a luta dos imigrantes pelo direito de viver em paz e se unir à luta mundial contra o saqueio imperialista em geral.

  • Fora as mãos ianques da América Latina!
  • Abaixo a dívida externa!
  • Trump tem que pagar por todos os assassinados!
  • ¡A luta contra o imperialismo se ganha com a mobilização e direção da classe operária internacional!

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