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Cuba

O aumento histórico das tarifas do monopólio telefônico em Cuba

junho 6, 2025

Declaração do Coletivo “Socialistas en Lucha”

Na manhã de 30 de maio de 2025, o povo cubano acordou com a notícia do aumento excessivo dos preços de acesso à telefonia móvel. A medida foi implementada sem aviso prévio por autoridades empresariais e funcionários do governo. Com essas modificações drásticas, a empresa viola o ponto sete do contrato de serviço de telefonia celular pré-paga, que estabelece: “A ETECSA informará o cliente, com trinta (30) dias corridos de antecedência, sobre qualquer alteração nos termos da prestação do serviço”. Assim, a empresa viola o compromisso contratual estabelecido com os consumidores do país, o que constitui uma violação jurídica de âmbito nacional.

A ETECSA passou de oferecer uma opção mínima de acesso à internet a 110 pesos cubanos para oferecer sua opção mais exigente, um serviço extra, a 11.760 pesos em moeda nacional, representando uma diferença de mais de 10.000%, equivalente a multiplicar os custos por aproximadamente 100 vezes em seu valor máximo. A empresa também reduz o acesso a 6 gigabytes por mês para o primeiro serviço; ao mesmo tempo, promove a expansão de serviços extras, com preço de 3.360 pesos cubanos, equivalente a 1,6 salário mínimo ou 2,2 vezes a pensão básica de um aposentado.

Essa nova violação visa reduzir o consumo médio da população, incentivando o pagamento em dólares por meio de recargas ou remessas internacionais. Em meio a um cenário tão complexo, marcado por apagões diários que ultrapassam 22 horas de falta de energia em comunidades do interior, o acesso à internet não é apenas uma opção legítima de entretenimento; também representa um importante mecanismo de trabalho, acesso a fontes de informação e um canal de comunicação em uma ilha que sofre com um êxodo migratório sustentado de quase dois milhões de habitantes entre 2020 e 2025. Por esses motivos, essa medida também impacta a economia de familiares que vivem no exterior, que enfrentam desafios migratórios em um contexto global cada vez mais hostil para aqueles com esse status.

Este último pacote se soma ao conjunto de medidas antipopulares de tom neoliberal promovidas pela alta cúpula do Partido Comunista Cubano (PCC). O governo reafirma sua disposição de promover o extrativismo econômico rentista, em vez de ampliar a capacidade produtiva da indústria nacional, de forma a levar à valorização do emprego e seu reflexo nos salários dos trabalhadores. A saída popular e revolucionária contra um regime empobrecedor e autoritário é o caminho para restaurar a justiça e o bem-estar do povo cubano.

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