Após ataque com drone dos Houthis, Israel abre ofensiva contra Iêmen
Houthis ampliam a solidariedade com os palestinos e Israel avança o genocídio pela fome
Por: Marcel Wando
Um drone carregado de explosivos atingiu um prédio de apartamentos no centro de Tel Aviv na madrugada de sexta-feira, 19 de julho de 2024, matando um homem israelense e ferindo vários outros. Os houthis reivindicaram a autoria do ataque e prometeram continuar mirando Tel Aviv e afirmam que seus drones não são detectados pelos radares israelenses.
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Vídeo amador que captura o drone entrando em Tel Aviv.
Esse ataque sem precedentes na capital da ocupação sionista amplia o medo dos colonos sobre a real segurança que oferece o Domo de Ferro (sistema de defesa aéreo que intercepta mísseis, aviões e drones).
Iêmen amplia a resistência palestina contra Israel
Este incidente é parte de uma série de ataques que refletem a resistência contra a ocupação colonial sionista na região. Desde 7 de outubro de 2023, Israel vem ampliando o genocídio contra os palestinos, que pode ter ultrapassado os 180 mil mortos. Os Houthis são parte da resistência contra essa opressão colonial. Desde novembro lançaram mais de 200 mísseis balísticos, mísseis de cruzeiro e drones contra Israel, intensificando seus esforços em solidariedade aos palestinos na Faixa de Gaza.
Na madrugada de sexta-feira, o drone iraniano Samad-3, modificado para ter um alcance estendido, voou a baixa altitude por várias horas antes de atingir um prédio de apartamentos em Tel Aviv às 3:12 da manhã. A explosão resultou na morte de Yevgeny Ferder, de 50 anos, que foi atingido por estilhaços. Ferder era um ex-combatente das Forças Armadas de Israel. Além disso, oito pessoas foram hospitalizadas, quatro delas feridas por estilhaços ou ondas de choque e as outras quatro tratadas por ansiedade aguda.
O local do impacto, próximo a hotéis e ao escritório da embaixada dos EUA em Tel Aviv, atualmente abriga muitos colonos israelenses que foram se abrigar por medo de viver na fronteira com o Líbano e Faixa de Gaza, onde o Estado de Israel está realizando ofensivas militares. O porta-voz das Forças Armadas de Israel, Daniel Hagari, afirmou que a falha em interceptar o drone se deve a um erro humano, na tentativa de tranquilizar a população.
Israel promete retaliação
O Ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, imediatamente prometeu retaliação. No dia seguinte, dia 20, bombardeou o porto de Hodeidah, uma cidade a oeste do país situada no mar vermelho, matando 6 pessoas e ferindo 87. Esse porto é a principal porta de entrada da ajuda humanitária e de 70% das importações do Iêmen. Considerando que é o mais pobre dos países árabes, a ajuda humanitária cumpre um papel fundamental na sobrevivência da população.
Mais uma vez, Israel utiliza o pretexto de “luta contra o terror” para aplicar uma política de genocídio dos árabes pela fome, assim como faz com os palestinos em Gaza. Os houthis são a única organização árabe que realmente está enfrentando Israel além das palavras. A eficácia deste ataque, passando despercebido pelos sistemas de defesa de Israel, levanta dúvidas sobre a eficácia do Domo de Ferro. Para entender melhor a relação entre discurso e prática do chamado “Eixo da Resistência” (aliança de regimes e organizações políticas lideradas pelo regime iraniano), leia o texto Contra-ataque iraniano cria mais incertezas no Oriente Médio. Essa análise pode fornecer uma visão mais profunda sobre a dinâmica e as consequências das ações do Eixo da Resistência na região.
