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sábado, setembro 7, 2024

Soldados Israelenses Confessam Cometer Crimes de Guerra em Gaza

Depoimentos revelam ausência quase total de regulamentações, com soldados atirando à vontade, saqueando e incendiando casas e deixando corpos nas ruas com a permissão dos comandantes.

Por: Marcel Wando

Os jornais alternativos e independentes 972 Magazine e Local Call publicaram uma série de depoimentos de soldados israelenses no dia 8 de julho de 2024. Os relatos revelam a ausência quase total de regulamentações durante a invasão em Gaza. O exército de Israel permite, na prática, que os militares atirem à vontade, saqueiem, incendeiem casas de palestinos e deixem corpos nas ruas. Essas entrevistas foram conduzidas pelos próprios jornais.

Seis fontes — todas, exceto uma, falaram sob condição de anonimato — descreveram como soldados israelenses executavam civis palestinos que entravam em áreas definidas pelo exército como “zonas proibidas”. Os depoimentos retratam um cenário de violência desenfreada.

“Há uma liberdade total de ação,” disse B., um soldado que serviu em Gaza. “Se há uma sensação de ameaça, você simplesmente atira.” B. também mencionou que a política permitia atirar em qualquer um, independentemente de idade ou gênero.

S., um reservista, revelou que “pessoas queriam experimentar a ação”, descrevendo como soldados atiravam sem motivo, apenas para aliviar o tédio. Ele também destacou que os comandantes encorajavam a “demonstração de presença”, ou seja, dar tiros em áreas aparentemente desabitadas para assustar quem pudesse estar escondido.

M., outro reservista, relatou que as ordens de tiro vinham diretamente dos comandantes e que a prática de atirar indiscriminadamente era comum, envolvendo até metralhadoras, tanques e morteiros.

Yuval Green, o único soldado que aceitou ser identificado, descreveu um incidente durante o festival de Hanukkah, quando todo o batalhão abriu fogo como se as armas fossem fogos de artifício. Um “festival das luzes” ao contrário, que ao invés de celebrar a vitória dos Macabeus da opressão colonial, está celebrando a colonização dos palestinos.

C., outro soldado, falou sobre o risco de fogo amigo devido à falta de regulamentação de tiros. “Em várias ocasiões, forças do IDF atiraram na nossa direção,” afirmou.

Israel nega veementemente as denúncias de crimes de guerra, mas esses depoimentos fornecem novas provas que reforçam as acusações de violência indiscriminada contra civis palestinos. Essas práticas, se comprovadas, violam as convenções internacionais de guerra e direitos humanos.


A realidade em Gaza é alarmante, revelando uma brutalidade que desafia a nossa humanidade. Para entender mais detalhadamente o contexto e as implicações desses atos, recomendamos a leitura do texto Palestina: Seis meses de Genocídio e Resistência, que oferece uma visão abrangente sobre o conflito e as ações militares na região.

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