search
Senegal

A Liberdade do Povo Senegalês das Prisões do Regime Ditatorial!

A demonstrator holds up a Senegalese flag during protests against the arrest of opposition leader and former presidential candidate Ousmane Sonko in Dakar, Senegal, Friday, March 5, 2021. Days of violent protests in Senegal have killed at least one person, local reports say, as young people take to the streets nationwide in support of the main opposition leader who was detained Wednesday. (AP Photo/Leo Correa)
setembro 7, 2023

O Senegal é um país considerado como exemplo de estado de direito na África, e sobretudo na África subsaariana dos golpes de estado, desde a sua parcial independência em 1960, servindo de estado protetorado de França, para que o Neocolonialismo possa crescer tendo um presidente lacaio do imperialismo ao serviço direto do estado francês e vendendo uma imagem de um Senegal das liberdades enquanto reprime os seus opositores ao poder e também deixa o seu povo na penúria.

Por: UPRG-CASSACÁ-64 Cassacá-64

Os 30% dos senegaleses que vivem na extrema pobreza são empurrados pelo desemprego juvenil numa frustração total cujas vidas são empilhadas na migração clandestina ao mediterrâneo enquanto as elites políticas senegalesas entregam o país ao imperialismo para sugar toda riqueza que podia servir para tirar o povo das situações precárias em que se encontra.

O que Macky Sall está a fazer no Senegal, com a oposição liderada por Sonkó, é a velha tática do primeiro presidente ditador do Senegal, Léopold S. Senghor, que silenciou todas as vozes opostas à sua prepotência, que o levou a fazer um referendo constitucional em 3 de março de 1963, para o presidencialismo, para que Senghor pudesse exercer o seu poder autoritário sem nenhuma oposição. Este referendo foi contestado pelo partido Bloc Des Masses Sénégalaise, criado por Cheik A. Diop, mas infelizmente o referendo foi aprovado, e para retalhar oposição e fortalecer mais o seu poder ditatorial, logo em seguida, em 14 de outubro extinguiu o partido BMS , e também prendeu seu líder que era o Diop. Por outro lado, para ter total controle do país e assegurar os interesses políticos e econômicos do imperialismo, sobretudo da burguesia francesa, fez outro prisioneiro político de peso, o seu ex- primeiro ministro Mamadu Dia, no 18 dezembro, acusado por  tentativa de golpe de estado.

 Na atualidade, a extinção do PASTEF e encarceramento dos mais 1000 presos desde as primeiras vãs tentativas de colocar no calabouço o seu feroz adversário político e, consequentemente da França, o país registrou mais de duas dezenas de mortes, a sangue frio, pelas mãos dos aparatos repressivos do regime ditatorial nas manifestações desencadeadas contra o terceiro mandato do Macky sall. Ora o mesmo povo que se enfrentou num passado histórico com Abdoulaye Wade (antecessor de Sall), na tentativa de fazer um terceiro mandato, que não teve sucesso devido à resistência heroica do povo,  que culminou com eleições em 2012 com vitória de Macky Sall, é o mesmo a sofrer nas garras do agora ditador.

Em 2021 Ousamane Sonkó foi acusado de ter violado uma mulher que era sua massagista e também por difamação à uma figura do governo de Sall, teve uma condenação de 6 meses de pena suspensa do caso de difamação, à acusação de violação  juntou-se acusações  de incitação à violência atentado terrorista contra o estado e aliciamento de menores não tendo transitado em julgado. Em 1 de junho Sonko foi condenado a dois anos de prisão num veredito final e desde lá a sua casa voltou a ser cercada pelas forças policiais, culminando com a sua detenção no final de julho do ano corrente.

O estado senegalês não só oprime seu povo, mas também é um estado satélite

para geopolítica francesa na África subsaariana.

Em 1998 no conflito Civil, apelidado 7 de Junho na Guiné, entre uma junta Militar, liderado pelo Brigadeiro Ansumane Mané, chefe de estado maior na altura, com o governamental liderada por Nino Vieira, um ditador no poder há 19 anos, aliado da França, Isso fez com que Senegal (enquanto aliado francês enviasse a sua força militar para combater ao lado da governamental, com objetivo de salvaguardar os interesses pendentes no litígio da zona da exploração conjunta(ZEC) dos dois países.

Além disso, o estado do Senegal com apoio da França, obrigou, através da sua negação à independência, o povo casamance a pegar em armas, há mais de 40 anos na luta pela sua secessão.

O caráter ditatorial de Sall transcende as fronteiras do Senegal, porque foi o padrinho na criação do regime ditatorial da Guiné-Bissau comandado por Embaló, suporte que se mantém presente a um regime que manda espancar assassinar os adversários políticos e nega a liberdade de expressão, tal como Sall está a fazer no Senegal. Por isso, é fundamental, na verdade, chamarmos unidade e luta dos dois países, independentemente de estarem a viver sob regimes ditatoriais, mas também por serem do mesmo povo, divididos pelo imperialismo através da conferência de Berlim (1884/1885).

Todas essas atrocidades que  Sall, está a cometer contra o povo senegalês não é por acaso, mas sim, é sustentada numa convicção ideológica de luta de classes, o partido de Sall, que é APR , é membro da internacional liberal, na qual o maior testa de ferro da França, em África. O presidente da Costa de Marfim, Alassane Ouattara, e o seu partido também fazem parte, bem como a Iniciativa Liberal de Portugal. Por isso, que Sall, precisa sangrar o seu povo para que o seu partido possa manter interesse intacto da exploração do petróleo, gás e lítio descobertos nos anos 2014 e 2016. Tudo isso também é a base material do silêncio e suavização das mídias internacionais ao regime ditatorial no Senegal, devido os interesses da Total SA, uma empresa petrolífera que usa a dolorosa combinação oprimir para melhor explorar financiando através dos contratos neocoloniais o governo ditatorial para melhor assegurar seus interesses no Senegal.

 A única televisão que transmite de fato o que se passa no Senegal, a Walf TV, foi suspensa durante 30 dias para melhor massacrar o povo senegalês, mesmo assim, a ditadura não escondeu a sua verdadeira face xenófoba ao expulsar 79 cidadãos Conakry-Guineenses, por terem participado nas manifestações contra a ditadura. Esta determinação dos expulsados demonstra a importância do internacionalismo e de uma organização política revolucionária da vanguarda da classe trabalhadora no Senegal, em África e no mundo, porque esses homens e mulheres expulsos do Senegal são trabalhadores e trabalhadoras que criam a riqueza ostentada pelo estado lacaio do imperialismo no Senegal.

Por isso, lá estavam nas ruas a defender os seus interesses enquanto aqueles que produzem a riqueza do Senegal. No entanto, o povo de Senegal não se deve desarmar, apesar de todas as brutalidades da máquina opressiva do estado burguês, mas sempre deve organizar e chamar unidade a todes os setores oprimidos e explorados, desde os emigrantes, Lgbt’s, as mulheres os camponeses e em geral toda a classe trabalhadora para lutar de uma forma coesa criando mecanismos de autodefesa contra o regime ditatorial!

Exigimos:

Liberdade a todos os presos políticos!

Fora Macky Sall e seu regime ditatorial!

Viva povo senegalês!

Referências Bibliográficas:

https://www.dw.com/pt-002/senegal-televis%C3%A30-suspensa-ap%C3%B3s-noticiar-prote stos/a-65885521

https://www.dw.com/pt-002/senegal-l%C3%ADder-da-oposi%C3%A7%C3%A3o-foi-detido-i mprensa/a-66380901

https://www.dw.com/pt-002/sobe-para-15-n%C3%BAmero-de-mortos-em-protestos-no-sene gal/a-65816863

https://www.infopedia.pt/apoio/artigos/Squerra-civil-na-quine-bissau

https://www.facebook.com/SonkoOfficiel/videos/1353833485209265/?app=fbl https://observador.pt/2016/04/20/infografia-os-maiores-acidentes-migrantes-no-mar-mediterr aneo/

https://www.casafrica.es/pt/pessoa/cheikh-anta-diop#

https://www.dadosmudiais.com/africa/senegal/divida.php

https://www.rtp.pt/noticias/mundo/rebeldes-de-casamanca-ameacam-entrar-na-guine-bissau -se-forem-atacados n1294986

Leia também