sáb set 07, 2024
sábado, setembro 7, 2024

Até o socialismo sempre, Noemí!

Quando uma revolucionária morre, nunca morre!

Por: Freddy Salazar

É com profunda dor que me despeço daquela que foi minha amada, companheira e camarada de toda a vida, Noemi Benito.

Tivemos dois filhos e criamos uma família numerosa com 5 netos e netas que eram nossa adoração.

Noe era de origem argentina e militante do glorioso PST argentino e de sua corrente internacional desde o início da década de 70 do século passado, e com o golpe militar de 1976 teve que se exilar, em Bogotá, com muitos de seus camaradas.

Na Colômbia, atuou no PST e foi secretária da Brigada Internacional Simón Bolívar, brigada de combate que apoiou a luta sandinista pela derrubada da ditadura de Somoza na Nicarágua entre 1978 e 1979.

Por esse motivo, ela foi presa junto com outros companheiros quando a polícia interveio na sede da organização.

Em 1980 veio para Lima, junto com outros companheiros, para apoiar o PST peruano, após a vitória eleitoral do Focep.

Aqui nos conhecemos, nos amamos e construímos uma família, com todos os seus problemas, militando juntos, até hoje quando sua vida acabou.

Tal como centenas de operários e operárias, jovens e mulheres lutadoras que a conheceram, Noe foi uma ativista incansável e solidária, e amiga de infinidade de lutadores e lutadoras com quem compartilhou ruas, assembleias, protestos e outras atividades.

Sempre sob as bandeiras do PST e da Liga Internacional dos Trabalhadores, LIT-QI, organizações que construímos como ferramentas políticas para a libertação da classe trabalhadora no Peru e no mundo.

E sempre modestamente, como militante de base dedicada, com paixão, alegria e perseverança, e sobretudo a partir da classe operária onde levava solidariedade e se destacava difundindo o nosso jornal.

Ela foi infinitamente solidária. Sua casa tornou-se espaço de reuniões e de coordenações operárias vinculadas ao trabalho do partido, e todos que ali apareciam sempre encontravam cama para descansar ou pão para comer. Seja um militante operário ou um camarada da Internacional, todos sempre tiveram aqui um lugar aconchegante organizado pelo imenso coração de Noe.

Desta forma, mostrou o que somos (e o que fazemos) em essência: somos plenamente internacionalistas porque a classe operária não tem pátria e lutamos com a mesma paixão e alegria na Argentina, na Colômbia ou no Peru. Dedicamos toda a nossa vida consciente e inteira à militância revolucionária porque não há maneira de derrotar o inimigo exceto com integridade. E fazemos isso de dentro da classe operária porque é a única classe que pode realizar esta tarefa revolucionária.

É isso que somos no PST e Noe foi um exemplo disso.

Também um exemplo de dedicação porque ao não aspirarmos a mais nada terminamos a nossa vida como a começámos, sem outra riqueza que não seja a nossa moral.

Nisso Noe foi um exemplo que nos orgulha e representa no PST.

E como companheira, mãe, avó e amiga, Noe também era assim, apaixonada, alegre e amorosa, com todos os seus defeitos que também a mostravam ser verdadeiramente humana.

Hoje nos despedimos, familiares, companheiros do PST e de vários países, e amigos e amigas, com profunda dor e com os punhos levantados porque sabemos que sua vida não foi em vão e que serve de exemplo para continuar a luta.

Suas bandeiras serão levadas por outras companheiros e companheiras que seguirão seu exemplo construindo nosso partido e nossa Internacional a partir e para a classe operária, até a vitória final.

Adeus querida Noe.

Até o socialismo sempre

Viva o PST.

Viva a LIT-QI

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