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Equador

A ART condena o assassinato de Fernando Villavicencio e responsabiliza o governo Lasso pela onda de violência e insegurança crescente no país.

agosto 18, 2023

O lamentável e covarde assassinato do candidato à presidência da República, Fernando Villavicencio, é mais uma prova da profunda crise política e social que abala o país, caracterizada pela insegurança, violência, corrupção e incapacidade do Estado de cumprir suas funções essenciais.

Por: Articulação Revolucionária dos Trabalhadores – ART/Equador

A pergunta que todos os equatorianos se fazem diante desse ato execrável é como se explica que um político tão polêmico, ameaçado de morte e que supostamente era o homem mais protegido do país, tenha ficado tão exposto às balas de pistoleiros. A outra pergunta da gaveta é: quem mandou matar Villavicencio? Lembremos que pouco antes da sua morte as suas intervenções centrais estiveram focalizadas não só contra o correísmo mas também contra os bandos e máfias criminosas e as suas ligações com a polícia. Os fatos mostram que quadrilhas criminosas internacionais e nacionais estão inseridas nos mais altos escalões do poder, nas principais instituições do Estado e também nas empresas. É muito difícil estabelecer uma separação entre o que é legal e o que é ilegal.

Fernando Villavicencio, identificado na juventude com a esquerda revolucionária, foi dirigente sindical da Petroecuador, posteriormente perseguido pelo governo Correa por suas denúncias de corrupção e pela resposta de seu governo à revolta policial de 11 de setembro de 2010. No entanto, sua posição mudou diametralmente, passou para as fileiras da direita, tornando-se conselheiro de Lasso e um de seus maiores aliados na destituída Assembleia Nacional.

Seu crime, somado a outros como o do ex-prefeito de Manta, tem efeitos políticos muito perniciosos, como favorecer o discurso de setores autoritários, geralmente identificados com a extrema direita, que propõem mão pesada, balas e repressão como única forma de enfrentamento do crime, desconsiderando as causas estruturais desse fenômeno e a defesa dos direitos humanos. Outra consequência muito negativa é o agravamento do sentimento de medo, impotência e incerteza na maioria da população, enfraquecendo uma atitude de protesto e luta contra as injustiças da sociedade capitalista.

O assassinato de Villavicencio chuta mexe com o tabuleiro eleitoral no qual se enfrentam quatro candidatos claramente identificados com grupos empresariais e a direita neoliberal (Sonnenholzner, Tópic, Noboa e Hervas) e a candidata correísta Luisa González, que expressa uma proposta neodesenvolvimentista e modernizadora do sistema capitalista que domina no Equador. O candidato Yaku Pérez, indicado por alguns setores da esquerda eleitoral e reformista, não propõe um programa de mudanças estruturais que responda aos trabalhadores e às classes populares, mas sim uma proposta morna de defesa do meio ambiente.

Porém, para além das eleições, o que nenhum candidato enfrenta neste momento é a política traidora, neoliberal e antipopular do governo Lasso. No quadro de uma campanha caótica e apressada, nenhum candidato se refere à política de privatizações do atual governo. Por exemplo, a regulamentação que permitirá que a energia elétrica seja instrumentada para priorizar o pagamento das geradoras privadas, enquanto o pagamento às empresas públicas é relegado para o último lugar. Ou as negociações que o governo está fazendo com as grandes empresas de telecomunicações como Claro e Movistar que dominam esse grande negócio de telecomunicações. Ou a venda do Banco del Pacífico, que é feita com muito sigilo. Ou a nova rodada de negociações do petróleo no sul do oriente equatoriano. Ou a entrega de novas concessões às grandes mineradoras estrangeiras sem ouvir os clamores dos povos atingidos pela contaminação.

Outra questão gravíssima são as reformas que pretendem fazer na Lei da Previdência Social por uma comissão nomeada pelo governo, formada por economistas neoliberais e ligada a organizações como o Banco Mundial, que se propõem a resolver a crise aumentando o tempo para conseguir a aposentadoria e outras medidas que afetem os trabalhadores. Enquanto isso, a dívida não paga com o IESS (Instituto de Seguridade) por parte do governo e dos setores empresariais continua aumentando à custa do péssimo atendimento e da falta de remédios e insumos básicos sofridos pelos filiados. A política contra trabalhadores afetados por demissões, instabilidade e condições de trabalho cada vez mais precárias também é gravíssima.

Também não há alternativas por parte das candidaturas e seus partidos de papel quanto ao pagamento da dívida externa, submissão ao FMI e penetração de diversas organizações americanas e israelenses nos planos e órgãos de segurança do Estado. Em geral, nenhum se refere às mudanças estruturais necessárias para enfrentar questões centrais como fome, desemprego, desigualdade e insegurança.

Consequentemente, como ART declaramos que não apoiaremos nenhum dos candidatos e grupos políticos que concorrem nestas eleições e nossa decisão é anular o voto.

Em relação às consultas populares sobre extração de petróleo no Yasuní-ITT e Chocó Andino, nossa posição é de votar SIM, na consulta nacional, a favor da manutenção do petróleo no subsolo no bloco 43, conhecido como ITT; e, SIM nas quatro perguntas sobre a proibição de qualquer mineração no Chocó Andino que será realizada no Distrito Metropolitano de Quito.

A tarefa fundamental nesta dura etapa para as classes populares do Equador é continuar a luta contra as estruturas sociais injustas de um capitalismo selvagem e decadente, dominado por máfias de todo tipo. E consequentemente cada vez mais violento. Esta luta deve ser guiada por um programa revolucionário para acabar com o capitalismo e construir uma nova sociedade socialista. Na questão da segurança, nossa proposta para lidar com a questão da insegurança é a legalização e regularização de drogas menos letais como a maconha, tirando a atração de grandes lucros e, o mais importante, promovendo a organização popular para enfrentar o crime, porque é nítido que os aparelhos de segurança do Estado não têm capacidade para realizar esta tarefa.

A ART condena o assassinato de Fernando Villavicencio e responsabiliza o governo Lasso pela onda de violência e insegurança crescente no país.

O lamentável e covarde assassinato do candidato à presidência da República, Fernando Villavicencio, é mais uma prova da profunda crise política e social que abala o país, caracterizada pela insegurança, violência, corrupção e incapacidade do Estado de cumprir suas funções essenciais.

A pergunta que todos os equatorianos se fazem diante desse ato execrável é como se explica que um político tão polêmico, ameaçado de morte e que supostamente era o homem mais protegido do país, tenha ficado tão exposto às balas de pistoleiros. A outra pergunta da gaveta é: quem mandou matar Villavicencio? Lembremos que pouco antes da sua morte as suas intervenções centrais estiveram focalizadas não só contra o correísmo mas também contra os bandos e máfias criminosas e as suas ligações com a polícia. Os fatos mostram que quadrilhas criminosas internacionais e nacionais estão inseridas nos mais altos escalões do poder, nas principais instituições do Estado e também nas empresas. É muito difícil estabelecer uma separação entre o que é legal e o que é ilegal.

Fernando Villavicencio, identificado na juventude com a esquerda revolucionária, foi dirigente sindical da Petroecuador, posteriormente perseguido pelo governo Correa por suas denúncias de corrupção e pela resposta de seu governo à revolta policial de 11 de setembro de 2010. No entanto, sua posição mudou diametralmente, passou para as fileiras da direita, tornando-se conselheiro de Lasso e um de seus maiores aliados na destituída Assembleia Nacional.

Seu crime, somado a outros como o do ex-prefeito de Manta, tem efeitos políticos muito perniciosos, como favorecer o discurso de setores autoritários, geralmente identificados com a extrema direita, que propõem mão pesada, balas e repressão como única forma de enfrentamento do crime, desconsiderando as causas estruturais desse fenômeno e a defesa dos direitos humanos. Outra consequência muito negativa é o agravamento do sentimento de medo, impotência e incerteza na maioria da população, enfraquecendo uma atitude de protesto e luta contra as injustiças da sociedade capitalista.

O assassinato de Villavicencio chuta mexe com o tabuleiro eleitoral no qual se enfrentam quatro candidatos claramente identificados com grupos empresariais e a direita neoliberal (Sonnenholzner, Tópic, Noboa e Hervas) e a candidata correísta Luisa González, que expressa uma proposta neodesenvolvimentista e modernizadora do sistema capitalista que domina no Equador. O candidato Yaku Pérez, indicado por alguns setores da esquerda eleitoral e reformista, não propõe um programa de mudanças estruturais que responda aos trabalhadores e às classes populares, mas sim uma proposta morna de defesa do meio ambiente.

Porém, para além das eleições, o que nenhum candidato enfrenta neste momento é a política traidora, neoliberal e antipopular do governo Lasso. No quadro de uma campanha caótica e apressada, nenhum candidato se refere à política de privatizações do atual governo. Por exemplo, a regulamentação que permitirá que a energia elétrica seja instrumentada para priorizar o pagamento das geradoras privadas, enquanto o pagamento às empresas públicas é relegado para o último lugar. Ou as negociações que o governo está fazendo com as grandes empresas de telecomunicações como Claro e Movistar que dominam esse grande negócio de telecomunicações. Ou a venda do Banco del Pacífico, que é feita com muito sigilo. Ou a nova rodada de negociações do petróleo no sul do oriente equatoriano. Ou a entrega de novas concessões às grandes mineradoras estrangeiras sem ouvir os clamores dos povos atingidos pela contaminação.

Outra questão gravíssima são as reformas que pretendem fazer na Lei da Previdência Social por uma comissão nomeada pelo governo, formada por economistas neoliberais e ligada a organizações como o Banco Mundial, que se propõem a resolver a crise aumentando o tempo para conseguir a aposentadoria e outras medidas que afetem os trabalhadores. Enquanto isso, a dívida não paga com o IESS (Instituto de Seguridade) por parte do governo e dos setores empresariais continua aumentando à custa do péssimo atendimento e da falta de remédios e insumos básicos sofridos pelos filiados. A política contra trabalhadores afetados por demissões, instabilidade e condições de trabalho cada vez mais precárias também é gravíssima.

Também não há alternativas por parte das candidaturas e seus partidos de papel quanto ao pagamento da dívida externa, submissão ao FMI e penetração de diversas organizações americanas e israelenses nos planos e órgãos de segurança do Estado. Em geral, nenhum se refere às mudanças estruturais necessárias para enfrentar questões centrais como fome, desemprego, desigualdade e insegurança.

Consequentemente, como ART declaramos que não apoiaremos nenhum dos candidatos e grupos políticos que concorrem nestas eleições e nossa decisão é anular o voto.

Em relação às consultas populares sobre extração de petróleo no Yasuní-ITT e Chocó Andino, nossa posição é de votar SIM, na consulta nacional, a favor da manutenção do petróleo no subsolo no bloco 43, conhecido como ITT; e, SIM nas quatro perguntas sobre a proibição de qualquer mineração no Chocó Andino que será realizada no Distrito Metropolitano de Quito.

A tarefa fundamental nesta dura etapa para as classes populares do Equador é continuar a luta contra as estruturas sociais injustas de um capitalismo selvagem e decadente, dominado por máfias de todo tipo. E consequentemente cada vez mais violento. Esta luta deve ser guiada por um programa revolucionário para acabar com o capitalismo e construir uma nova sociedade socialista. Na questão da segurança, nossa proposta para lidar com a questão da insegurança é a legalização e regularização de drogas menos letais como a maconha, tirando a atração de grandes lucros e, o mais importante, promovendo a organização popular para enfrentar o crime, porque é nítido que os aparelhos de segurança do Estado não têm capacidade para realizar esta tarefa.

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