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Uruguai: Abaixo a contrarreforma previdenciária

dezembro 27, 2022

A coalizão do governo já concordou em apresentar um projeto de reforma que viola os direitos dos trabalhadores. Com este projeto propõe-se que a idade da aposentadoria passe para 65 anos, obrigando as gerações mais novas a trabalhar mais cinco anos.

Por: IST Uruguai

Enquanto isso, no país o desemprego é uma realidade nítida e muitos jovens lutam para conseguir um emprego com salário mínimo. Tendo uma população desempregada ou com baixos salários, aumentar a idade de aposentadoria só piora a situação. Além dos anos de aposentadoria, com a reforma passarão a ser contabilizados os 25 melhores anos para aposentadoria, enquanto agora são os últimos 10 ou os 20 melhores anos, então o valor da aposentadoria vai variar para pior, vamos receber menos quando nos aposentarmos.

O projeto passou para o parlamento onde será discutido no senado. Entre os péssimos argumentos do governo estão a natalidade e o envelhecimento da população, dizendo que daqui a 20 anos não haverá gente para trabalhar no país. Então, como explicamos o desemprego? Tem gente de sobra para trabalhar, o que não sobra são empregos ou salários decentes. Outra explicação que dão é a falta de qualificação da mão de obra, enquanto por outro lado cortam os programas de estudo e não dão orçamento para a educação.

Em coletiva de imprensa, Lacalle Pou disse que o projeto “permitirá garantir uma velhice digna, mas também não endividar os jovens nem complicar o futuro”, mas na realidade é bem o contrário. Que velhice digna pode haver trabalhando mais para uma aposentadoria vergonhosa? Esquece que esses jovens que vão procurar trabalho no futuro são os mesmos que hoje vivem a pobreza, a falta de oportunidades e uma educação com cortes?

Desde o início sabemos que esse governo de ajuste nunca vai tirar lucros dos grandes empresários, mas diretamente dos trabalhadores. Por isso devemos nos organizar para sair às ruas e exigir que essa reforma dos ricos não avance.

A Frente Ampla, o Plenário Inytersindical de Trabalhadores/Convenção Nacional de Trabalhadores  (PIT CNT) e a reforma da Previdência

Há algum tempo, Fernando Pereira havia dito que a Frente Ampla provavelmente votaria alguns artigos da reforma da previdência, mas não todos: “se o governo votar a favor, vamos votar os artigos que a gente concordar, com certeza vamos vote neles”. Agora declarou em coletiva que a FA não apoia o projeto, mas que “vai trabalhar no parlamento para incorporar pontos de vista que não foram tidos em conta”. Essa é a solução: dialogar no Senado em vez de propor às bases uma luta contra o projeto.

Tudo indica que acontecerá algo parecido com o que aconteceu com o LUC: algumas partes serão votadas e outras não, o que mais uma vez os deixa apoiando em parte o governo. Eles também sabem que, neste caso, um referendo não pode ser realizado. A FA nunca negou a reforma e a “aposta no diálogo” só resultará em negociações com os setores mais rançosos do governo.

A direção do PIT CNT, por outro lado, pede um “diálogo social e negociação” e uma greve parcial em novembro em Montevidéu e na região metropolitana e agora chama a “encher as assembleias” sem convocar uma greve geral. A negociação, sempre a portas fechadas nos escritórios, acalmando as águas enquanto a coalizão vota uma reforma que nos faça trabalhar mais e por menos dinheiro. Em vários setores, foram feitas greves e os sindicatos da educação saíram às ruas: unificar as lutas é a melhor forma de enfrentar o governo.

Se realmente  se quer derrotar esta reforma, precisa de um plano unificado de luta decidido pela base que se aprofunde para preparar a greve geral. Negociar ou votar qualquer artigo da reforma é ser cúmplice das medidas antitrabalhadoras deste governo corrupto.

Não à contrarreforma da previdência

Não às AFAPs

Nem um único voto no parlamento com o governo corrupto

Por uma grande greve geral com mobilizações e assembleias de base para aprofundar a luta e derrotar o roubo de aposentadorias e eliminar as AFAPS

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