sáb abr 13, 2024
sábado, abril 13, 2024

Uruguai: crise política do governo e da Frente Ampla

Os recentes acontecimentos relacionados ao chefe da segurança presidencial, Alejandro Astesiano, acusado de vários crimes, por atuar como “gerente” de uma organização criminosa que mediante a falsificação de documentos concedia passaportes e identidades uruguaias a cidadãos russos, abriu uma profunda crise no governo, a qual estamos conhecendo os primeiros detalhes. A cada dia e hora que passa, novos fatos e crimes escandalosos são revelados.

Por: IST Uruguai

O Presidente Lacalle Pou, que primeiro, descaradamente, posou de surpreso, declarando que não tinha indícios sobre a ficha criminal de Astesiano e que, pelo contrário, este tinha um “profissionalismo irrepreensível”, teve que retroceder no dia seguinte, afirmando que estava ciente das “acusações”, que já haviam aparecido na imprensa anos antes. Querendo parecer surpreso, o presidente apareceu como um inepto.

É que o fato aconteceu bem debaixo de seus olhos: Astesiano realizou reuniões do grupo criminoso na própria Torre Executiva!! O constrangimento é total.

A comoção não parou de crescer a ponto de o próprio senador do governo, Jorge Gandini, declarar que “não pode ser que estejam armando uma organização criminosa na nossa cara, no coração do governo”.

O segurança pertencia ao círculo mais íntimo de Lacalle Pou e era amigo da família há mais de vinte anos. Como nada disso era conhecido? E se era conhecido, por que nada foi feito? Como era possível que ele se movesse com tanta impunidade?

A ramificação também deve ser muito profunda. Para realizar as manobras, Astesiano deve ter cúmplices no Registro Civil – cujo banco de dados teve acesso -, na polícia e em outros órgãos estatais.

Este escândalo internacional derruba a fábula do “Uruguai republicano”, “transparente”, onde “essas coisas não acontecem” e revela claramente que o Estado capitalista é corrupto por natureza.

Por outro lado, deve-se notar que a concessão de documentos falsos a cidadãos russos explode, nada mais e nada menos do que em meio a uma guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia.

Paralelamente a esses atos de corrupção e crime organizado que operavam a partir da própria Torre Executiva, outras notícias também foram conhecidas.

Sebastián Hagobian, membro da Comissão de Assuntos Internacionais da Frente Ampla (FA), viajou como observador aos referendos fraudulentos que o governo Putin está realizando nos territórios ocupados da Ucrânia, validando com sua presença a criminosa manobra russa.

A direção da FA, que fala de “paz” em abstrato, distanciou-se da presença de Hagobian na Ucrânia, mas evitou repudiá-la, assim como evitou repudiar a invasão russa com clareza e contundência. Desta forma, a “paz” permanece como um discurso meramente hipócrita.

Diante desses fatos, nós da Esquerda Socialista dos Trabalhadores (IST) exigimos que seja realizada uma investigação que chegue às consequências finais e um julgamento público que esclareça as ligações de Astesiano com a Rússia, bem como a rede criminosa montada em torno dele.

Por outro lado, repudiamos veementemente a presença de Hagobyan, validando a política assassina de Putin e expressando nosso apoio incondicional à luta do povo ucraniano em sua resistência ao invasor, sem depositar nenhuma confiança no governo pró-imperialista de Zelensky.

• Esclarecimento e julgamento público perante os atos de corrupção em torno da falsificação de documentos!

• Repudiamos a presença de Sebastián Hagobian (FA) validando a ocupação russa na Ucrânia e a farsa dos plebiscitos

• Pelo triunfo da resistência ucraniana contra a invasão Russa!

Tradução: Vítor Jambo

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