Diante da repressão às manifestações estudantis

0

Durante a semana passada, surgiu uma nova situação na conjuntura do país: os estudantes da Universidade do Estado do Haiti (UEH), pela primeira vez, chegaram a um acordo de suas reivindicações com as dos operários. Especificamente, trata-se do reajuste do salário mínimo, atualmente, em debate: os míseros 200 gourdes (4,5 dólares diários).


Saíram às ruas: foram barrados. Não é surpresa: sob o governo de René Préval, as forças repressivas impedem ou reprimem qualquer manifestação popular que tenha a ver com os interesses dos trabalhadores. Quando os estudantes reagiram, foram considerados culpados! É sempre assim: as vítimas são os culpados.


Os pais dos estudantes não podem pagar seus estudos e muitos deles moram em bairros populares, não tem como pagar as fotocópias dos livros, muito menos comprá-los ou utilizar transportes adequados, e sequer almoçar!


Decidiram, então, se manifestar e denunciar esta miséria física e mental e, assim, fazer frente à violência extrema desta situação que os afeta da mesma forma que a todo o povo. E, de uma maneira muito lúcida, articularam estas reivindicações com o «tema» do dia: o ataque feito por Préval e seu governo asqueroso à promulgação da lei de ajuste, que acaba de ser votada no Parlamento, tudo isso em acordo com os interesses dos mais reacionários burgueses da indústria têxtil.


Esses valentes estudantes sabem que esse ajuste os atinge e muito, pois se trata de seus pais, seus familiares, seus amigos de bairro, enfim, do sistema que globalmente oprime todo o povo.


Em relação a todos os posicionamentos que consideram justas as reivindicações dos estudantes, mas condenam a «violência», nós dizemos claramente e em voz alta: diante dessa situação opressora e da repressão diária e extrema das forças bestiais da MINUSTAH e da polícia nacional (formada e treinada pelas tropas ocupantes), os estudantes usaram tudo o que estava ao seu alcance, e com razão! Ponto final. Sua resposta é totalmente legítima. Legítima pelo nível de ataque que ocorre hoje em dia a suas vidas, legítima diante desta ocupação que vai destruindo sua consciência.


Não foram os estudantes que atiraram. Nenhum deles entrou em locais proibidos. Não foram os primeiros a usar a força: nós somos testemunhas de que foram as brutais intervenções das forças repressivas que interromperam nossa manifestação do Primeiro de Maio, na qual estavam justamente esses mesmos grupos de estudantes, junto com os trabalhadores de diversas categorias. Não foram eles que atiraram gás lacrimogêneo nas ruas, nos parques centrais, dentro das faculdades, nos bairros e, também dentro do hospital municipal, inclusive em frente ao pavilhão da «maternidade» onde as crianças recém-nascidas foram intoxicadas!


Este grupo de estudantes se coloca como valente aliado de uma vanguarda séria. Saíram às ruas para se expressar e dizer o quanto estão fartos desta sociedade que os oprime. Ninguém pode negar que Maio de 68 na França proporcionou um avanço social ao país. Quem se opõe à Intifada, ou às ferozes mobilizações de Soweto? Quem ousaria dar as costas ao nosso 1804, construído sobre cinzas? Quem, desses políticos podres, jornalistas acomodados, intelectuais corrompidos podem acusar aos estudantes?  Todos eles antigos mortos que retornaram ao país com a queda de Duvalier, graças às barricadas erguidas por nós, trabalhadores do povo, por cima dos corpos de nossos companheiros que caíram no caminho.


Dizem que a MINUSTAH e a polícia existem para proporcionar a «ordem». Que ordem? Nós sabemos muito bem que toda vez que a situação piora, a culpa é inteiramente das classes dominantes e sua ordem arcaica que a todo custo tratam de manter, e não querem de maneira alguma acatar a mais mínima reivindicação democrática. Não têm nenhum senso do momento histórico passado: seguem sendo colonialistas, escravocratas – acabados!


É hora, para nós de todas as forças progressistas, de assumir a mudança, a profunda mudança que nossa sociedade exige. A real mudança, da mesma forma que fizemos em relação ao arcaico regime duvalierista, sem falar de como o fizeram os escravos em 1804! Vida ou morte. Diante da morte que os dominantes tratam de nos infligir. Esta miséria tem que acabar!


ü       Honra e respeito aos estudantes e à população que se levanta contra esta calamidade!


ü       Libertação incondicional para todos os presos!


ü       Atendimento de todas as reivindicações dos estudantes!


ü       Promulgação da lei dos 200 gourdes! E garantir que os sanguinários burgueses a respeitem.


ü       Somente as classes dominantes são responsáveis por termos chegado a um momento tão dramático: que eles paguem por isso!


BATAY OUVRIYE


 

Carta del PT al Congreso del Espacio Unitario Popular

0

El 19 de junio, en Asunción, se desarrollará el Congreso del Espacio Unitario Popular (EUP). Este encuentro está convocado, principalmente, por Tekojoja, el P-MAS, el PCP y Convergencia Popular Socialista, todos ellos partidos componentes de lo que podemos denominar la izquierda luguista.


 El objetivo del Congreso, según la nota de convocatoria, es «avanzar en el proceso de cambios y profundización de la democracia». Vale aclarar que, para estas izquierdas, avanzar en el proceso de cambios no es otra cosa sino dar apoyo político -sea éste incondicional o «crítico»- al gobierno de Lugo-PLRA, el «gobierno del cambio», al decir del PCP.


 Esto queda muy claro en la referida nota, donde afirman que: «El Presidente Fernando Lugo tiene la tarea de cumplir con los puntos de su programa de gobierno (…) y este hecho nos lleva a asumir con responsabilidad, protagonismo, unidad y patriotismo, nuestra tarea por el desarrollo y la realización de los cambios necesarios y urgentes (.)». Es decir, ante la flagrancia de las medidas anti-populares que viene aplicando el gobierno de Lugo-PLRA y la creciente desilusión de la clase trabajadora, estas izquierdas se ofrecen, no para colocarse al lado del pueblo y enfrentar al gobierno, sino para tratar de ayudar a Lugo a cumplir sus promesas, todas falsas por cierto. Intentan lavarle la cara y sacarle las castañas del fuego.


 ¿Para quiénes gobierna Lugo?


 El EUP trata de mimetizar su apoyo al gobierno Lugo-PLRA. En ese afán afirman que «el programa que triunfa con Lugo no es liberal ni colorado» sino que «contempla cambios básicos, urgentes y necesarios para avanzar hacia la verdadera democracia con justicia social».


 Los únicos que intentan truncar este proceso de cambios iniciado el 20 de Abril, siempre según el EUP, serían solamente los sectores retardatarios que «se empecinan en trabar el avance de los cambios favorables a la mayoría», que supuestamente son impulsados desde el gobierno de Fernando Lugo.


 En primer lugar, conviene asentar categóricamente que para el Partido de los Trabajadores (PT) el gobierno de Lugo-PLRA no es ni patriótico, ni progresista, ni popular. Es un gobierno que, por las relaciones de propiedad y el tipo de Estado que defiende, representa los intereses de los poderosos de nuestro país. Su programa, quizás con una apariencia distinta, es mantener la dominación capitalista y la sumisión del Paraguay al imperialismo.


 Todas sus medidas demuestran este carácter de clase del gobierno de Lugo. Su plan económico neoliberal, su política entreguista con relación a los recursos energéticos, los ataques a los derechos conquistados de los trabajadores estatales y la represión brutal contra los sin tierra, sin techos, indígenas e incluso contra sectores que lo apoyan, como aquella garroteada al Frente Social y Popular frente a la Fiscalía, son solo algunos hechos contundentes que marcan que este gobierno es neoliberal, represivo y pro-imperialista.


 ¿Qué es lo «progresivo» del proceso de cambios?


 En este sentido, sostenemos que lo «progresivo» de este proceso de cambios es el avance en la conciencia de las masas que giró y sigue girado hacia la izquierda, no el gobierno de Lugo-PLRA. Éste, por su carácter burgués y por su estrategia y táctica de conciliación de clases, conducirá a la derrota de este aspecto «progresivo», que viene desde abajo y con ganas de encontrar otras alternativas reales y no «más de lo mismo» pero disfrazado.


 La izquierda tiene la obligación de profundizar este avance en la conciencia popular no por los carriles del apoyo y la confianza en un gobierno capitalista -del cual los explotados solo cosecharán derrotas y desmoralización- sino por las sendas de la independencia política y la lucha directa por sus reivindicaciones en el sentido de una salida socialista y revolucionaria. 


 La importancia de la unidad


 Coincidimos en que existe una urgente necesidad de lograr la UNIDAD de los sectores explotados, oprimidos y de izquierda. La discusión sobre la unidad es sobre qué bases, con quién y para qué.


 El problema reside en que el EUP propone la unidad y la movilización pero para apoyar al gobierno de Lugo tras el argumento engañoso de defender la continuidad del proceso de cambios. Desde el PT plantemos la unidad y la articulación para luchar y defender nuestras conquistas. También para plantear una salida política global y radicalmente distinta a las salidas capitalistas. Ésta salida, desde nuestro criterio, debe apuntar en dirección a un Gobierno Obrero, Campesino y Popular con un programa socialista. 


 Dos caras de una misma moneda


 El Congreso del EUP busca fortalecer la pata popular para sostener al gobierno de Lugo, al igual que la Convención del PLRA pretende hacer lo mismo desde la derecha.


 El Congreso convocado para el 19 de junio no va a ser un encuentro para decidir ocupar tierras o luchar contra la flexibilización laboral o abrir una alternativa de clase y socialista, sino para tratar de fortalecer al gobierno en este momento de gran debilidad. Esta política, consideramos, es completamente errada.


 Será un acto político oficialista que, bajo la batuta de Tekojoja y  el P-MAS, propondrá a los explotados de este país seguir confiando en sus verdugos, hoy disfrazados de «progresistas».


 Es urgente una tercera alternativa, clasista y socialista


 La propuesta central del PT en el actual contexto es promover y construir un Tercer Espacio. Llamamos tercer espacio a uno distinto al espacio ‘gubernista’ y al de la «derecha tradicional». Es decir, una articulación clasista, democrática, combativa y socialista.


 El tercer espacio implica una composición de clase, un programa que exprese los intereses coyunturales e históricos de los explotados y oprimidos, una política de oposición a la derecha tradicional y al gobierno burgués «anormal» de Lugo-PLRA y un Plan de Lucha que parta de las necesidades más sentidas de las mayorías.


 Esta es la tarea y este el desafío del momento.


 Comité Ejecutivo del PT


Asunción, 17 de junio de 2009

¿Argentina se salva de la crisis mundial?

0

Cristina Kirchner viajó a la OIT a repetir que el gobierno, con su política de subsidios, a las empresas está logrando impedir que se produzcan despidos masivos. Hay datos que parecen avalar lo que dice. En las últimas semanas no ha habido noticias de despidos masivos o cierres de empresas. Por el contrario, hay gremios que están peleando aumentos salariales.


 


Por su parte, el diario La Nación publicó el 14 de mayo un artículo que asegura que la Argentina se está salvando de la crisis por el aumento de los precios de los granos y que eso producirá un superávit comercial de 15.000 millones de dólares este año.


 


¿Es verdad que la Argentina va a salvarse de la catástrofe mundial? En Estados Unidos, por tomar un dato, recién está por sentirse el impacto de la quiebra de las grandes automotrices, con el cierre de decenas de plantas de GM y Chrysler. Detrás de eso viene el derrumbe del inmenso sector autopartista yanqui. En Europa, solo en el primer trimestre de 2009 hubo 1,22 millones de nuevos despedidos y el producto bruto cayó 2,5%. Y en Asia, África y América Latina, de conjunto, hubo ya como mínimo un par de trimestres de caída de la producción.


 


En la Argentina, el superávit comercial, si se concreta, va a ser resultado, en importante medida, de la caída enorme de la importación de maquinara e insumos por la industria y el campo, lo que es reflejo a su vez de la gran baja de la producción y la inversión local. Aunque también disminuyen las exportaciones, lo hacen menos que las importaciones y de ahí el superávit.


 


La expresión más clara de lo que piensan las patronales de la economía argentina es la inmensa fuga de capitales, que según distintas fuentes desde el año pasado alcanzó ya los 40.000 millones de dólares.


 


Pero imaginemos un escenario -que puede darse- en el que la Argentina se vea menos afectada por la crisis que otros países. Supongamos que se concreta el superávit comercial de los 15.000 millones de dólares y que se mantienen las ventas de las empresas en el mercado interno, obteniendo importantes ganancias. ¿Qué pasará con ese dinero?


 


No cabe duda de que se va a ir por la vía de la fuga de capitales, la remesa de ganancias de las multinacionales que controlan las exportaciones argentinas y -quizás lo más importante- los enormes vencimientos de la deuda externa que el gobierno sigue pagando.


 


Ante el agravamiento continuo de la crisis en los países imperialistas es evidente que las multinacionales, los bancos buitres y los gobiernos de las potencias van a aumentar la presión del saqueo del tercer mundo para cubrir sus pérdidas. Y si en un país como la Argentina hay importantes ganancias, las multinacionales y los bancos buitres van a venir a saquearlo por todas las vías ya indicadas.


 


En realidad ese saqueo de nuestras riquezas y de lo que recauda el Estado por las multinacionales y los bancos buitres nunca paró. Un reflejo claro de esto es el rojo de las finanzas provinciales; el gobierno central se niega a darles lo que correspondería por la coparticipación porque ese dinero va justamente al pago de la deuda externa. Lo que viene es un brutal ajuste que afectará aún más la educación, la salud, caerán los sueldos, aumentarán los impuestos y tarifas, todo para pagar la deuda.


 


Eso es y será una expresión concreta de que el imperialismo nos hará pagar su crisis junto a los trabajadores y los pueblos de todo el mundo. La única manera de «zafar» de la crisis sería justamente lo opuesto de lo que hace el gobierno, con sus subsidios a General Motors y demás empresas y el pago de la fraudulenta deuda externa. 


Lo que hay que hacer es quitar el control de las grandes palancas de la economía a las multinacionales y los bancos buitres, desconocer la deuda externa y nacionalizar las tierras, las grandes fábricas, la banca y el comercio exterior. Y así asegurar que los recursos del país queden aquí y estén al servicio de garantizar el empleo y todas las necesidades de los trabajadoresy el pueblo.

Obama: novas formas de dominação

0

Há poucos meses a vitória eleitoral de Barack Obama, para presidente dos Estados Unidos, foi comemorada em quase todo o planeta. As pessoas queriam esquecer Bush que em seu governo, pela via militar, tentou derrotar qualquer país que não se submetesse a ele. O imperialismo quer ter o controle dos recursos energéticos fundamentais para dominar o planeta, por isso Bush invadiu o Afeganistão e o Iraque e ameaçava com uma guerra também o Irã e a Síria.


 


Na sua política interna Bush também não conseguiu melhorar a vida dos norte-americanos senão que, junto com a redução de direitos sociais e medidas cada vez mais autoritárias, se mostrou incapaz de impedir a explosão da crise econômica que agora afeta todo o planeta.


 


Mas a chegada de Obama ao poder produziu o fato histórico representado pela eleição de um presidente negro e filho de um emigrante muçulmano africano, ainda que não professasse a religião. Seus discursos propunham uma nova relação com o resto do mundo, uma aproximação com o mundo árabe… mas também continuava defendendo o Estado de Israel e, apesar de garantir que retiraria as tropas norte-americanas do Iraque, redobraria sua ofensiva ao Afeganistão, esperava a amizade de todos, mas combateria os inimigos.


 


Obama foi eleito presidente dos EUA com o apoio de importantes setores da burguesia norte-americana e, também teve o apoio de setores que se dizem de esquerda, alguns inclusive que se proclamam «socialistas» e «revolucionários». Os governantes da «esquerda» como Lula no Brasil ou Zapatero na Espanha lhe rendem homenagens e se oferecem para trabalhar com ele. Estes governantes se utilizam de seu prestígio, um por ter sido operário metalúrgico e o outro por ter retirado as tropas espanholas do Iraque, para conter as mobilizações dos trabalhadores e assim garantir os benefícios dos empresários.


 


Recordemos que o governo brasileiro tem o maior contingente de tropas na ocupação do Haiti e o espanhol tem tropas no sul do Líbano, que com a cobertura da ONU está a serviço dos EUA, ou seja, os dois governos fazem o trabalho que as tropas norte-americanas não podem fazer diretamente. Fidel Castro, por sua vez, saudou a eleição de Obama e desejou-lhe «sorte», Chávez, o presidente venezuelano, que tantos discursos fizera contra Bush, espera «ser seu amigo».


 


Barack Obama: o chefe do imperialismo


 


Agora que Obama já governou por alguns meses, podemos começar a ver o que realmente se pode esperar do novo presidente. Em primeiro lugar há que se ter em conta, ainda que pareça óbvio, que Obama é o presidente dos EUA, ou seja, é o chefe do imperialismo, governa para que os poderosos dos EUA e suas multinacionais possam continuar explorando os trabalhadores e saqueando todo o planeta. Ele não chegou ao poder para mudar o sistema, senão que veio para manter, de outra maneira, o domínio do imperialismo, do capitalismo.


 


Isto fica claro na resposta que está dando à crise econômica. Apoiou o milionário plano de ajuda financeira que Bush preparou para salvar o sistema financeiro e garantir assim, os benefícios dos bancos. Exigiu dos fabricantes de automóveis planos de reestruturação que incluía o fechamento de fábricas e de concessionárias, demissão de milhares de trabalhadores e redução dos direitos trabalhistas dos que foram mantidos nos postos de trabalho.


 


Na Ilha de Cuba, a base militar norte-americana de Guantánamo foi convertida em prisão extrajudicial. O anunciado fechamento desta prisão ilegal – onde 240 presos estão mantidos, sem julgamento, desde a invasão do Afeganistão – foi deixado para o próximo ano, embora ele declare que irá instaurar tribunais militares para julgar alguns dos detentos, enquanto outros continuarão na mesma situação.


 


Obama ao ver derrotado o plano de George Bush tenta, através de concessões democráticas, modificar a situação de ódio que se acumulou contra os EUA e o imperialismo e, sobretudo convencer às direções dos países e das organizações com quem tem conflito, de que aceitem seus planos através das negociações.


 


Conflitos no Oriente Médio


 


Com a derrota que as tropas dos EUA estão sofrendo no Iraque, Barack Obama apostou em anunciar que retiraria as tropas desse país e que esperava uma «nova relação com os países árabes». No entanto, a retirada não vai ser completa e se baseia em que as tropas do governo títere imposto pelos EUA no Iraque sejam capaz de controlar a ordem. Para isso, as tropas norte americanas vão continuar armando e treinando o que podemos considerar «tropas coloniais», como o foi o exército cipaio [1] na Índia colonizada pelo Império Britânico.


 


Além disto, as tropas que retiradas do Iraque vão para o Afeganistão, onde a resistência está se fortalecendo e infligindo grandes baixas ao exército ocupante. O controle do Afeganistão está lhe escapando das mãos e com isto se debilita seu aliado na região, o governo do Paquistão.


 


Diante destes problemas, a política do imperialismo para o Irã mudou, ainda que não descarte a «opção militar», tenta negociar com o regime iraniano. Sabe que com as derrotas que sofreu na região o regime iraniano se fortaleceu e por isso necessita neutralizar sua ascensão para frear os conflitos que tem na região. Esta é a razão pela qual se ofereceu para negociar o programa nuclear iraniano, ou seja, que o Irã possa ter energia nuclear para uso civil, controlada pelo EUA, a troco de que ajude a derrotar a resistência no Iraque. Por esse caminho busca domesticar o Hesbolah que pode vir a governar o Líbano no próximo período.


 


Se isso se concretiza, Israel continuará tendo a exclusividade das armas nucleares na região, o que é uma ameaça permanente para os povos árabes. O governo de Obama já anunciou qual será o próximo passo se não conseguir impor seus planos ao Irã: sanções econômicas. Recordemos como este tipo de medidas vitimou a milhares de pessoas no Iraque de Sadam Hussein.


 


Diferenças com Netanyahu [2], mas com o mesmo objetivo


 


O massacre de Gaza perpetrada, entre dezembro e janeiro, pelas tropas sionistas pretendia acabar com Hamas e colocar em seu lugar, um governo controlado por Israel. A polícia da Autoridade Nacional Palestina (ANP) dirigida pela Al-Fatah esperava na fronteira egípcia, sua entrada na faixa de Gaza junto com o exército israelense. Este plano fracassou devido à resistência palestina, mas deixou como resultado que as massas de todo mundo vejam a Israel como o carniceiro que realmente é. Esta derrota de Israel soma-se à que sofreu contra o Líbano, onde a resistência dirigida pelo Hezbolah ainda está comemorando.


 


O governo de Bush tinha apoiado a invasão à Faixa de Gaza com a idéia de que Israel, seus olheiros no mundo árabe, recuperasse o que foi perdido no Líbano. Este novo desastre está levando a uma mudança na política da nova administração norte americana.


 


Os sionistas não aceitam mais que uma derrota completa dos palestinos, por isso elegeram a direita da ultra direita para governar, que é o que Netanyahu e seu governo representa. Este governo não quer fazer nenhuma concessão aos palestinos, nem aos dois Estados, nem deixar de construir assentamentos nos territórios ocupados e por isso hoje, tem atritos com a proposta de Obama.


 


Mas atritos não os levam a deixar de ter o mesmo objetivo que é a manutenção do estado de Israel, que significa legalizar o roubo que o sionismo, com o apoio da ONU, impôs ao povo palestino. E isto é algo que o novo presidente dos EUA tem defendido, tanto em sua campanha, como com as nomeações (Rahm Emanuel o chefe da bancada democrata é um sionista declarado filho de um terrorista do Irgún) e como na reunião no mês de maio com Netanyahu onde, apesar das diferenças, declarou que sempre será seu aliado. Na realidade, sequer propôs deixar de apoiar economicamente os novos assentamentos sionistas.


 


A «aproximação do mundo árabe»


 


Em seu discurso no Cairo, apoiado e elogiado pela maioria dos governos árabes, justificou a ocupação do Afeganistão, a existência de Israel (recordou o Holocausto judeu e esqueceu-se das matanças dos palestinos), etc. Enquanto falava de seu desejo de se aproximar do povo muçulmano pediu sua colaboração contra os violentos extremistas. Para Obama não existe resistência contra a ocupação, todos são terroristas que assassinam inocentes. Para o presidente dos EUA o Iraque está melhor agora (um país destruído e ocupado militarmente pelos EUA) que com Saddam Hussein. E nisto não se diferencia de seu predecessor na Casa Branca.


 


Obama representa os setores do imperialismo que sabem que a política militarista de Bush e de Israel pode levá-los a derrotas cada vez mais importantes. Isto explica sua política de «aproximação com o mundo árabe». Obama quer aplicar a política de Bill Clinton, conseguir que Israel possa cumprir seu papel de gendarme do imperialismo fazendo com que os palestinos e os países árabes reconheçam o Estado de Israel em troca de que os palestinos possam ter um falso Estado, dependente de Israel. O que seu discurso busca é que as massas árabes deixem de ver os EUA como seu inimigo, que os governos árabes se envolvam cada vez mais com sua estratégia e que façam o que as tropas norte americanas não podem fazer.


 


Em resumo, o povo árabe e o resto do planeta têm com Obama um inimigo mais pérfido, mais difícil de combater. Os governos dos países árabes estão prontos para escutar seus cantos de sereia. Os trabalhadores e os povos têm que estar atentos para que as direções que até agora tinham combatido Israel e o imperialismo não cedam o que se ganhou nos últimos anos de luta.


 


Notas:


[1] Os cipaios eram soldados nativos treinados pelos ingleses nos moldes militares europeus;


[2] Benjamin «Bibi» Netanyahu – atual chefe do partido conservador Likud e primeiro-ministro de Israel.

Obama: novas formas de dominação

0

Há poucos meses a vitória eleitoral de Barack Obama, para presidente dos Estados Unidos, foi comemorada em quase todo o planeta. As pessoas queriam esquecer Bush que em seu governo, pela via militar, tentou derrotar qualquer país que não se submetesse a ele. O imperialismo quer ter o controle dos recursos energéticos fundamentais para dominar o planeta, por isso Bush invadiu o Afeganistão e o Iraque e ameaçava com uma guerra também o Irã e a Síria.


 


Na sua política interna Bush também não conseguiu melhorar a vida dos norte-americanos senão que, junto com a redução de direitos sociais e medidas cada vez mais autoritárias, se mostrou incapaz de impedir a explosão da crise econômica que agora afeta todo o planeta.


 


Mas a chegada de Obama ao poder produziu o fato histórico representado pela eleição de um presidente negro e filho de um emigrante muçulmano africano, ainda que não professasse a religião. Seus discursos propunham uma nova relação com o resto do mundo, uma aproximação com o mundo árabe… mas também continuava defendendo o Estado de Israel e, apesar de garantir que retiraria as tropas norte-americanas do Iraque, redobraria sua ofensiva ao Afeganistão, esperava a amizade de todos, mas combateria os inimigos.


 


Obama foi eleito presidente dos EUA com o apoio de importantes setores da burguesia norte-americana e, também teve o apoio de setores que se dizem de esquerda, alguns inclusive que se proclamam «socialistas» e «revolucionários». Os governantes da «esquerda» como Lula no Brasil ou Zapatero na Espanha lhe rendem homenagens e se oferecem para trabalhar com ele. Estes governantes se utilizam de seu prestígio, um por ter sido operário metalúrgico e o outro por ter retirado as tropas espanholas do Iraque, para conter as mobilizações dos trabalhadores e assim garantir os benefícios dos empresários.


 


Recordemos que o governo brasileiro tem o maior contingente de tropas na ocupação do Haiti e o espanhol tem tropas no sul do Líbano, que com a cobertura da ONU está a serviço dos EUA, ou seja, os dois governos fazem o trabalho que as tropas norte-americanas não podem fazer diretamente. Fidel Castro, por sua vez, saudou a eleição de Obama e desejou-lhe «sorte», Chávez, o presidente venezuelano, que tantos discursos fizera contra Bush, espera «ser seu amigo».


 


Barack Obama: o chefe do imperialismo


 


Agora que Obama já governou por alguns meses, podemos começar a ver o que realmente se pode esperar do novo presidente. Em primeiro lugar há que se ter em conta, ainda que pareça óbvio, que Obama é o presidente dos EUA, ou seja, é o chefe do imperialismo, governa para que os poderosos dos EUA e suas multinacionais possam continuar explorando os trabalhadores e saqueando todo o planeta. Ele não chegou ao poder para mudar o sistema, senão que veio para manter, de outra maneira, o domínio do imperialismo, do capitalismo.


 


Isto fica claro na resposta que está dando à crise econômica. Apoiou o milionário plano de ajuda financeira que Bush preparou para salvar o sistema financeiro e garantir assim, os benefícios dos bancos. Exigiu dos fabricantes de automóveis planos de reestruturação que incluía o fechamento de fábricas e de concessionárias, demissão de milhares de trabalhadores e redução dos direitos trabalhistas dos que foram mantidos nos postos de trabalho.


 


Na Ilha de Cuba, a base militar norte-americana de Guantánamo foi convertida em prisão extrajudicial. O anunciado fechamento desta prisão ilegal – onde 240 presos estão mantidos, sem julgamento, desde a invasão do Afeganistão – foi deixado para o próximo ano, embora ele declare que irá instaurar tribunais militares para julgar alguns dos detentos, enquanto outros continuarão na mesma situação.


 


Obama ao ver derrotado o plano de George Bush tenta, através de concessões democráticas, modificar a situação de ódio que se acumulou contra os EUA e o imperialismo e, sobretudo convencer às direções dos países e das organizações com quem tem conflito, de que aceitem seus planos através das negociações.


 


Conflitos no Oriente Médio


 


Com a derrota que as tropas dos EUA estão sofrendo no Iraque, Barack Obama apostou em anunciar que retiraria as tropas desse país e que esperava uma «nova relação com os países árabes». No entanto, a retirada não vai ser completa e se baseia em que as tropas do governo títere imposto pelos EUA no Iraque sejam capaz de controlar a ordem. Para isso, as tropas norte americanas vão continuar armando e treinando o que podemos considerar «tropas coloniais», como o foi o exército cipaio [1] na Índia colonizada pelo Império Britânico.


 


Além disto, as tropas que retiradas do Iraque vão para o Afeganistão, onde a resistência está se fortalecendo e infligindo grandes baixas ao exército ocupante. O controle do Afeganistão está lhe escapando das mãos e com isto se debilita seu aliado na região, o governo do Paquistão.


 


Diante destes problemas, a política do imperialismo para o Irã mudou, ainda que não descarte a «opção militar», tenta negociar com o regime iraniano. Sabe que com as derrotas que sofreu na região o regime iraniano se fortaleceu e por isso necessita neutralizar sua ascensão para frear os conflitos que tem na região. Esta é a razão pela qual se ofereceu para negociar o programa nuclear iraniano, ou seja, que o Irã possa ter energia nuclear para uso civil, controlada pelo EUA, a troco de que ajude a derrotar a resistência no Iraque. Por esse caminho busca domesticar o Hesbolah que pode vir a governar o Líbano no próximo período.


 


Se isso se concretiza, Israel continuará tendo a exclusividade das armas nucleares na região, o que é uma ameaça permanente para os povos árabes. O governo de Obama já anunciou qual será o próximo passo se não conseguir impor seus planos ao Irã: sanções econômicas. Recordemos como este tipo de medidas vitimou a milhares de pessoas no Iraque de Sadam Hussein.


 


Diferenças com Netanyahu [2], mas com o mesmo objetivo


 


O massacre de Gaza perpetrada, entre dezembro e janeiro, pelas tropas sionistas pretendia acabar com Hamas e colocar em seu lugar, um governo controlado por Israel. A polícia da Autoridade Nacional Palestina (ANP) dirigida pela Al-Fatah esperava na fronteira egípcia, sua entrada na faixa de Gaza junto com o exército israelense. Este plano fracassou devido à resistência palestina, mas deixou como resultado que as massas de todo mundo vejam a Israel como o carniceiro que realmente é. Esta derrota de Israel soma-se à que sofreu contra o Líbano, onde a resistência dirigida pelo Hezbolah ainda está comemorando.


 


O governo de Bush tinha apoiado a invasão à Faixa de Gaza com a idéia de que Israel, seus olheiros no mundo árabe, recuperasse o que foi perdido no Líbano. Este novo desastre está levando a uma mudança na política da nova administração norte americana.


 


Os sionistas não aceitam mais que uma derrota completa dos palestinos, por isso elegeram a direita da ultra direita para governar, que é o que Netanyahu e seu governo representa. Este governo não quer fazer nenhuma concessão aos palestinos, nem aos dois Estados, nem deixar de construir assentamentos nos territórios ocupados e por isso hoje, tem atritos com a proposta de Obama.


 


Mas atritos não os levam a deixar de ter o mesmo objetivo que é a manutenção do estado de Israel, que significa legalizar o roubo que o sionismo, com o apoio da ONU, impôs ao povo palestino. E isto é algo que o novo presidente dos EUA tem defendido, tanto em sua campanha, como com as nomeações (Rahm Emanuel o chefe da bancada democrata é um sionista declarado filho de um terrorista do Irgún) e como na reunião no mês de maio com Netanyahu onde, apesar das diferenças, declarou que sempre será seu aliado. Na realidade, sequer propôs deixar de apoiar economicamente os novos assentamentos sionistas.


 


A «aproximação do mundo árabe»


 


Em seu discurso no Cairo, apoiado e elogiado pela maioria dos governos árabes, justificou a ocupação do Afeganistão, a existência de Israel (recordou o Holocausto judeu e esqueceu-se das matanças dos palestinos), etc. Enquanto falava de seu desejo de se aproximar do povo muçulmano pediu sua colaboração contra os violentos extremistas. Para Obama não existe resistência contra a ocupação, todos são terroristas que assassinam inocentes. Para o presidente dos EUA o Iraque está melhor agora (um país destruído e ocupado militarmente pelos EUA) que com Saddam Hussein. E nisto não se diferencia de seu predecessor na Casa Branca.


 


Obama representa os setores do imperialismo que sabem que a política militarista de Bush e de Israel pode levá-los a derrotas cada vez mais importantes. Isto explica sua política de «aproximação com o mundo árabe». Obama quer aplicar a política de Bill Clinton, conseguir que Israel possa cumprir seu papel de gendarme do imperialismo fazendo com que os palestinos e os países árabes reconheçam o Estado de Israel em troca de que os palestinos possam ter um falso Estado, dependente de Israel. O que seu discurso busca é que as massas árabes deixem de ver os EUA como seu inimigo, que os governos árabes se envolvam cada vez mais com sua estratégia e que façam o que as tropas norte americanas não podem fazer.


 


Em resumo, o povo árabe e o resto do planeta têm com Obama um inimigo mais pérfido, mais difícil de combater. Os governos dos países árabes estão prontos para escutar seus cantos de sereia. Os trabalhadores e os povos têm que estar atentos para que as direções que até agora tinham combatido Israel e o imperialismo não cedam o que se ganhou nos últimos anos de luta.


 


Notas:


[1] Os cipaios eram soldados nativos treinados pelos ingleses nos moldes militares europeus;


[2] Benjamin «Bibi» Netanyahu – atual chefe do partido conservador Likud e primeiro-ministro de Israel.

Com mobilização derrotar a reeleição de Uribe

0

Vários fatores determinam hoje a situação política nacional. De um lado o governo teve que reconhecer que a crise econômica mundial perfurou a blindagem de papelão da economia colombiana. Diversos setores da produção estão paralisados e os empresários para protegerem seus lucros demitem massivamente os trabalhadores. Para prevenir o colapso, Uribe decidiu pedir um crédito ao FMI de US$ 10.500 milhões, incrementando em 15% a dívida pública e em 22% a dívida externa.


 


Por outro lado os escândalos continuam cercando o Palácio de Narino com a descoberta definitiva do DAS [1] como instrumento de perseguir a oposição – incluída a cúpula do poder judicial – o carrossel incessante da parapolítica, a corrupção do Executivo, começando pelos filhos do Presidente e a pavorosa multiplicação dos «falsos positivos» [2].


 


À crise econômica, política e moral do establishment [3] se soma agora a crise do Pólo Democrático Alternativo [4], no qual muitos trabalhadores e democratas depositaram suas expectativas de solução à decomposição crônica de nossa sociedade. A saída de Lucho Garzón e a polarização entre dois de seus caudilhos, Carlos Gavira e Gustavo Petro, por um volátil fluxo de votos colocou em evidência as limitações insuperáveis de seu programa de colaboração de classes e defesa do Estado burguês.


 


O desgaste do Pólo não seria tão grave, inclusive poderia ser positivo, se não tivesse como correlato a desarticulação das bases trabalhadoras, conduzidas majoritariamente por direções sindicais e populares aprisionadas por sua estratégia eleitoreira. Ou seja, em meio à crise do Pólo não se vislumbra uma ruptura significativa que questione sua estratégia política e que oriente à luta revolucionária com o método da mobilização de massas, postulando-se como uma nova direção para os trabalhadores.


 


Temos presenciado diversos conflitos sindicais, os mais importantes deles a greve de 17.000 trabalhadores dos bananais e a negociação da reivindicação de 250.000 professores públicos, sem que se busque coordená-los em uma ação nacional de luta que, aproveitando a crise nas altas esferas do poder, bloqueie definitivamente a estratégia reeleitoreira do uribismo [5] e quebre o regime autoritário da Segurança Democrática.


 


Nos próximos meses se definirá se as lutas de resistência se manterão desarticuladas e o inconformismo crescente será conduzido ao beco eleitoral ou se concretizará uma greve geral contra o governo. Os trabalhadores e os pobres deverão apostar na mobilização, lutando para que a direção do movimento vá além dos seus limites.


 


Abstenção ativa ou mobilização de massas?


 


Sem pressa, porém sem pausa, aos poucos está se construindo à reeleição de Uribe. Todos sabem que a «encruzilhada da alma», que amarra o Presidente não vai além de garantir o controle total do aparato do Estado para os setores mais retrógrados da burguesia incrustados no poder, começando pelo banqueiro Luis Carlos Sarmiento Ângulo, um dos homens mais ricos do mundo, chefe em um país em que 60% da população afundam na pobreza. Eles sabem que o problema não é o nome do presidente, senão a continuidade do regime autoritário que encarna denominado com o cínico pseudônimo de Segurança Democrática.


 


Na medida em que a crise se agudiza em todos os aspectos da vida social, torna-se mais necessário um aparato estatal repressivo que dê garantias aos privilegiados. Por isso a «flamejante» oposição, desde César Gaviria, homem de confiança do imperialismo e pai do neoliberalismo colombiano, até Lucho Garzón, recém fugido das filas do Pólo, estão de acordo em que há que dar segurança a Segurança Democrática.


 


Por isso limitam sua estratégia a convencer os trabalhadores e os pobres que basta a saída de Uribe do governo e que isto se conseguirá abstendo-se no referendo para a reforma Constitucional.


 


 


Nós, socialistas, ao contrário, afirmamos que devemos derrubar o governo e destruir o aparato institucional autoritário em que se apóia, impondo com a mobilização das massas um regime democrático que dê uma resposta imediata aos problemas mais urgentes da população: emprego, salário, terra e liberdade.


 


A derrota eleitoral de Uribe, sem mobilização, só facilitará o acesso à presidência de Juan Manuel Santos, ou a outro dos clones do uribismo, enquanto a oposição reparte entre si as sobras e os capitalistas seguem descarregando a crise sobre os trabalhadores.


 


A única possibilidade de não cair na armadilha eleitoral burguesa é estimulando a mobilização de protesto, as lutas dos trabalhadores e a coordenação dos conflitos e nesse processo fortalecerem nossas organizações sindicais e construir uma alternativa política revolucionária.


 


Notas:


[1] Departamento Administrativo de Segurança, serviço de inteligência do governo;


[2] «falsos positivos»: assassinatos por parte da policia ou do exército, falsificando o caráter guerrilheiro dos assassinados.


[3] Grupo sociopolítico que exerce sua autoridade, controle ou influência, defendendo seus privilégios; ordem estabelecida, sistema.


[4] Frente de oposição de centro esquerda;


[5] Corrente política do atual presidente conservador, Álvaro Uribe.

Espagne: Très bon résultat d’Initiative Internationaliste

0

Le 7 juin ont eu lieu, dans les pays membres de l'UE, les élections pour le parlement européen, un organisme qui a une fonction plus symbolique que réelle. En Espagne, la liste Initiative Internationaliste – Solidarité entre les Peuples, bien que n'ayant pas obtenu de députés, a réalisé une très bonne élection, surtout si on considère les conditions et les attaques dont elle a fait l'objet. Elle apparaît ainsi comme une alternative naissante pour une avant-garde de combattants de l'Etat espagno

Balance sobre el resultado de Iniciativa Internacionalista

0

Si no quieren recurrir a Marx… por lo menos a Sócrates


 


El resultado electoral de II – SP ha sido para la inmensa mayoría de quienes hemos formado parte de la candidatura más que satisfactorio, todo un triunfo frente al Gobierno y al régimen monárquico.


 


 


El resultado electoral de Iniciativa Internacionalista- La Solidaridad entre los pueblos (II-SP) ha sido para la inmensa mayoría de quienes hemos formado parte de esta candidatura más que satisfactorio, todo un triunfo frente al Gobierno y al régimen monárquico. Pero la valoración final, como todo lo que ha rodeado a esta candidatura, ha originado alguna polémica. Para los detractores la no obtención de un diputado «muestra» el fracaso.]


 


Para otros, a mitad de camino, el resultado en Euskal Herria es bueno pero pésimo en el resto del Estado. Hay quien se anima incluso a calificar de «autojustificativo» el balance público hecho por Corriente Roja donde, tomando las palabras de Alfonso Sastre se afirma: «El movimiento de solidaridad que ha despertado II-SP es ya un éxito».


 


¿Cómo hacer entonces el balance de esta candidatura con un mínimo, cuando menos, de rigor?. Vamos a eludir el hecho cada vez más obvio, que nos robaron una parte sustancial de votos, y haremos el balance remitiéndonos exclusivamente a los que oficialmente nos reconocieron en el recuento provisional, los 175.895 votos.


 


Más allá de las conclusiones finales que cada cual extraiga ¿es posible utilizar algunos parámetros comunes para poder medir?. Entre gente que se sitúa en la izquierda ¿es posible traducir las pasiones y las sensaciones al idioma de la razón?. Para nosotros desde el punto de vista del razonamiento cabría apelar a Marx y recordar que para el razonamiento dialéctico toda definición es relativa, que definimos en relación a algo. Pero quizás es mucho pedir que algunos intenten siquiera razonar como marxistas, entre otras razones porque se consideran de izquierdas pero no necesariamente marxistas.


 


Apelemos entonces a un sabio griego, a Sócrates. Según Sócrates para hablar con rigor de algo, lo que fuere, habría que poder definir previamente ese algo. Para entendernos, si Sócrates hubiera sido candidato de II-SP, cuando el periodista de turno le hubiera interpelado diciéndole: «Sr. Sócrates, ¿condena usted la violencia?», seguramente el sabio griego haciendo alarde de su fina ironía le habría respondido: «créame que me gustaría responderle pero me resulta rigurosamente imposible. Pues para poder hacerlo habría que saber qué es la violencia. Así pues defíname usted qué es la violencia y yo con sumo agrado contestaré a su pregunta». Sin duda que la respuesta de Sócrates en este dialogo imaginario hubiera sido la prueba irrefutable para el Ministro Rubalcaba de que el filósofo griego es del «entorno». Pero en rigor lleva razón Sócrates, pedir un juicio de algo sin previamente definir el algo no garantiza rigor alguno al juicio emitido. Volvamos entonces al origen de este artículo ¿Cómo valoráis el resultado electoral? No se puede contestar con un mínimo de rigor a esa pregunta si no se define primero a cual era el objetivo de la presentación de la candidatura.


 


Que se escuche la voz de los trabajadores y la izquierda independentista


 


Tuve el privilegio de ser invitado al acto de cierre de la candidatura de II-SP en Rivasvaciamadrid. Era el último día de campaña y valorando todo lo hecho e independientemente de los resultados del día 7 decíamos: «en relación a la valoración general, nosotros estamos a estas alturas ya cansados porque además la campaña nuestra ha sido larguísima, tuvo pre-precampaña, precampaña y luego campaña, y entonces hay cansancio pero sin embargo la satisfacción es muy grande». Esa misma satisfacción la recogía en forma categórica la declaración de Corriente Roja la misma noche de las elecciones.


 


Hacia el mes de febrero, la gente de Corriente Roja, discutíamos sobre qué íbamos a hacer en estas elecciones europeas. Eran unas Elecciones marcadas por lo que luego se corroboró a lo largo de la campaña y la votación final misma, una indiferencia general tremenda. En medio de esa indiferencia nosotros llegamos igualmente a la conclusión de que estas elecciones eran importantes, porque en realidad había dos razones de mucho peso. La primera, es que iban a ser las primeras elecciones que se celebraran en medio de esta crisis económica mundial del sistema capitalista. Y entonces, quisieran o no, iban a tener que hablar de la crisis, y de qué proponen, qué dicen, qué salidas hay, etc..


 


Y la segunda razón, para nosotros tan importante como ésa, era que estas elecciones podían ser la consumación de un fraude democrático sin precedentes en el estado español. ¿Por qué decimos fraude democrático sin precedentes? Porque en el mes de marzo en la elecciones en Euskadi se había consumado una brutalidad antidemocrática que pasó, no para el pueblo vasco, pero si desgraciadamente allende de aquellas fronteras, bastante desapercibido o cuando menos tolerado por completo.


 


Se había impuesto en virtud de la Ley de partidos, la imposibilidad del voto a un sector de la población vasca y habían llegado las cosas a tal extremo que no les importó dejar fuera a miles de personas y su derecho a voto, para conformar así un gobierno diferente. No se conformaron con ilegalizar, encarcelar, perseguir a un sector mas que significativo del pueblo vasco, a la izquierda abertzale, trastocaron la voluntad popular para conformar un Parlamento vasco y un gobierno a su medida.


 


Entonces las elecciones europeas eran un drama, porque de alguna manera se iba a consumar lo que en Euskadi ya se había consumado, una afrenta antidemocrática sin precedentes. En medio de esa discusión en Corriente Roja se nos planteaba: ¿Bueno, que puede hacer una pequeña organización para una tarea tan complicada como es presentar candidatura? Y si finalmente se lograra esa candidatura ¿cual sería su objetivo? Pues era obvio que las cosas que debía decir esa candidatura navegaban contra corriente en todos los terrenos. Y lo resumíamos en una expresión «Nosotros queremos que se escuche la voz de los trabajadores y de la izquierda independentista, y en particular la izquierda abertzale». Ese fue nuestro propósito y ese debía ser el objetivo de una candidatura si lográbamos montarla.


 


Ahí comenzó todo un tiempo de intenso trabajo, de trabajo paciente, de reuniones de tiras y aflojas, hasta que finalmente con la voluntad de mucha gente de muchas organizaciones, de muchos militantes, de intelectuales comprometidos con las luchas democráticas, pusimos entre todos y todas en pie esta candidatura.


 


Que se escuche la voz de los trabajadores y de la izquierda independentista, de la izquierda abertzale, ese fue nuestro propósito. Por eso no solo estábamos felices en la campaña, lo seguiríamos estando, y además orgullosos, pasara lo que pasara el 7J, porque con creces, ¡con creces! el objetivo se cumplió. La candidatura y toda la campaña sirvió para ese propósito que era tan difícil de hacer como se demostró, pero acabó convirtiéndose en una victoria política frente al Gobierno y frente al régimen monárquico.


Cuatro aspectos para remarcar un balance más que satisfactorio


 


Hay, a nuestro juicio, cuatro aspectos de la presentación que merecen ser destacados y que corroboran la afirmación tan positiva que tenemos del balance:


 


1. Se desenmascaró con más claridad la antidemocrática Ley de Partidos


 


La candidatura y la campaña ha servido para desenmascarar una Ley de Partidos que es una afrenta a los derechos democráticos más elementales básicos. En Europa se habla mucho, y con razón, de Berlusconi, de las bravatas y brutalidades del Presidente italiano. Nosotros tenemos un gobierno que presume de «talante» y de ser un modelo de «progresismo» en el mundo, pero la ley más reaccionaria que existe en toda Europa es esta Ley de Partidos, que encarcela a la gente por delitos de opinión.


 


Por ejemplo, tanto que criminalizan a Otegi, tengamos la opinión que tengamos de las posiciones políticas de Otegi: ¿Por qué a Otegi le han mandado a la cárcel? ¿En qué acto violento detuvieron a Otegi?. Lo detuvieron cada vez que acudió a una rueda de prensa a presentar una candidatura. Eso gracias a esa Ley de Partidos. Que nos haya tocado fuera de las fronteras de Euskadi sufrir las consecuencias de esta ley ha servido cuando menos para que mucha gente que tenia otra opinión, otra percepción de la realidad, comience a ver la realidad que nos ha tocado vivir. Ya decimos que lamentamos que haya sido en nuestras costillas, pero por lo menos que ha servido para arrojar luz sobre esa infame Ley.


 


Que pese al empeño del Gobierno y del Tribunal Supremo en la ilegalización y que con toda la criminalización que rodeó la candidatura al final pudiéramos presentarnos es en sí todo un balance por la victoria que representa frente este Gobierno, al PP, al coro mediático reaccionario y a este régimen heredado del franquismo.


 


2.- Se abrió una brecha importantísima contra el cerco a Euskadi


 


Creo que también hay un aspecto muy positivo, sobre todo para la gente más veterana, lo que ha supuesto romper el cerco al País Vasco. Porque con esta candidatura, lo decían los propios compañeros vascos y lo señalaba en un mitin en Barcelona Felipe Alegría, se han quebrado quizá 25 años de aislamiento cada vez más profundo de Euskadi con respecto al resto del Estado. Solo por eso ya ha merecido la pena la candidatura.


 


Seguramente compañeros más jóvenes o gente no tan involucrada en la militancia política no le den valor a algunas cosas aparentemente sencillas, pero hay otros que si le damos muchísimo valor a lo que significa escuchar a un sindicalista abertzale en un mitin en una Plaza de Madrid. Hacía años que un sindicalista abertzale no hablaba, no podía opinar, decir lo que quisiese en un acto público en las calles de Madrid y esta candidatura lo ha logrado. Y de nuevo, para nosotros por ese solo hecho también mereció la pena II-SP.


 


Pero también mereció la pena además, porque recupera una vieja tradición que se rompió. Hay toda una generación de veteranos luchadores que crecieron haciendo bandera de la solidaridad con el Pueblo Vasco y con las nacionalidades, en Madrid, en las calles, y todo eso se perdió. Se quebró esa unidad entre el movimiento obrero vasco y su izquierda independentista y el resto de la izquierda estatal. Se quebró por muchas razones pero especialmente por el papel infame en la sumisión al régimen de esa izquierda estatal, y para nosotros esta candidatura ha servido para recuperar esos viejos lazos y hay por tanto que estar muy orgullosos y muy contentos de haber recuperado ese hilo rojo roto.


 


3.- Se conformó una candidatura obrera


 


Para nosotros también ha sido una candidatura y una campaña que ha merecido la pena, porque hemos escuchado a muchos trabajadores y trabajadoras hablar como candidatos desde esta lista. Nosotros queríamos una candidatura obrera, una candidatura de los trabajadores y trabajadoras que luchan contra los ERES, contra los despidos, contra las privatizaciones… Queríamos escuchar a los y las dirigentes sindicales en los actos hablando no de convenios, ni de aclarar las nóminas, nosotros les queríamos ver y oir explicando para miles, para cientos de miles qué significa una política de clase y eso es lo que hemos escuchado en esta campaña.


 


Hemos escuchando a dirigentes sindicales, a trabajadores que toman sus problemas y los del resto de los oprimidos desde la óptica de una clase social, la clase obrera. Y así fue, una candidatura de trabajadores que habló de la crisis, de los ERES, de poner nombres y apellidos a los responsables de la crisis, de cómo enfrentar al capital, de qué medidas, explicando que hay salida a la crisis, proponiendo medidas anticapitalistas y hablando del socialismo. Pero también les hemos escuchado hablar de todos los oprimidos. Han hablado de la juventud, de los inmigrantes, de las mujeres y han hablado y mucho del problema de la soberanía de los pueblos, porque ese es un drama para la clase obrera de este país.


 


Hay muchos trabajadores, sindicalistas y gente concienciada que dice: «Si, unidad de los trabajadores, los trabajadores tenemos que unirnos», pero se les olvidan algunos «detalles»: Si la clase obrera no se pone al frente de las tareas democráticas de este país, en primer lugar de los derechos de las nacionalidades, no hay unidad de los trabajadores. Y no sólo no va haber unidad de los trabajadores, van a ocurrir toda clase de desdichas, porque en este país hay un nacionalismo infame, el más peligroso de todos porque identifica como nacionalistas a los demás pero no se reconoce como nacionalista así mismo: el nacionalismo español. Si los trabajadores no somos conscientes de eso, estamos condenados a ser la infantería del nacionalismo español y acabar en nombre de la unidad de España y gaitas por el estilo, siendo carne de cañón porque las guerras siempre son así, las guerras las organizan los de arriba pero las pagamos los de abajo, esto es así, es la ley de la vida.


 


Entonces si nosotros no tomamos esas banderas como nuestras, otros las van a tomar y contra nosotros. Esta candidatura ha tenido ese enorme mérito, escuchar a trabajadores hablar de esas cosas, hablar de lo que había que hablar y explicar desde una opción de clase, qué significa ese tema.


 


4.- Se demostró que es posible construir un referente político unitario de la izquierda


 


Y creemos, por último que ha sido muy importante la campaña de II-SP, porque se ha demostrado que se puede construir un referente político unitario de la izquierda, que gente que venimos de tradiciones muy distintas, ideológicamente en un sentido también, con muchas diferencias, pero eso no quita que haya puntos, un programa de clase y democrático, de ruptura con el régimen monárquico. Cosas básicas, esenciales en las que podemos ponernos de acuerdo y luchar por ellas.


 


La candidatura ha demostrado que todo eso no es un deseo, que es una realidad. Alrededor de esos dos grandes temas: la salida obrera a la crisis y la defensa de los derechos nacionales, se ha conformado una candidatura que ha vuelto locos a esta gentuza. Y eso es posible y ha servido para organizar a mucha gente, luchadores, sindicalistas, estudiantes, intelectuales, escritores y artistas, toda esa gente que ha echado una mano, que no son militantes, pero que en momentos como estos se suman y eso es muy importante porque la candidatura se ha convirtiendo en un instrumento de organización.


 


Entonces hay muchas razones por las que podemos estar muy satisfechos y felicitarnos todos y todas, la gente de la candidatura y los que han apoyado y hecho posible la campaña.


Entre el cretinismo antiparlamentario y el oportunismo electoralista


 


La adaptación al sistema capitalista y al régimen monárquico del PSOE como gestor y de los PCE-IU, BNG y ERC como acólitos, ha tenido siempre una de sus máximas expresiones en el parlamentarismo. Son organizaciones, completamente adaptadas a un sistema político cada vez más desacreditado, convierten la presentación a las elecciones en un fin en si mismo y en su razón de ser, incluyendo la fuente de financiación y la dependencia de esos fondos así como los vergonzosos privilegios de los que gozan los diputados.


 


En repudio a todo eso fue creciendo en estos años un legitimo sentimiento antiparlamentario en muchos activistas de la izquierda.


 


Ese rechazo sin embargo acabó, en no pocos casos, convirtiéndose en una deformación política que actúa como la otra cara de un alma gemela: convertir en un principio el no presentarse a las elecciones. El viejo Lenín en su polémica con los llamados «ultraizquierdistas», definía ese tipo de posición política como «cretinismo antiparlamentario»


 


Corriente Roja concurría por primera vez a una cita electoral, por eso desde el principio dejó constancia clara del propósito de una candidatura:


 


«Desde Corriente Roja no hemos creído nunca que los parlamentos sean un verdadero órgano de soberanía popular y menos si cabe el Parlamento europeo. Sabemos que de ellos no podemos esperar soluciones a los problemas de trabajo, derechos sociales y libertades democráticas que sufrimos los trabajadores y los pueblos.


 


Pero las elecciones son un terreno de lucha política que no se debe despreciar ni eludir, si se quiere arrancar a los trabajadores y a los pueblos de la nefasta influencia de las instituciones y los partidos del sistema. Por eso en estas elecciones europeas hace falta que se escuche la voz de los trabajadores y de la izquierda soberanista.


 


En Corriente Roja no hicimos especulación alguna con el número de votos que se podían sacar. Obviamente cuantos más mejor, pero no se planteó objetivo alguno al respecto porque, como hemos dicho anteriormente, el objetivo era otro, lograr una candidatura obrera y democrática que pusiera voz a los que el régimen monárquico, el gobierno y el sistema mismo se la niega. Y no especulamos además con el número de votos porque éramos plenamente conscientes de que esta candidatura iba a realizar una campaña enteramente contra corriente: contra el gobierno, el régimen monárquico, el sistema capitalista y sobre todo contra la «opinión pública» y la conciencia dominante en la propia clase obrera a la que nos dirigimos.


 


Una campaña electoral como la que hemos vivido, viendo cientos de activistas en todo el estado apoyando la candidatura, moviéndose por ella. Viendo tal cantidad de actos (II-SP ha sido la tercera fuerza política en numero de actos organizados, solo por detrás del PP y PSOE) y viendo la repercusión mediática de la lista, aunque fuera para criminalizarnos, ha generado sin duda expectativas, demasiadas ilusiones en algunos sectores de ese mismo activismo, lo que es más que compresible. Más que compresible porque la candidatura puso en marcha tal cantidad de energías, de activistas, colectivos, y recibió tanto entusiasmo en los actos que acabó generando una especie de burbuja en la que se acaba perdiendo en parte el sentido de la realidad.


 


Pero cuando las pasiones se traducen al lenguaje de la razón la conclusión entre ese mismo activismo no deja sombra de duda sobre el balance más que positivo de todo lo hecho.


 


Y aquí entran en escena los oportunistas de rigor, un inevitable tributo que las organizaciones revolucionarias que se sitúan en el candelero tienen que pagar. Para nuestros detractores los 40.000 votos obtenidos (reconocidos) fuera de Euskal Herria son «ridículos».


 


Y entonces volvemos a lo señalado anteriormente, ¿puede sacar doscientos, trescientos mil votos fuera de Euskal Herria, una candidatura que dice hoy en Castilla, Andalucía, Murcia, Extremadura, Ceuta y Melilla.. saturada de españolismo por los cuatro costados, que los vascos tienen derecho a la independencia si así lo deciden? Puede sacar hoy ciento cincuenta mil, doscientos mil votos fuera de Euskadi una candidatura que brinda sus espacios y sus actos a los satanizados dirigentes abertzales? ¿II-SP podía sacar 200.000 votos fuera de Euskadi diciendo, en un país donde la xenofobia y el racismo siguen creciendo, que los inmigrantes y los nativos somos las misma clase obrera, que queremos papeles para todos, el cierre de los centros de internamiento y la derogación de la Ley de extranjería?


 


Cuando uno escuchaba hablar a nuestros candidatos y candidatas de la soberanía de los pueblos, de que la crisis la paguen los capitalistas, decir no a los Eres, nativa o extranjera la misma clase obrera, etc, sentía orgullo porque estaban diciendo lo que había que decir, sentía que muchos trabajadores y jóvenes vascos verían en II-SP su candidatura y sentía cómo miles de trabajadores inmigrantes nos votarían… ¡si pudieran votar!. Pero sentía con la misma fuerza que cada afirmación de ese programa restaba por miles votos de trabajadores y jóvenes en la «España profunda» y en sectores de las nacionalidades mismas porque hoy por hoy su conciencia no es otra que la conciencia de la clase dominante.


 


¿Cuántos votos dio a la candidatura en Euskal Herria el anuncio de Otegi apoyando II-SP? ¿ Y cuantos ese mismo anuncio restó fuera de Euskadi? La diferencia radical entre oportunistas y revolucionarios es que los segundos, con paciencia, con toda la pedagogía del mundo, decimos lo que hay que decir, lo que en ese momento corresponde a una política de clase y democrática, de o quite votos.


 


Así pues, los poco amigos de basar su política en sólidos principios acaban navegando como un corcho, a la deriva. Y donde ayer ponían en tela de juicio la presentación misma como cretinistas antiparlamentarios hoy cuestionan el resultado electoral porque como todos los oportunistas la política empieza y termina en el número de votos y los diputados que se obtienen.

A 36 años del golpe de estado

0

«La derrota de la huelga general de 15 días, verdadero ensayo revolucionario con que los trabajadores y todo el pueblo uruguayo respondieron a la disolución del parlamento por los militares el 27 de junio de 1973, abrió un período de absoluto retroceso del movimiento de masas. Los obreros perdieron todos sus derechos. Los sindicatos fueron disueltos, la CNT – Convención Nacional de Trabajadores – fue ilegalizada, sus dirigentes fueron encarcelados. La tortura y la cárcel, la represión indiscriminada sobre la población y la disolución de todos los partidos políticos». Fueron el comienzo de años muy duros para la clase trabajadora y el pueblo uruguayo.


 


«Entre el 27 de junio y el 4 de julio la huelga general fue casi total, pero a partir del 4 y el 8 de julio se aprecia su paulatino derrumbe». De hecho, la huelga fue siendo levantada paulatinamente, primero fue el transporte, luego fueron los municipales, la estiba, el puerto, los ferrocarriles, la carne, la administración central (COFE nunca llegó a decretarla).


 


«Entre otras carencias serias en aspectos de planificación y organización», hubo «insuficiencia de las comunicaciones, sobre todo a nivel nacional, y el no haberse contado con ninguna radio que pudiera informar».


 


«La falta de un plan de movilizaciones no impidió que la excelente disposición de los trabajadores, al resistir desde las ocupaciones, se complementara con movilizaciones de masas en torno a los lugares de trabajo, en los barrios, etc. Recién el 9 de julio se realizaría una acción de masas de envergadura…» (a las cinco de la tarde).


]


Dos días después, la huelga general fue levantada por la Mesa Representativa de la CNT, manifestando en un comunicado la «esperanza de que todos los patriotas, incluidos aquellos que forman parte de las Fuerzas Armadas, comprendan que ese es el único criterio» a sustentar para «salvar la República».


 


La dirección de la CNT destacaba también que «la actitud digna y respetuosa de algunos integrantes de esas fuerzas (militares y policiales) en medio de los dramáticos días que nos han tocado vivir, confirman plenamente la justeza de esas, nuestras posiciones de principios».


 


Las teorías se comprueban en la práctica, la confianza depositada en los militares progresistas, por parte de la dirección del Partido Comunista, que tenia mayoría en la CNT, marcaron un rumbo sin salida, al llamar a confiar en los militares patriotas.


 


El fundador de la CNT, Héctor Rodríguez afirmaba:«Considerar a Bordaberry como un enemigo era correcto; pero cuando los militares visten su desacato con los comunicados 4 y 7, que se haya puesto al movimiento sindical prácticamente a su cola, no se puede aceptar.»


 


A pesar de contar con mucha documentación de esos años, el movimiento sindical y los revolucionarios nos debemos un análisis serio y detallado para desterrar de entre nosotros estas nefastas teorías, que a pesar de las grandes derrotas que nos llevaron, no se han sacado todas las conclusiones.


 


Fuentes: Revista Estrategia Socialista, Comcosur. Nota de Andrés Capelán,  www.rebelion.org

Aprovado a criação de uma nova entidade estudantil

0

 Nasce a Assembléia Nacional dos Estudantes


 


Às 11h30 desse dia 14 foi fundada uma nova entidade estudantil como alternativa a UNE para coordenar e impulsionar nacionalmente um novo movimento estudantil. Foi um dia histórico para o movimento estudantil combativo, cujo palco foi o Congresso Nacional de Estudantes, no campus da UFRJ no Fundão, Rio de Janeiro.


 


Intensos debates


 


A aprovação de uma nova entidade, ante a falência da UNE, foi fruto de um intenso debate travado durante os meses de preparação do Congresso e especialmente nesses três dias de discussão. Havia ainda outras três propostas com relação ao tema. A proposta de um fórum nacional de estudantes que também aglutinasse os que atuam no interior da UNE. Já as propostas 3 e 4 eram contra a fundação de uma nova entidade nesse momento.


 


«Essa geração aqui presente foi educada a não sonhar e a não lutar pelos seus sonhos; temos que mudar isso; não podemos deixar o tempo passar, a hora é agora que o movimento estudantil está mostrando a sua força e vai sair daqui com uma nova entidade estudantil, que vai balançar as escolas, as universidades», discursou Camila Lisboa, da Secretaria Nacional de Juventude do PSTU.


 


A ampla maioria dos delegados aprovou a nova entidade, numa grande explosão de alegria, gritos e papel picados para o alto.


 


Concepção


 


«Os delegados tem hoje a possibilidade de construir um novo capítulo na história do movimento estudantil brasileiro. Chamamos os delegados a levantarem seus crachás e participarem desse momento histórico de fundação de uma nova entidade», afirmou Bruno, militante do PSTU, durante a discussão sobre a concepção de entidade a ser construída.


 


Havia a proposta de uma nova entidade, a ANEL e outra, que propunha uma entidade aos moldes do que foi a Conlute. Venceu por ampla maioria a proposta da Assembléia Nacional dos Estudantes Livre, marcando definitivamente esse dia 14 na história do movimento estudantil brasileiro de luta.


 


 


Na abertura do congresso dos estudantes, a unidade com os trabalhadores


Beatriz Santana, direto do Congresso dos Estudantes


 


Já no primeiro dia do Congresso Nacional de Estudantes as polêmicas sobre a fundação de uma nova entidade estudantil se expressaram. O evento teve início neste 11 de junho, com o credenciamento dos participantes, a mesa de abertura, a aprovação do regimento interno do congresso, a apresentação das teses e painéis temáticos sobre escolas de ensino básico e médio, universidades públicas e pagas.


 


A mesa de abertura ocorreu por volta das 11h30. A estudante Clara, do DCE da UFRJ, deu as boas vindas aos participantes e criticou o papel que a UNE vem cumprindo nesses últimos anos, «de marionete do governo Lula, defendendo os planos neoliberais dentro das escolas e universidades».


 


Gabriel Cassoni, do DCE da USP, falou logo em seguida sobre a mobilização que está enfrentando a tropa de choque na USP. «Em 2007 ocupamos a reitoria da USP e aquele movimento se espalhou por todo o país. Neste ano, novamente a USP se levanta e a tropa de choque invadiu a universidade como não ocorria há mais de 30 anos, desde a ditadura. Isso foi não só para calar a nossa luta, mas calar a luta do movimento estudantil nacional, para que não ocorra o que ocorreu em 2007″, disse. Ele finalizou com o chamado: «Façamos como em 2007, a luta da USP é a luta de todos nós».


 


Zago falou em nome do Andes, ressaltando o papel da universidade nas mudanças da sociedade: «É preciso que a universidade seja uma alavanca, um instrumento de libertação da sociedade». E apontou a direção desta transformação: «Acabar com o capitalismo é a tarefa para salvar a humanidade».


 


Hebert Claros, do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, falou sobre os efeitos da crise sobre os trabalhadores e a juventude e sobre a necessidade de unir esses dois setores nas mobilizações. Falou sobre os jovens que também são trabalhadores: «sabemos da dificuldade do jovem para arrumar emprego por não ter experiência, sabemos a precarização do salário que é pago ao trabalhador jovem. Cerca de 70% da mão-de-obra da Embraer é jovem. São jovens já superexplorados, que já têm tendinite e problemas na coluna. E é assim em outras fábricas. Boa parte da nova diretoria do sindicato é jovem e reflete esta realidade do mercado de trabalho». Ele falou ainda sobre a campanha pela reestatização da Embraer e sobre o apoio à mobilização da USP, afirmando que ambas as lutas são de todos, trabalhadores e juventude.


 


Zé Maria falou em nome da Conlutas, apontando o problema da crise econômica, suas consequências e as tarefas colocadas diante dela. «É um desafio para a juventude brasileira desencadear um processo de lutas, junto com os trabalhadores, não só contra as consequências desta crise, mas pelo enterro da sociedade capitalista». Ele também falou sobre a proposta de fundação de uma nova entidade, que será debatida durante o Congresso: «Aqui os estudantes estão discutindo a construção de uma entidade para reunir a juventude brasileira e unir a luta da juventude á da classe trabalhadora deste país. E este desafio é enorme, pois os estudantes e os trabalhadores devem fazer mais do que aqueles que lutavam há anos atrás. Faço um chamado para que possamos fazer deste congresso um momento importante de construção dessa organização e, mais que isso, de construção da unidade das lutas sempre que a gente enfrente as mesmas causas, uma unidade que construa uma nova sociedade, uma sociedade socialista», finalizou.


 


No final da tarde e início da noite deste primeiro dia de congresso houve ainda a apresentação das 16 teses, na qual a proposta sobre a fundação da nova entidade começou a ser debatida. Camila Lisboa, do PSTU, defendeu a tese «Outros maios virão» e usou o exemplo da USP para falar sobre a necessidade da unidade e organização da juventude: «É preciso uma nova entidade que unifique os estudantes, porque um ataque aos estudantes da USP não é só um ataque aos estudantes da USP, é uma afronta à nossa combatividade».


 


Por volta das 21h30, os estudantes ainda tiveram ânimo para participar dos três painéis temáticos setoriais simultâneos: um sobre ensino básico e médio, outro sobre universidades públicas e outro sobre universidades pagas.