El Salvador| O poder criminoso de grandes empresas privadas
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EM QUARENTENA E SEM SALÁRIO
Em El Salvador, a pandemia não é a única que ameaça a vida, também ameaça o fato de não receber salários para atender às necessidades básicas. Um exemplo específico são as 210 pessoas, a maioria mulheres operárias, da empresa FLORENZI S.A de S.V.
Por: Jenny Lewik, da Plataforma da Classe Trabalhadora.
Antes da pandemia, eles já sofriam violações de direitos trabalhistas, como retenção de cotas para a AFP, suspensões arbitrárias, não pagamento de indenizações a mulheres que optaram pela aposentadoria voluntária, entre outras violações.
Desde o início da quarentena domiciliar, elas não recebem salários, mais de um mês sem renda. Como uma família sobrevive sem renda?
De acordo com a subsede do sindicato dos trabalhadores da indústria do algodão, sintéticos, similares e afins, muitos dos trabalhadores não foram beneficiados pelo subsídio de $ 300 concedido pelo governo, exacerbando a crise para as famílias. Também afirmam que alguns trabalhadores sofrem com doenças graves, as quimioterapias foram suspensas e sua saúde está se deteriorando.
O sindicato explicou que numerosas queixas foram feitas meses atrás e, com os novos ataques da patronal, voltaram a dirigir-se ao Ministério do Trabalho, ao Procurador Geral da República (no caso de retenções de cotas) e à Procuradoria Geral da República para Defesa dos Direitos Humanos e ainda não há resposta.
Além disso, as trabalhadoras foram a todas as instâncias, mídia e alguns sindicatos, mas não receberam solidariedade.
A HIPOCRISIA DO GOVERNO
Por mais persuasivo que seja o discurso dos funcionários do governo, apesar da força das coletivas de imprensa de Rolando Castro, a indiferença neste e em outros casos mostra que, na prática, eles estão a serviço de monopólios empresariais, pactuam com a patronal, sem se importar com a vida das/os operárias que são os que geram a riqueza.
Expressamos nossa solidariedade às 210 operárias que têm se manifestado pelos seus direitos.
Denunciamos com veemência a empresa FLORENZI S.A de C.V por violar os direitos trabalhistas.
Chega de políticas criminais que salvam os grandes monopólios de empresas nacionais e estrangeiras! E descarregam a crise nos pobres.
PRECISAMOS DE UM PLANO DE SALVAMENTO PARA A CLASSE TRABALHADORA
Exigimos das autoridades governamentais um Plano de Resgate para os trabalhadores e o povo que garanta o pagamento de salários, proíba a suspensão do trabalho e anule as demissões feitas durante a quarentena.
Convidamos as confederações, federações, sindicatos e setores populares à serviço da classe explorada a trabalhar juntos contra o iminente ajuste imperialista neoliberal. Precisamos construir a unidade mais ampla da classe trabalhadora, para resistir ao ataque que já começou e se aprofundará depois da pandemia.
É URGENTE A FERRAMENTA POLÍTICA DA CLASSE DE TRABALHADORA
Dado tudo o que está sendo experimentado, é evidente que, como classe trabalhadora, precisamos construir uma ferramenta política que una todas as demandas de um programa de luta e, através de métodos históricos, inicie um processo de ações para impedir que essa crise nos liquide.
QUE OS RICOS PAGUEM A CRISE CAPITALISTA!
NEM DEMISSÕES, NEM SUSPENSÕES OU PERDAS DE SALÁRIOS!
UNIDADE DA CLASSE TRABALHADORA PARA RESISTIR AOS ATAQUES!
PELA CONSTRUÇÃO DA FERRAMENTA POLÍTICA DA CLASSE TRABALHADORA!
San Salvador, 3 de maio de 2020.
Tradução: Lena Souza