ter mar 19, 2024
terça-feira, março 19, 2024

Pela derrota da invasão militar russa à Ucrânia!

Por uma Ucrânia unificada e livre da opressão russa!

Fora as garras dos Estados Unidos, da OTAN e da União Europeia da Ucrânia!

1. Depois de assinar seu decreto reconhecendo as autoproclamadas repúblicas de Lugansk e Donetsk como estados independentes, fora da Ucrânia, Putin envia suas tropas, o massacre do povo ucraniano está em andamento. A LIT-QI denuncia e convoca aos trabalhadores e povos do mundo para se mobilizar e derrotar a invasão russa e prestar nossa solidariedade ao povo ucraniano atacado pela ação criminosa de Putin.

Apelamos em particular aos povos e trabalhadores russos, europeus e norte-americanos para que saiam às ruas e parem com o massacre iniciado pelas tropas invasoras. Os ucranianos têm o direito e o dever de defender a integridade territorial de seu país, têm o direito de se defender contra a destruição de um país inteiro pelas forças armadas russas, um exército invasor que lembra a invasão das tropas nazistas alemãs. Da LIT-QI  expressamos nossa solidariedade e apoio à resistência! Vamos derrotar as tropas invasoras!

2. Com a desculpa de reconhecer as falsas repúblicas independentes no Leste da Ucrânia (Donbass), Putin, até o momento da redação desta declaração, bombardeava cerca de 10 cidades ucranianas e mantinha a capital Kiev sob cerco militar. Os ataques aéreos, terrestres e marítimos foram além de incorporar o Donbas, a desculpa da invasão, não tem outro objetivo senão destruir um país inteiro com um número incalculável de vítimas.

Vamos para as ruas, como fez a população em várias cidades russas, desafiando a ditadura de Putin. Em Moscou, cerca de 10.000 manifestantes foram reprimidos e mais de mil presos. Os povos europeus e norte-americanos devem apoiar seus irmãos russos. Ás ruas para derrotar a agressão militar russa!

3. A desculpa para a invasão russa passa pelo reconhecimento dos territórios de Donbass, as repúblicas fantoches de Donetsk e Lugansk controladas por grupos paramilitares pró-russos que ocupam um terço da região. No entanto, agora Putin o reivindica em sua totalidade pela força das armas e não ficou só no leste da Ucrânia, pois agregou que o objetivo político de sua barbárie é destruir um governo nazista, mentira reproduzida por seus acólitos stalinistas em todos os lugares.

Civil ucraniana ferida pelas armas russas

4. Mas o que Putin está fazendo na Ucrânia é reproduzir a barbárie nazista quando suas forças armadas invadiram a ex-URSS e a Ucrânia como parte das repúblicas soviéticas. A ação de Putin empurra a Ucrânia para as garras do imperialismo americano e europeu, porque o governo ucraniano é incapaz de manter o país sob sua influência política. A presente agressão está enraizada na debilidade do capitalismo russo em relação aos grandes imperialismos consolidados, que depende em grande parte de seu papel como fornecedor de energia, mas é ao mesmo tempo uma superpotência militar herdada da URSS. Suas aspirações repousam, em primeiro lugar, na subjugação das ex-repúblicas soviéticas que pertenciam à URSS.

5. Putin, amigo de toda a extrema direita europeia, que admira seu regime ultranacionalista e autoritário, foi muito nítido ao dizer que a Ucrânia foi “uma criação dos bolcheviques”, mas que deveria voltar a ser, como foi em séculos anteriores, ou seja, durante o império o império czarista, parte integrante da Rússia. Ele atacou violentamente os princípios de Lênin sobre nacionalidades: “Demos a eles o direito de deixar a URSS sem termos ou condições. Isso é uma loucura”. Em vez disso, ele enalteceu Stalin, que suprimiu com sangue todas as aspirações nacionais dos povos soviéticos e impôs uma opressão brutal do nacionalismo grã-russo, em continuidade direta com a política czarista que Lenin combateu frontalmente, o que agora é reproduzida pelos restos do stalinismo mundial, que como Putin, terá as mãos manchadas com o sangue da população ucraniana, como os nazistas.

6. Para Putin, o colapso da ex-URSS, que em seus anos revolucionários permitiu a liberdade nacional aos povos submetidos ao nacionalismo grã-russo, foi “a maior catástrofe do século 20” – uma catástrofe que deve ser revertida. E como não pode fazê-lo de outra forma, busca pela força militar. Além da Ucrânia, há o caso do apoio ao regime autoritário de Lukashenko na Belarus diante da insurreição popular. Ou a recente intervenção de tropas russas no Cazaquistão (abençoadas nesta ocasião pelos EUA, UE e China) com o objetivo de esmagar a revolta popular contra o regime, que foi realizada sob a égide da aliança militar CSTO (formada pelo governo russo e os das ex-repúblicas soviéticas).

7. Um dos argumentos para a invasão russa é o cerco militar ao qual a Rússia está efetivamente submetida pela OTAN. No entanto, Putin e os oligarcas russos não estão em condições de defender as massas da OTAN nem do avanço dos EUA e da UE na região, pois eles mesmos oprimem os povos das ex-repúblicas soviéticas. Cabe aos povos e trabalhadores de todo o mundo convocar mobilizações contra a OTAN e a CSTO para garantir o direito de autodeterminação dos povos, em suas mãos está a possibilidade de deter o massacre das tropas russas.

A guerra de agressão russa contra a Ucrânia nunca poderá deter o avanço da OTAN, pelo contrário, oferece a desculpa e os argumentos aos EUA, a OTAN e a UE perante os povos do mundo, para que apareçam como os protetores da Ucrânia, para apenas transformar a Ucrânia em uma semicolônia militar da OTAN.

Fora as garras dos Estados Unidos, da OTAN e da União Europeia!

8.  Se Putin está mentindo descaradamente sobre seus objetivos nesta guerra, Biden também não está dizendo a verdade ao afirmar que “Putin quer restabelecer a antiga União Soviética”.[1] Os stalinistas podem acreditar nisso, mas Biden não. Atormentado pela crise política nos EUA, com baixa popularidade (40%) e sem cumprir nenhuma de suas promessas de campanha, ele usa essa bobagem na tentativa de desviar a atenção do povo americano e esconder os verdadeiros objetivos dos EUA, da UE e da OTAN que nada têm a ver com a defesa da soberania ucraniana, cinicamente manipulada segundo os interesses de dois bandos contrarrevolucionários: a Rússia de Putin de um lado e, do outro, o imperialismo norte-americano, sua OTAN e seus sócios europeus. Ambos os lados estão usando o conflito ucraniano para defender suas posições, fortalecer o militarismo na Europa e no mundo e promover uma corrida armamentista à custa do massacre do povo ucraniano.

9. O conflito na Ucrânia é também um palco de operações em que os EUA buscam fortalecer sua autoridade em relação à União Europeia, em particular à Alemanha, em detrimento das relações desta com a Rússia, seu principal fornecedor de energia. Em última análise, os EUA querem disciplinar a Alemanha rigidamente em sua grande disputa com a China.

  • Pela derrota da invasão militar russa à Ucrânia, a Rússia não tem nenhum direito sobre a Ucrânia. Apoio e solidariedade à resistência contra a invasão!
  • Fora as tropas russas da Ucrânia! Fora paramilitares russos de Donbass, devolução da Crimeia.
  • Pelo direito de autodeterminação do povo ucraniano livre de toda dominação russa fora das garras dos Estados Unidos, da OTAN e da União Europeia. Vamos às ruas em massa contra a intervenção da Rússia, da OTAN, dos EUA e da União Europeia!
  • Dissolução da OTAN. Fora as tropas e bases americanas dos países da Europa Ocidental e do Leste europeu.
  • Dissolução da aliança militar CSTO (Organização do Tratado de Segurança Coletiva) do Estado russo com as ex-repúblicas soviéticas, usada para enviar tropas para reprimir levantes populares e apoiar oligarcas submissos, como no Cazaquistão.
  • Parar a militarização e a corrida armamentista. Nem um centavo para a guerra. Destruição dos arsenais nucleares e das armas de destruição em massa. 

Liga Internacional dos Trabalhadores – 24/02/2022

Referência

[1] https://elpais.com/internacional/2022-02-24/biden-anuncia-una-nuevo-arsenal-de-sanciones-y-acusa-a-putin-de-querer-restablecer-la-union-sovietica.html

 

Confira nossos outros conteúdos

Artigos mais populares