seg mar 18, 2024
segunda-feira, março 18, 2024

Mulheres ao pé da máquina. Metalúrgicas na vanguarda!

As mulheres jujeñas demonstraram que estão dispostas a enfrentar tudo quando mexem nos nossos direitos, nossos recursos naturais, nossas vidas. Na mesma linha, queremos nos referir às trabalhadoras metalúrgicas que lutaram como leoas pelos seus direitos.

Por: PSTU Argentina

Em 18/07, primeiro dia da greve metalúrgica chamada pela União Operária Metalúrgica (UOM – Unión Obrera Metalúrgica), foram convocadas mobilizações em todo o país. Em Buenos Aires 20.000 trabalhadores e trabalhadoras fizeram uma passeata até a sede da Techint. Há anos que não havia uma greve e uma mobilização, da UOM, tão forte e numerosa.

Nela estiveram elas, as operárias que se organizaram para garanti-las, tornando visíveis os salários miseráveis que recebem como metalúrgicas e como mulheres, já que por tarefas iguais ganham muito menos que os homens. Postaram seus recibos nas redes sociais e levaram suas reivindicações para a mobilização.

A burocracia sindical fez todo o possível para que grande parte da base metalúrgica não participasse. Entretanto, elas se organizaram para ir de qualquer forma: as operárias desciam em grupos de trens ou ônibus. Talvez fosse a primeira vez que a maioria delas estava participando de uma mobilização, mas o medo não as rendeu, nem o machismo de seus parceiros ou de seus companheiros de trabalho, nem a incerteza de como chegar até Retiro, de fábricas muito distantes da Capital.

25 % do sindicato e nas piores condições.

As indústrias metalúrgicas estão incorporando cada vez mais mulheres. Hoje são um quarto1. Quase todas elas estão nos ramos mais mal pagos, nas categorias mais baixas, mais precarizadas, e excluídas de todo tipo de capacitação.

O acordo metalúrgico não as leva em conta nem sequer nas fábricas onde são a maioria. Ignora completamente os problemas que têm por serem mulheres e também os de outras opressões.

Na Obra Social o atendimento é péssimo, nem sequer garante os direitos obtidos nos últimos anos para todas as companheiras.

Para piorar, a Reforma Trabalhista que as patronais exigem, ameaça tirar as poucas conquistas alcançadas, agravando a precarização das metalúrgicas.

Praticamente, a opção é ser dona de casa ou fazer tarefas similares na fábrica, por pouco dinheiro.

Talvez por tudo isso, exista um grande ativismo de base feminino, que usa muito as redes para se organizar. Muitas vezes, a burocracia as seduz com “algum lugar no sindicato”, embora seja só para mostrar. Mesmo assim, as delegadas nas fábricas são muito valiosas na hora de ir para a luta e as “desobedientes” sofrem maior perseguição da patronal e da burocracia. Não é a primeira vez que se rebelam e vão na frente, como ocorreu em anos anteriores em Banghó, Eitar e outras fábricas.

Luta, unidade operária e organização independente são a chave

Querem nos fazer acreditar que somos fracas, que os homens podem mais. Eles são quase sempre os dirigentes das lutas. No entanto, nesta greve, as metalúrgicas foram às ruas junto com os homens e demonstraram que para vencer é necessária a unidade da classe trabalhadora.

As patronais apostavam que o plano de luta fracassasse, e que a UOM nacional se rendesse e aceitasse suas condições. Buscavam impor um aumento raquítico, mas principalmente dobrar os operários e operárias metalúrgicos/as para que a Reforma Trabalhista que promovem passasse sem resistência, de mãos dadas com os Governos. Por seu lado, a direção da UOM não queria ir a fundo: lançou a greve para desativar a raiva da base e pressionar pela sua parte “do bolo”.

Não puderam! Foi conquistado em torno de 20%, para já e aumentos acumulativos para agosto e setembro e outros benefícios.

Mas são muitas as necessidades do povo trabalhador. Nós, companheiras, não as resolveremos com “empoderamento” individual ou uma CEO (diretora executiva) mulher. Precisamos de salários e aposentadorias pelo menos iguais à cesta básica, reajustados automaticamente, de acordo com a inflação, salário igual para trabalho igual, categorias, creches e jardins de infância em todas as fábricas e bairros operários, derrotar a temida Reforma Trabalhista.

O que foi feito é um grande início para construir a organização por fábrica, combatendo o machismo para fortalecer às companheiras, unir operários e operárias na luta pelas nossas reivindicações, inclusive as femininas, agir contra a violência de gênero ou se nos reprimirem em um protesto. Temos que nos fortalecer até vencer a inação ou a fraqueza da direção sindical e enfrentar os ajustes que virão com um Jujeñazo Nacional, independentemente de quem ganhar as eleições. Nós metalúrgicas e todas as trabalhadoras somos parte fundamental destes desafios.

Mulheres ao pé da máquina Metalúrgicas na vanguarda!

As mulheres jujeñas demonstraram que estão dispostas a enfrentar tudo quando mexem nos nossos direitos, nossos recursos naturais, nossas vidas. Na mesma linha, queremos nos referir às trabalhadoras metalúrgicas que lutaram como leoas pelos seus direitos.

Em 18/07, primeiro dia da greve metalúrgica chamada pela União Operária Metalúrgica (UOM – Unión Obrera Metalúrgica), foram convocadas mobilizações em todo o país. Em Buenos Aires 20.000 trabalhadores e trabalhadoras fizeram uma passeata até a sede da Techint. Há anos que não havia uma greve e uma mobilização, da UOM, tão forte e numerosa.

Nela estiveram elas, as operárias que se organizaram para garanti-las, tornando visíveis os salários miseráveis que recebem como metalúrgicas e como mulheres, já que por tarefas iguais ganham muito menos que os homens. Postaram seus recibos nas redes sociais e levaram suas reivindicações para a mobilização.

A burocracia sindical fez todo o possível para que grande parte da base metalúrgica não participasse. Entretanto, elas se organizaram para ir de qualquer forma: as operárias desciam em grupos de trens ou ônibus. Talvez fosse a primeira vez que a maioria delas estava participando de uma mobilização, mas o medo não as rendeu, nem o machismo de seus parceiros ou de seus companheiros de trabalho, nem a incerteza de como chegar até Retiro, de fábricas muito distantes da Capital.

25 % do sindicato e nas piores condições.

As indústrias metalúrgicas estão incorporando cada vez mais mulheres. Hoje são um quarto1. Quase todas elas estão nos ramos mais mal pagos, nas categorias mais baixas, mais precarizadas, e excluídas de todo tipo de capacitação.

O acordo metalúrgico não as leva em conta nem sequer nas fábricas onde são a maioria. Ignora completamente os problemas que têm por serem mulheres e também os de outras opressões.

Na Obra Social o atendimento é péssimo, nem sequer garante os direitos obtidos nos últimos anos para todas as companheiras.

Para piorar, a Reforma Trabalhista que as patronais exigem, ameaça tirar as poucas conquistas alcançadas, agravando a precarização das metalúrgicas.

Praticamente, a opção é ser dona de casa ou fazer tarefas similares na fábrica, por pouco dinheiro.

Talvez por tudo isso, exista um grande ativismo de base feminino, que usa muito as redes para se organizar. Muitas vezes, a burocracia as seduz com “algum lugar no sindicato”, embora seja só para mostrar. Mesmo assim, as delegadas nas fábricas são muito valiosas na hora de ir para a luta e as “desobedientes” sofrem maior perseguição da patronal e da burocracia. Não é a primeira vez que se rebelam e vão na frente, como ocorreu em anos anteriores em Banghó, Eitar e outras fábricas.

Luta, unidade operária e organização independente são a chave

Querem nos fazer acreditar que somos fracas, que os homens podem mais. Eles são quase sempre os dirigentes das lutas. No entanto, nesta greve, as metalúrgicas foram às ruas junto com os homens e demonstraram que para vencer é necessária a unidade da classe trabalhadora.

As patronais apostavam que o plano de luta fracassasse, e que a UOM nacional se rendesse e aceitasse suas condições. Buscavam impor um aumento raquítico, mas principalmente dobrar os operários e operárias metalúrgicos/as para que a Reforma Trabalhista que promovem passasse sem resistência, de mãos dadas com os Governos. Por seu lado, a direção da UOM não queria ir a fundo: lançou a greve para desativar a raiva da base e pressionar pela sua parte “do bolo”.

Não puderam! Foi conquistado em torno de 20%, para já e aumentos acumulativos para agosto e setembro e outros benefícios.

Mas são muitas as necessidades do povo trabalhador. Nós, companheiras, não as resolveremos com “empoderamento” individual ou uma CEO (diretora executiva) mulher. Precisamos de salários e aposentadorias pelo menos iguais à cesta básica, reajustados automaticamente, de acordo com a inflação, salário igual para trabalho igual, categorias, creches e jardins de infância em todas as fábricas e bairros operários, derrotar a temida Reforma Trabalhista.

O que foi feito é um grande início para construir a organização por fábrica, combatendo o machismo para fortalecer às companheiras, unir operários e operárias na luta pelas nossas reivindicações, inclusive as femininas, agir contra a violência de gênero ou se nos reprimirem em um protesto. Temos que nos fortalecer até vencer a inação ou a fraqueza da direção sindical e enfrentar os ajustes que virão com um Jujeñazo Nacional, independentemente de quem ganhar as eleições. Nós metalúrgicas e todas as trabalhadoras somos parte fundamental destes desafios.

Tradução: Lílian Enck

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