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quinta-feira, abril 18, 2024

Há três anos do principio do fim de Macri

Certamente vão passar anos e décadas em que a memória e os ensinamentos da luta contra a Reforma da Previdência serão estudados pela vanguarda do movimento operário e revolucionário do país.

Por: Daniel Ruiz
O dia 18 de dezembro de 2017, para muitos de nós, mudou parte de nossas vidas. É que a vida dos revolucionários e revolucionárias é consciente de que a luta contra o Estado e suas instituições pode nos levar à prisão, perseguição e até à morte.
Mas isso é parte de nosso destino. A luta por destruir o capitalismo não será uma luta imune, há de se fazer sacrifícios e ter abnegação para conseguir a felicidade para toda a classe operária e os oprimidos do mundo, já que isso só será possível pela revolução social, pela insurreição.
Esse luta pode ser catalogada como um ensaio da classe operária e popular para tomar em suas mãos as resoluções de seu futuro.
O que estava em jogo esse dia?
Grande parte do povo entendeu que todas as leis que Macri queria passar eram parte do plano do Fundo Monetário Internacional, de suas chamadas “reformas estruturais”. Entretanto, a raiva de anos de miséria e submissão por parte do Governo diante das multinacionais e países imperialistas, fez com que nesse dia se rompesse todo o dique de contenção por parte dos sindicatos burocráticos, dos movimentos sociais, dos partidos patronais e inclusive setores da esquerda.
Nesse dia nossa classe disse basta e lutou com o que tinha nas mãos para resistir à entrega e à brutal repressão.
As lutas anteriores como uma antessala
Dezembro é sinônimo de lutas em nosso país, mas em 2017 foi muito agitado. O governo de Cambiemos com sua Ministra de Segurança, Patricia Bullrich, estabeleceu uma postura imutável em relação às lutas operárias e populares. Utilizar o poder do Estado para a repressão, para armar processos, para a criminalização de todo protesto e a utilização dos meios de comunicação para justificar sua ação.
E nessa tônica Bullrich tratou de fechar dezembro de 2017 com uma vitória de sua política. Por isso reprimiu e encarcerou a marcha contra a cúpula da Organização Mundial do Comércio (OMC), reprimiu o acampamento dos movimentos sociais, reprimiu o protesto contra a sessão da Reforma da Previdência de 14 de dezembro.
Não se podem dar pauladas nas pessoas sem esperar que um dia se cansem e digam: agora nós vamos bater. E esse dia chegou.
18 de dezembro: fazer o que devemos
Para um revolucionário, a luta social não é uma simples atividade, e não somos jornalistas do que acontece. Buscamos estar não só à altura das circunstancias como de conectar com a ação direta as massas rebeladas para dar-lhes uma perspectiva de poder e de destruição das instituições burguesas que são um covil de bandidos contra a nossa classe.
Foi por isso que o PSTU entendeu, desde os dias de lutas anteriores, que a raiva acumulada iria desencadear um forte enfrentamento nas ruas, que em última instância o que estava em jogo era: classe contra classe! Por isso apesar de nossa pequena organização agimos em consonância e fomos para essa luta, onde a política de avançar, de nos defender da repressão empalmou com milhares de jovens, mulheres, trabalhadores e trabalhadoras no que foi a primeira linha de luta de ação direta.
A luta foi histórica pela resistência operária e popular, e pelos panelaços da noite.
A saída de Macri
Sem dúvida a aprovação da Lei da Previdência a esse custo significou o começo da queda do Governo. E diante dos olhos da classe operária se viu que as forças policiais retrocederam não só pela massividade, mas também pela preparação das primeiras linhas, de armar os comitês de autodefesa. Esses ensinamentos com erros e acertos sem dúvida deverão ser estudados para melhorar.
Nossa participação e represálias
O PSTU considera que era nosso dever estar na primeira linha, porque a história dos revolucionários do mundo nos deu lições de como devemos agir diante das forças do Estado e suas instituições.
Por isso quando não havia nenhuma garantia judicial para nosso companheiro Sebastián Romero, ícone da resistência, apoiamos a sua não apresentação diante do Juiz Sergio Torres. Por isso também entendemos que para os revolucionários cada lugar é uma trincheira e durante minha prisão na penitenciária de Marcos Paz, a luta continuou pelas reivindicações dos demais presos.
Sofremos ordens de busca, atentado ao carro de nosso advogado, perseguição, prisão e assédio. Fazendo um simples balanço, resistir como resistimos é uma mostra de que é possível e que a solidariedade operária e popular, tanto nacional como internacional, desempenhou um papel fundamental.
Sem dúvida, cada 18 de dezembro estará em nossa memória. Mas ainda não terminamos nossa tarefa, devemos conseguir a liberdade de Sebastián Romero e a absolvição de todos os acusados da luta de dezembro de 2017.
VIVAM O PSTU e a LIT-QI!
Tradução: Lilian Enck

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