Brasil | Passado o 1º turno das eleições, o que fazer?
Mesmo enfrentando o avassalador poder econômico das candidaturas da ordem, as regras antidemocráticas desse regime dos ricos e a censura dos grandes veículos de comunicação, o PSTU apresentou, nestas eleições, uma alternativa da classe trabalhadora, socialista e revolucionária.
Por: PSTU Brasil
Com candidaturas encabeçadas por operários, trabalhadores, gente da juventude, professores, mulheres, LGBTI+ e negras e negros, fizemos uma campanha que foi expressão dos setores mais explorados e oprimidos. Uma campanha militante, em que o PSTU, apesar dos poucos votos, sai mais fortalecido para as próximas batalhas.
Passado este 1º turno, a militância do PSTU segue nos locais de trabalho, nas fábricas, nos canteiros de obra, nas escolas e universidades, defendendo um programa de enfrentamento ao Arcabouço Fiscal, às privatizações, ao roubo institucionalizado da dívida e ao programa neoliberal, nas três esferas de governo.
Por isso, também seguiremos chamando a organização e a mobilização independente da classe trabalhadora, conectadas à estratégia de uma revolução que bote abaixo este Estado capitalista e abra o caminho para a construção de um governo socialista dos trabalhadores.
Em São Paulo e Porto Alegre: voto crítico, sem nenhuma confiança
No 2º turno, o PSTU defenderá o voto nulo na maioria das cidades. Em algumas, porém, como em São Paulo (SP), chamará o voto crítico em Guilherme Boulos (PSOL), contra o representante do bolsonarismo, o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB).
Já em Porto Alegre (RS), o PSTU ajudará os trabalhadores e trabalhadoras que querem derrotar o atual prefeito, e também aliado de Bolsonaro, Sebastião Melo (MDB), chamando o voto crítico na candidata de oposição, Maria do Rosário (PT).
Em ambos os casos, o PSTU vai estar junto com os setores mais avançados da classe trabalhadora e da juventude, que querem derrotar eleitoralmente a ultradireita. O PSTU alerta, porém, que não derrotaremos, de verdade, essa extrema direita através das eleições, menos ainda com um eventual governo de Frente Ampla, de aliança com a burguesia, e com um programa liberal capitalista e nos limites da ordem, como o que é defendido pelas candidaturas do PT e do PSOL.
Por isso mesmo, defendemos o voto crítico ao mesmo tempo que não depositamos qualquer confiança num governo que venha a ser constituído por essas candidaturas. Ao contrário, defendemos a organização independente da classe para, inclusive, lutarmos contra os eventuais governos do PSOL ou do PT, pois, com seus acordos, promessas e alianças, farão, inevitavelmente, um governo contra a classe trabalhadora.
O sentido do voto crítico
Em São Paulo, por exemplo, Ricardo Nunes é o representante do bolsonarismo e do governador de extrema direita, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Tem como vice um ex-comandante das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) que se tornou conhecido por defender, publicamente, uma abordagem “diferente” da polícia nos bairros da elite e nas periferias. Também ajudou a privatizar a Sabesp e, para angariar o apoio do bolsonarismo, foi ainda mais à direita chegando, por exemplo, durante a pandemia, a incorporar um discurso antivacina.
Já Boulos, enquanto a direita radicalizava seu discurso, tentou se tornar mais palatável, não só rebaixando seu programa, mas adotando, inclusive, parte do programa da própria direita.
Botou, por exemplo, um ex-comandante da mesma Rota para elaborar seu programa de Segurança Pública. Também prometeu dobrar a Guarda Municipal, militarizada, repetindo o velho programa de mais repressão, que se abate sobre os pobres e a juventude negra e periférica. Assim como chegou a defender, uma vez eleito, a reintegração de posse e o enfrentamento contra o movimento por moradia.
Já em Porto Alegre, o candidato à reeleição, Sebastião Melo, teve responsabilidade direta na tragédia que vitimou a população gaúcha no início do ano. Apesar dos sucessivos alertas, não investiu em prevenção. E, ainda, ameaça privatizar o Departamento Municipal de Água e Esgotos (DMAE). Os atingidos pelas enchentes não foram reparados, enquanto Melo entrega a cidade cada vez mais aos bilionários
Maria do Rosário, porém, não representa uma alternativa dos trabalhadores para Porto Alegre. Com uma política de Frente Ampla, de governar com e para os bilionários e com o Centrão, vai repetir o que faz o governo Lula no âmbito do Governo Federal. Por isso, o PSTU, ao mesmo tempo em que chama o voto contra Melo, alerta para que os trabalhadores não depositem qualquer confiança em Maria do Rosário.
O voto crítico do PSTU não se confunde com apoio político, mas o contrário. É no sentido de, junto aos setores que querem combater a ultradireita, fortalecer a luta para forjar uma oposição de esquerda, de classe e socialista, ao governo Lula, e, também, aos governos dos estados e municípios, enfrentando o sistema capitalista, a democracia dos ricos e a própria extrema direita, ao invés de se aliar a ela, como faz o PT.
E acreditamos que tem que ser assim porque a extrema direita não será derrotada nas urnas, mas mudando essa sociedade capitalista que vivemos.
Venha com o PSTU fortalecer uma alternativa revolucionária e socialista
O que está colocado é a necessidade de organizar, junto à classe, uma forte oposição de esquerda e socialista ao governo Lula-Alckmin e aos governos das demais esferas, para combater os bilionários e o sistema capitalista, que só produzem barbárie, violência e destruição ambiental.
A política covarde de setores do PSOL – de defender o “mal menor” contra o “fascismo” – ajuda a manter a classe presa a projetos de alianças com a direita e a burguesia, num círculo vicioso, que acaba por fortalecer a própria extrema direita.
O PSTU agradece os votos recebidos nestas eleições e a todas e todos que nos ajudaram nesta campanha. Cada voto ajuda a fortalecer um projeto revolucionário e socialista. E fazemos um chamado: venha se organizar conosco e ajudar a construir uma alternativa revolucionária, na luta pelo socialismo, por um futuro comunista, sem exploração e qualquer tipo de opressão.