Fora mãos ianques da Venezuela, Colômbia e América Latina! Rechaçar a ofensiva imperialista de Trump!
Por: PST Colômbia
O PST repudia o vil assassinato de pelo menos 34 pessoas, várias delas jovens pescadores, incluindo um colombiano, perpetrado por forças navais dos EUA posicionadas no Mar do Caribe, na costa da Colômbia e da Venezuela, e recentemente também no Pacífico, na costa da Colômbia. Também rejeitamos a rotulação feita por Trump ao presidente Petro como um “líder do narcotráfico” por ousar denunciar esses assassinatos; as ameaças de sanções econômicas; e a atual pressão imperialista sobre a Venezuela.
Sob o pretexto de supostamente combater o narcotráfico, o governo Trump vem promovendo ações militares que expressam nitidamente a determinação do imperialismo estadunidense de impor seus interesses econômicos e políticos pela força, não apenas à Venezuela, mas a todos os países latino-americanos, e de consolidar sua hegemonia na região, que considera seu “quintal”, no contexto da disputa global por recursos naturais e mercados.
Para o imperialismo, nada importa se, para atingir seus objetivos, deve tirar a vida de pessoas indefesas em alto mar, violando não apenas a soberania da Colômbia, mas também as normas marítimas internacionais, como no caso do bombardeio da pequena embarcação que transportava o pescador colombiano Alexander Carranza, natural de Santa Marta, enquanto ele pescava. Afirmamos o direito legítimo dos pescadores e demais trabalhadores marítimos, tanto na Venezuela e na Colômbia, quanto na América Central e nas Antilhas, de exercer livremente suas atividades no Mar do Caribe e no Oceano Pacífico. Também rejeitamos categoricamente a presença de navios de guerra e outras forças navais dos EUA em águas onde não têm jurisdição, e exigimos que Trump e sua cúpula naval sejam levados à justiça internacional pelo assassinato dessas 34 pessoas.
Embora existam vários casos em que se comprovou que se tratava de pescadores, rejeitamos esses ataques mesmo que se tratasse de pessoas transportando drogas ilegais, não apenas porque esse crime não acarreta pena de morte, mas também porque quem viaja nessas hipotéticas embarcações não é traficante. No máximo, são pessoas empobrecidas que encontram nessas atividades um meio de subsistência, em meio ao desemprego e à falta de oportunidades. As ações de julgar e assassinar, sem permitir que as vítimas se expressem ou mesmo um julgamento, não são gratuitas. É assim que o sionismo atua em Gaza sob o pretexto de combater o terrorismo, quando eles são os maiores terroristas do mundo.
A atual campanha militar naval de Trump no Mar do Caribe — e agora no Pacífico — deve-se principalmente ao plano do imperialismo americano de derrubar Maduro e estabelecer um governo fantoche mais subserviente na Venezuela, garantindo o controle direto sobre seus ricos depósitos de petróleo e outros minerais descobertos no arco mineiro do Orinoco. E, por outro lado, pressionar a Petro a cumprir integralmente seus ditames e políticas.
Na Colômbia, rechaçamos os ataques do imperialismo sem dar apoio político à Petro, que faz discursos anti-imperialistas enquanto paga pontualmente a dívida externa. Não apoiamos o regime ditatorial de Maduro, que não só cerceia as liberdades democráticas dos trabalhadores e do povo em geral, como também carrega sobre seus ombros o peso da crise econômica e as consequências do bloqueio econômico dos EUA, enquanto a boliburguesia enriquece prodigamente às custas das receitas do petróleo e da corrupção na gestão dos cofres do Estado. No entanto, alertamos que um novo regime político imposto pelo imperialismo ianque, de mãos dadas com a oposição burguesa reacionária venezuelana, só trará maiores dificuldades e agravará ainda mais as já precárias condições de vida dos trabalhadores venezuelanos.
O presidente Petro declarou publicamente que se opõe a uma intervenção militar dos EUA na Venezuela. Recentemente, denunciou o bombardeio por forças navais americanas de um pequeno barco perto das águas territoriais venezuelanas no Mar do Caribe, no qual, segundo ele, três pescadores, incluindo um colombiano, foram mortos. Após essas declarações, Trump o atacou, chamando-o de líder do narcotráfico, declarando a suspensão da ajuda à Colômbia e ameaçando impor novas tarifas às exportações colombianas. Em resposta, Petro convocou o embaixador em Washington para consultas, declarou a suspensão do TLC com os EUA e convocou uma manifestação em Bogotá.
Acreditamos que, para ser consequente com sua retórica anti-imperialista, Petro deve tomar medidas decisivas para libertar verdadeiramente o país da dominação imperialista que não apenas permite a pilhagem de nossos recursos naturais e a superexploração dos trabalhadores pelas corporações transnacionais, mas também impede o desenvolvimento econômico do país que garante o bem-estar dos trabalhadores e classe média rurais e urbanos. Ações como: o não pagamento da dívida externa fraudulenta, que absorve mais de 30% do orçamento nacional anual e submete o desenvolvimento econômico do país aos ditames do FMI e do Banco Mundial; a saída da Colômbia da OTAN, conforme anunciada; o cancelamento de todos os acordos de cooperação militar com os EUA e a expulsão de seus oficiais militares do país; a revogação da autorização para o estabelecimento da base de vigilância militar dos EUA, disfarçada de base científica, na Ilha de Gorgona; a rejeição da interferência dos EUA nos planos e políticas para a região amazônica, por serem apenas um mecanismo para garantir o controle de uma região geográfica estratégica por seus recursos naturais, como água e minerais; e a ruptura definitiva com a política antidrogas imperialista e a transição para uma abordagem regulatória.
A extrema direita, lacaios do imperialismo e patrocinadores do genocídio palestino pela burguesia oposicionista venezuelana, liderada por María Corina Machado, tem sua contrapartida na Colômbia. Diante do confronto de Petro com Trump, toda a burguesia colombiana, com seus sindicatos econômicos e partidos políticos, fiel à sua atitude servil e obsequiosa em relação ao imperialismo estadunidense, criticou a conduta de Petro e apoiou Trump. Como agentes servis do imperialismo em nosso país, eles colocam seus interesses e interesses comerciais acima de qualquer noção de soberania e dignidade nacional. O patriotismo barato que exerceram na disputa com a Nicarágua pela ilha de San Andrés, ou recentemente na disputa com o Peru pela ilha de Santa Rosa, é sub-repticiamente diluído pela necessidade de preservar as migalhas obtidas como sócios menores do imperialismo ianque. Nesse contexto, é impressionante o alinhamento natural dos apoiadores de Uribe com as políticas de extrema direita e o estilo autoritário de Trump. Ambas são a expressão política dos setores mais reacionários da burguesia, que, em todos os países, imperialistas e semicoloniais, recorrem à força contra a mobilização dos trabalhadores e das massas populares para impor e salvaguardar seus interesses de classe. Tudo isso ocorre no contexto da campanha eleitoral, onde cada setor tenta capitalizar a situação.
Chamammos os trabalhadores e todas as forças que se reivindicam democráticas ou de esquerda na Colômbia, Venezuela e em toda a América Latina, e a classe trabalhadora e suas organizações no próprio coração dos Estados Unidos, a se unirem em ação contra a ameaça do imperialismo norte-americano, liderado por Donald Trump, de invadir a Venezuela; a rechaçar seus ataques contra a Petro e a soberania de nosso país; a exigir a retirada de sua frota naval do Mar do Caribe para garantir a soberania e o direito à autodeterminação de todos os países caribenhos; e a suspender imediatamente os ataques em águas internacionais contra povos indefesos. Assim como no passado em Granada (1983) e no Panamá (1989), a presença militar dos EUA não trará democracia e progresso ao nosso povo, mas sim mais miséria, pilhagem e superexploração dos trabalhadores.
Forças navais ianques fora da Venezuela, Colômbia e de todo o Mar do Caribe!
Não pagamento da Dívida externa!
Petro, rompa já com a OTAN e expulse os militares estadunidenses do país!
Trump deve pagar pelos pescadores assassinados!




