Parar o genocídio em Gaza! Pão e armas para os palestinos!

Petro, rompa com a OTAN agora, convoque voluntários/as: vamos construir uma Brigada Colombiana e Latino-Americana para a libertação da Palestina!
Por: Comitê Central do PST – Colômbia
Diante da escalada da violência colonial e genocida de Israel, que desencadeou uma onda de mobilizações massivas em todo o mundo, destacando-se a greve geral na Itália, a ação heroica da flotilha Sumud e a cascata de reconhecimentos do Estado da Palestina por vários governos. E, especialmente à luz das declarações de Gustavo Petro na Assembleia Geral das Nações Unidas e nas ruas de Nova York, e do recente plano proposto por Trump para Gaza, o Partido Socialista dos Trabalhadores declara:
1. Gustavo Petro tem razão: um genocídio está sendo cometido na Palestina, que está sendo transmitido ao vivo nas redes sociais, além da imposição de um regime de apartheid. Diante desse cenário, os meios diplomáticos e pacíficos têm sido insuficientes, sendo necessário derrotar Israel militarmente. Para isso, é verdade que são necessárias armas, tropas e equipamentos militares capazes de combater Israel nesse terreno; isso só pode ser alcançado por meio de uma força internacional, composta por milhares de voluntários de diferentes países dispostos a lutar ao lado do povo palestino, como os houthis estão fazendo no Iêmen, e como foi a experiência das Brigadas Internacionalistas da Guerra Civil Espanhola e da Brigada Simón Bolívar, que se aliaram à Frente Sandinista na luta contra o ditador e assassino Anastasio Somoza. Hoje, reafirmamos nosso desejo e disposição de ajudar a organizar e fazer parte dessa força armada internacional que libertará a Palestina do rio ao mar.
2. Essa força armada internacional não pode ser composta por tropas de “pacificadoras” das Nações Unidas, que nada mais fizeram do que se aliar aos opressores e exploradores nos países onde operam. A ONU não apoia a luta armada do povo palestino. O mecanismo “União pela Paz“, um mecanismo da ONU que permite à Assembleia Geral agir quando o Conselho de Segurança está paralisado por vetos, permite apenas evitar o veto do Conselho de Segurança, mas não as posições dos países imperialistas e da maioria dos governos burgueses ao redor do mundo que não apoiam a resistência armada do povo palestino. Essa força armada internacional deve ser formada por brigadas internacionais que se unam à resistência armada palestina.
Essa força internacional deve estar equipada com armas de alta tecnologia, e cabe à Rússia, China, Irã e aos demais países árabes que foram militarmente atacados por Israel se unirem militarmente para enfrentar o assassino sionista e também fornecer armas ao povo palestino para sua defesa.
O Presidente Gustavo Petro deve ser consequente com seu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas e exigir que o Hamas e as demais organizações de resistência palestina sejam reconhecidos como uma força beligerante que tem o legítimo direito de responder ao terrorismo sionista com ações armadas.
3. Para que a proposta de Petro se torne realidade e para que um exército de brigadas internacionais seja formado para libertar a Palestina, será necessário superar algumas contradições, sem as quais não podemos passar das palavras aos atos:
– Petro não deve confiar que a ONU possa desempenhar um papel progressista, quando sua própria resolução de 1948, que criou o Estado de Israel, apenas demonstrou sua total inutilidade em detê-lo durante dois anos de genocídio. A derrota militar de Israel exige a mais ampla unidade militar com o Hamas e outras organizações de resistência, apesar de nossas profundas diferenças políticas com elas.
– Embora existam grupos de judeus antissionistas, a maioria deles está fora de Israel. Ainda que seja correto convocar as tropas à desobediência, não podemos depositar nossas esperanças no moral e na possibilidade de ter o “povo israelense” como aliado, ou acreditar que apelar à sua consciência impedirá o genocídio, porque eles são uma população transplantada, sionista e colonizadora que não tem interesse em fazê-lo.
– É errado continuar apostando na solução utópica de dois Estados. A única possibilidade para uma Palestina livre é um Estado único, laico, democrático e não racista, onde judeus não sionistas que queiram viver em paz possam conviver com o povo palestino, como faziam antes de 1948.
– É urgente passar das palavras aos atos e romper com os limites da OTAN e da ONU; é incoerente continuar mantendo a Colômbia como parceira global, e por isso é necessário suspender imediatamente o pagamento da dívida externa, dinheiro que ajuda a financiar o genocídio.
4. Rejeitamos e não confiamos no plano de Trump. em seus anúncios de trégua e planos para Gaza. A suposta paz de Trump é, na verdade, uma política de rendição da resistência e da colonização imperialista da Palestina. Mesmo que Israel assinasse um cessar-fogo e um acordo de paz, violaria a paz, como já fez antes; Gustavo Petro não deve interromper seus planos por causa deste anúncio e deve rejeitar inequivocamente a política de Trump.
5. Repudiamos as declarações de Donald Trump e a retirada do visto de Gustavo Petro, bem como quaisquer sanções por rejeitar o genocídio sionista e apoiar a Palestina, e rejeitamos qualquer tipo de presença militar dos EUA na Colômbia, no Caribe e em qualquer outro país do mundo.
6. Apelamos a todas as organizações ope´rarias, movimentos sociais, sindicatos e movimentos populares, bem como às organizações de esquerda, na Colômbia e nas Américas, para que abracem a proposta das brigadas e se unam à construção do Exército Internacional de Voluntários para a Libertação da Palestina.
7. Apelamos à CUT, à Fecode, à CGT, à CTC e ao movimento operário em geral para que organizem ações de mobilização e solidariedade efetiva dos trabalhadores com o povo palestino, incluindo boicotes às multinacionais que apoiam o sionismo, como a Coca-Cola e a Nestlé, e a quaisquer exportações para Israel, chegando inclusive a convocar uma greve geral, seguindo o exemplo da classe trabalhadora italiana.
8. O Partido Socialista dos Trabalhadores apela à redobrada solidariedade com o povo palestino. Por isso, é necessário que neste 7 de outubro, na Colômbia e em todo o mundo, as ruas estejam repletas de bandeiras palestinas, em apoio à resistência e também em apoio à constituição de brigadas internacionalistas para a sua defesa. Por isso, nos uniremos às ações planejadas. A classe trabalhadora deve retomar a sua tradição internacionalista.
Presidente Petro, assuma a liderança na exigência de que os governos do mundo reconheçam o Hamas e outras organizações palestinas como uma força beligerante.
Petro, rompa com a OTAN agora, convoque voluntários: vamos construir uma Brigada Colombiana e Latino-Americana pela libertação da Palestina!
Liberdade imediata e respeito à segurança dos ativistas da Flotilha!
Unidade militar dos países atacados por Israel!
Não há paz para a Palestina sem a derrota militar de Israel. Nenhuma confiança no plano de Trump.
Parem o genocídio em Gaza! Pão e armas para os palestinos!
Por uma Palestina laica, democrática e não racista, do rio ao mar.