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Especial Palestina

Israel ataca o Irã. É preciso responder ao sionismo genocida

Imagen: IRNA
outubro 31, 2024

No dia 26 de outubro, o Estado de Israel bombardeou instalações militares em território iraniano, matando dois soldados. Os criminosos sionistas justificaram a ação como uma resposta aos bombardeios que as forças militares iranianas realizaram contra bases militares israelenses, incluindo a sede de seu serviço de inteligência militar, em 1 de outubro. Disseram ainda que buscavam destruir as instalações de produção de mísseis iranianos.

Por: Fábio Bosco

O fato é que, além de ataques genocidas contra palestinos e libaneses todos os dias, os sionistas bombardeiam alvos no Irã, no Iraque, na Síria e no Iêmen, em escala muito inferior se comparado com Gaza e Líbano, regionalizando suas agressões militares.

Mesmo assim, ainda é cedo para afirmar que Israel conseguirá envolver o Irã em uma guerra abrangente entre as duas principais potências militares na região.

Quem quer a regionalização

Os líderes sionistas apostam na regionalização de suas agressões genocidas para impor uma nova ordem regional sob seu comando. Para ter sucesso necessitam envolver, política e militarmente, os países imperialistas, particularmente os Estados Unidos. Joe Biden apoiou as ações genocidas em larga escala no Líbano, e o assassinato de Yahya Sinwar. Mas seu governo prefere que não haja uma guerra generalizada contra o Irã antes das eleições americanas de 5 de novembro.

Por motivos opostos, uma parte da população palestina apoia a regionalização das ações militares contra Israel, apostando que novas frentes de batalha obrigarão os sionistas a reduzir as ações genocidas em Gaza e na Cisjordânia, e até mesmo acelerar um cessar-fogo.

Os marxistas revolucionários também apoiamos a regionalização das ações militares contra Israel, e chamamos o regime iraniano e os árabes a fazê-los, não apenas para paralisar o genocídio, mas também para multiplicar a crise econômica e social israelense, e abrir o caminho para uma derrota política e militar de Israel que coloque no horizonte uma Palestina livre, do rio ao mar.

O regime iraniano prometeu revidar o ataque, o que é justo e necessário. No entanto, nos parece que seria necessário fazer muito mais do que fez até agora, e se envolver realmente na luta junto com Gaza contra Israel.

No entanto, os regimes árabes (Arabia Saudita e países do golfo, Egito, Jordânia, Síria, Líbano, …) criticam o genocídio em Gaza e no Libano mas se recusam a realizar ações militares contra Israel, e impedem a auto-organização de palestinos e seus apoiadores, seja para realizar protestos pacíficos ou ações militares, contra Israel.

O regime iraniano não é diferente. Sua prioridade são as relações políticas, econômicas e militares com os imperialismos russo e chinês, bem como a normalização de relações com o imperialismo ocidental para evitar as duríssimas sanções às quais está submetido o país. O Ayatollah Khamenei já declarou que não atacará Israel por conta do genocídio em Gaza, mas apenas se for atacado. E fez isso duas vezes para responder às agressões israelenses, em abril e outubro deste ano.

A maioria dos drones Shaheed e dos mísseis Fathi produzidos pelo Irã são entregues para o imperialismo russo promover um genocídio na Ucrânia. Se a prioridade do regime iraniano fosse o apoio militar à resistência palestina, toda semana teríamos ataques com centenas de drones e mísseis iranianos contra o inimigo sionista lançados desde o Irã e vários países da região.

Por isso nós, marxistas revolucionários, defendemos a auto-organização independente da resistência palestina, ao lado da classe trabalhadora e da juventude dos países árabes para lutar, por meios pacíficos e/ou militares, pelo fim do genocídio e do Estado sionista, e por uma Palestina livre, do rio ao mar.

Nesta luta tem papel chave a solidariedade internacional para impedir o envio de armas e fundos para Israel, e para lutar pela ruptura de relações comerciais e diplomáticas de cada país com o Estado de Israel.

Ressaltamos o importante papel dos judeus antissionistas na construção da solidariedade internacional. Os judeus antissionistas crescem em todo o mundo exceto dentro da Palestina ocupada onde a maioria da população judia é beneficiária do roubo de terras palestinas e por isso apoia o genocídio de palestinos e libaneses.

Mais que nunca é válido o slogan abandonado pela maioria da esquerda palestina e árabe que afirma que o caminho para a libertação de Al-Quds (Jerusalém) começa em Amã, Beirute, Cairo e Damasco.

Essa aliança de forças operárias e populares na região e de todo o mundo pode por fim ao Estado de Israel e às ditaduras árabes, libertando a Palestina, do rio ao mar, e colocando um ponto final na presença das várias forças imperialistas na região, abrindo o caminho para uma Federação Árabe de Repúblicas Socialistas.

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