qua set 18, 2024
quarta-feira, setembro 18, 2024

Unir as lutas forjando uma nova Greve Geral com ou por fora da CGT

A resistência dos trabalhadores e trabalhadoras em todo o país é importante. Por um lado, o Governo, através da Lei de Bases, do RIGI e do Imposto de Renda sobre os salários, desferiu um duro golpe nas famílias operárias. E a entrega de recursos naturais a potências estrangeiras, sejam ianques, chinesas ou europeias, aprofunda-se, com um salto nos acordos com o estado sionista de Israel, que continua assinando convênios para a exploração de água potável através da sua empresa Mekorot.

Por: PSTU – Argentina

Raiva e resistência crescem

Os professores da ATEN Neuquén vêm de semanas de greves, assembleias e mobilizações, as entidades universitárias continuam com o seu plano de luta, os trabalhadores da imprensa e Página 12 mobilizam-se por um aumento salarial, os funcionários públicos do Estado continuam lutando contra as milhares de demissões, em Comodoro Rivadavia mobilizam-se contra os aumentos das tarifas de eletricidade os sindicatos dos caminhoneiros, UOCRA e Petroleiros Austral. Os movimentos sociais continuam sofrendo perseguições, ao mesmo tempo há também lutas pelas liberdades democráticas, como a exigência de liberdade imediata dos presos por lutar em 12 de junho.

Isto ocorre num quadro de trégua entre a CGT e as outras centrais sindicais que pouco ou nada fazem face à investida do Governo Milei.

O peronismo e outros partidos patronais deixaram o plano econômico avançar

A Libertad Avanza tem poucos legisladores e só precisou da carteira para comprar vontades. Nem precisa enfrentar quase nenhuma direção sindical e piqueteira. O silêncio dos sindicatos e a falta de consistência em alguns protestos foram fundamentais para fazer avançar o “plano motosserra”, por um lado. Mas também a cumplicidade dos líderes políticos do peronismo em todas as suas vertentes, a começar pelo Kirchnerismo, a Cámpora e outras expressões das províncias. Só assim se avança com o ajuste nas costas da classe operária, com ataques profundos ao seu nível de vida.

Sabendo que a crise global obriga a ajustes em todos os países, Alberto Fernández, Cristina Kirchner e Sergio Massa também o fizeram no ano passado com ritmos diferentes. Certamente, se fossem governo, não só o continuariam, mas o aprofundariam, já que todos eles (libertários, macristas, peronistas) obedecem à embaixada ianque.

Federação de trabalhadores na indústria de óleos e azeite paralisa portos de soja por 7 dias

Enquanto empregadores, como dos Pneus tentam avançar a sua ofensiva com demissões e suspensões, outros, como as empresas de óleo e azeite, tentam reduzir as condições de trabalho e impedir que sejam alcançados aumentos salariais correspondentes.

É por isso que, após uma sessão plenária nacional de mais de 250 delegados do setor de óleo e azeite, decidiram iniciar o seu plano de luta. Foi assim que durante 7 dias de greve, assembleias e piquetes nos principais portos da indústria protagonizaram uma mensagem de resistência a um nível superior ao que se via há vários anos. A greve do setor de óleo e azeite também coincidiu com uma greve portuária da SOMU, de Mar del Plata a Santa Cruz, sem dúvida um golpe para o Governo. Ambos os conflitos entraram em conciliação da Secretaria do Trabalho.

Por uma greve nacional da CGT ou por fora das centrais

Força e vontade de lutar em todos estes meses ficou demonstrado que existe, que a lua de mel com Milei se sustenta porque por convicção ou omissão as forças políticas a sustentam. A trégua da CGT e as CTAs é um fator determinante para que a Argentina tenha os salários mais baixos do Cone Sul.

O dirigente dos trabalhadores em empresas de óleo e azeite numa entrevista disse: “A CGT não está à altura” … “poderíamos avançar com a organização de uma greve nacional, sem o seu apoio” … “um cenário como o dos anos 90, quando os movimentos liderados pelo Movimento de Trabalhadores Argentinos (MTA), lideraram a luta daquele momento, inclusive paralelamente à CGT” … “O MTA parou e a CGT não, e mobilizavam a muitos trabalhadores que estavam necessitados naquele momento” [1].

Esta iniciativa não pode ficar apenas em expressões, os trabalhadores das empresas de óleo e azeite realizaram três greves gerais nos dias em que a Lei de Bases tramitou no Congresso Nacional. Deve-se construir uma perspectiva de Greve Nacional, em cada local de trabalho devem ser realizadas assembleias que se expressem dessa mesma forma. Todos os conflitos em luta devem se unir e tentar iniciar uma Greve Nacional desde baixo, começando pela forma como trabalhadores do óleo e azeite fizeram, com assembleias e piquetes.

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[1] https://mundogremial.com/aceiteros-marcan-distancia-con-la-cgt-y-advierten-un-paro-contra-milei/

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