dom set 08, 2024
domingo, setembro 8, 2024

A lei caiu: Plano de luta pelos salários e contra as políticas de Milei, Macri e do FMI

O projeto de lei do governo foi retirado e, segundo declarações oficiais, não seria apresentado novamente. O DNU (Decreto de Necessidade e Urgência) foi recortado pela Justiça.

Por: PSTU Argentina

Não conseguiram votar a favor, apesar da vontade da rasteira oposição, que votou a favor da lei em geral. E apesar da atitude do peronismo e da CGT, que se opuseram, mas não se mobilizaram nas ruas para derrotar completamente o governo.

É um importante round vencido pela classe trabalhadora e pelo povo, contra os projetos de Milei, os capitalistas e o Fundo Monetário. Dizemos round, porque a luta não foi vencida. Com certeza, Milei retornará com a “motosserra” de outra forma, e tentará impor todas as suas medidas de qualquer forma.

Declarou guerra aos trabalhadores e à soberania nacional, num projeto compartilhado por todos os empresários nacionais e multinacionais. Vencemos uma batalha, mas a guerra continua até derrotá-lo definitivamente.

O que aconteceu?

A enorme greve e mobilização provocou uma crise que “atropelou” um ministro e complicou todas as negociações.

As medidas da CGT, apesar da desconfiança nos dirigentes, tornaram-se um ponto de referência para amplos setores da Cultura, das assembleias populares, da esquerda e de muitos que se mobilizaram de forma independente. A vontade de luta da classe operária foi demonstrada.

A possibilidade de uma derrota contundente estava colocada e para isso era necessário prosseguir com novas medidas e um plano de luta.

Mas a CGT “pisou no freio”, permitindo ao oficialismo recompor-se e voltar à carga, conseguindo uma votação “em geral” da Lei na sexta-feira. Foi uma nova e verdadeira traição dos dirigentes sindicais, que desapareceram no dia seguinte à manifestação. Grabois apareceu por um momento, como passeando “para a TV”. Guillermo Moreno, muito bom para falar na TV, não apareceu nem chamou a mobilizar. E Cristina foi contra a greve e manteve a boca fechada. Não fizeram nada.

Aquela votação “em geral” mostrou que não podemos ter nenhuma confiança no Congresso, nem na Justiça, nem nestes politiqueiros peronistas, que só pensam nas próximas eleições. Só podemos confiar na força da mobilização operária e popular.

Porém, a lei “caiu” nas votações individuais.

Os cortes impostos pelo FMI e a voracidade do governo e dos seus amigos capitalistas foram tão grandes que até os covardes e submissos deputados da oposição tiveram que “podar” a lei. Foi uma verdadeira briga entre patrões, uma luta entre abutres para dividir o que tiram do povo com cortes salariais, tarifas altas, ajustes e fome. Todos concordam quando a “motosserra” aponta contra os trabalhadores e a soberania nacional, mas não tanto quando os afeta.

E nessa briga acabaram reduzindo tanto a lei, que Milei desistiu.

E agora, como continuar?

A pior conclusão seria confiar que da próxima vez o Congresso irá frear novamente o governo. Pelo contrário, estão ansiosos por apoiá-lo, porque representam uma classe capitalista que precisa de aprofundar a exploração dos trabalhadores e a pilhagem dos recursos nacionais, à custa do meio ambiente e das comunidades. E para isso concordam em cortar os direitos democráticos populares, para amarrar as mãos da nossa resistência. São um covil de ladrões, capazes de entregar qualquer coisa.

Voltarão a negociar e, de uma forma ou de outra, apoiarão mais uma vez a política de fome, entregadora e repressiva de Milei. Se for por eles, a guerra será vencida pelos empresários, pelo Fundo e por este governo.

Temos que aproveitar esse golpe que o governo recebeu para colocar em prática um plano de luta para toda a classe operária.

A esquerda esteve presente denunciando a lei, que foi correta, mas não é forte o suficiente para impedir isso. Bullrich teve até reintroduziu o seu “protocolo repressivo”, inútil face às grandes mobilizações operárias. Somente os trabalhadores e trabalhadoras, com suas organizações, à frente de todos nós que seremos afetados pelo projeto que Milei não abandonará, unidos e organizados, poderemos derrotar completamente o governo nesta guerra.

É uma guerra: eles vencem ou nós vencemos. Não há empate possível.

Greve e imediato e plano de luta

A grande mobilização demonstrou a vontade de luta da nossa classe.

Diante do aumento dos transportes, dos alimentos, do material escolar e da saúde, todos os trabalhadores, independentemente para quem votaram, têm que lutar para recuperar o que perderam, até conseguirem um salário igual ao da cesta familiar, reajustado mensalmente pela inflação.

Os funcionários públicos lutam contra as demissões. Os petroleiros e pescadores de Chubut estão em pé de guerra, enfrentando a repressão e a perseguição de seus líderes. Vários sindicatos, como o dos metalúrgicos, têm salários mínimos abaixo da linha da pobreza. Em todo o país, os trabalhadores preparam-se para enfrentar a ofensiva patronal e lutar pelos salários.

É hora de retomar a luta para conseguir uma nova greve nacional e um plano de luta até que o governo seja derrotado.

Os dirigentes têm que retomar a luta. Temos que realizar assembleias em todas as fábricas e empresas, escolas e repartições, para preparar este plano de luta. Ou a CGT convoca, ou faremos a partir das bases, passando por cima deles.

Através da organização democrática, as assembleias, os plenários mandatados, comissões e comitês para percorrer outras fábricas, juntar-se aos bairros pobres, convencer aqueles que ainda têm alguma esperança em Milei, ou aqueles que, por desconfiança nas direções traidoras, têm medo de sair para lutar. Preparar fundos de greve, para ter recursos para a luta.

Organizando-se também para resistir, enfrentar e derrotar a repressão governamental, com o que for necessário. Não podemos ingenuamente permitir que dissolvam as nossas mobilizações com o seu “spray de pimenta”, os seus gases e balas de borracha. Temos veículos, sabemos operar máquinas, conhecemos os recursos para paralisar suas motocicletas. É hora de nos organizarmos para derrotar o seu “protocolo” contra as lutas operárias.

Por um projeto operário e popular

Enquanto nos organizamos e exigimos uma luta unitária dos sindicatos, nas assembleias operárias, temos a oportunidade de debater democraticamente as medidas e o plano que os trabalhadores e o povo necessitam.

As medidas de ajuste para aqueles que devem ser ajustados, aqueles que não pagam impostos, aqueles que vivem da exploração dos trabalhadores. Temos que expropriar os grandes capitalistas, acabar com a fraude da dívida externa, nacionalizar a terra e os recursos minerais, impor um banco nacional único e expropriar os outros, para que toda a economia funcione ao serviço de um projeto de desenvolvimento económico nacional em benefício das maiorias.

Ou seja, uma verdadeira revolução socialista, a única mudança a favor do povo, contra Milei e os empresários que o apoiam.

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