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sexta-feira, março 29, 2024

O terremoto devastou uma Síria já devastada

O terremoto de 6 de fevereiro devastou a Turquia e a Síria. Destruição e morte estão por toda parte. Na Síria, o terremoto ocorreu após 11 anos de banho de sangue perpetrado pelo ditador Bashar al-Assad e seus aliados iranianos e russos.

Por: Fábio Bosco

Segundo o Banco Mundial, a economia encolheu mais de 50% entre 2010 e 2020. A libra síria entrou em colapso e o poder de compra das famílias trabalhadoras foi esmagado. Não há combustível suficiente e por isso, em alguns bairros de Damasco e Ghouta, as pessoas tem que queimar lixo e lenha para aquecer suas famílias durante invernos rigorosos. O acesso à água potável é escasso no nordeste da Síria, levando as pessoas a beber a água poluída do rio Eufrates. As pessoas não saem às ruas para protestar devido à repressão da ditadura e dos grupos paramilitares (chamados de shabiha em árabe).

A situação nas áreas fora do controle do regime sírio no noroeste, como Idlib, Afrin e áreas do norte da província de Aleppo, também é muito ruim. Cerca de 4,6 milhões de pessoas, a maioria deslocadas de outras áreas da Síria, estão sitiadas pelas forças do regime sírio, iraniano e russo. Há apenas uma passagem – Bab al-Hawa, na fronteira com a Turquia por onde a ajuda humanitária é permitida. Cerca de 80% das necessidades humanas de todos os habitantes passam por Bab al-Hawa. Muitas famílias vivem em acampamentos e outras moradias precárias, e os bombardeios de aviões sírios e russos, além da crise econômica turca afetaram fortemente as condições de vida locais. A Ajuda Internacional é a metade do necessário para atender às necessidades das famílias dos refugiados.

O terremoto atingiu um país que já havia sido devastado pela ditadura e piorou as coisas

Nas áreas controladas pelo regime, as tropas iranianas e russas não fizeram nada para ajudar o povo. Muitos países se comprometeram a ajudar, mas pouco chegou até agora. Até a Entidade Sionista ofereceu “ajuda” à Síria enquanto assassinava cinco palestinos em Jericó.

Nas áreas fora do controle do regime, nenhuma ajuda chegou. A estrada que liga Gaziantep a Reyhanli foi interrompida pelo terremoto, dificultando chegar em Bab al-Hawa. O regime sírio não só não abriu nenhuma outra passagem como enviou aviões para bombardear a cidade de Marea.

Acabar com o regime liderado por Bashar para reconstruir a Síria

O terremoto expôs um país devastado. O regime nada fez para reconstruir a economia e o país. A agricultura está devastada e os alimentos são importados. Poucos bairros destruídos foram reconstruídos. Não há nenhum plano da ditadura para melhorar os salários ou as condições de vida. Parte da ajuda humanitária é desviada para os bolsos da corrupta burguesia síria ligada ao regime. As milícias e tropas iranianas e russas atuam livremente no país.

É necessário reconstruir os laços entre os trabalhadores sírios dentro e fora da Síria, a fim de construir solidariedade com as pessoas atingidas pelo terremoto como um primeiro passo para reiniciar a luta para expulsar as forças armadas estrangeiras, bem como por fim ao regime.

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