A poucos dias da definição da Copa do Mundo no Catar, uma notícia impacta dentro e fora do mundo do futebol: o jogador iraniano Amir Nasr-Azadani está condenado à morte pelo regime dos Aiatolás. Se a sentença não for revertida, ele pode ser executado por defender os direitos básicos das mulheres e exigir liberdades democráticas básicas em seu país.
Por: LIT-QI
O ex-jogador de Rah-Ahan, o Tractor e o Gol-e Rayhan, com 26 anos, foi acusado de um delito chamado moharebeh (“inimizade com Deus”), supostamente por estar envolvido na morte do coronel Esmaeil Cheraghi e dois outros membros da força paramilitar Basij durante os protestos. Essa acusação é absurda, já que Amir Nasr-Azadani nunca esteve perto da área onde morreram esses opressores do povo iraniano. A condenação, na verdade, é porque o jovem jogador participou ativamente da imensa onda de protestos contra a ditadura teocrática iraniana.
Execução pública de ativistas no Irã
A pena é a forca, o mesmo método com que foram assassinados os jovens, ambos de 23 anos, Mohsen Shekari e Majid Reza Rahnavard, por sua participação nas manifestações iniciadas em setembro após o assassinato de Mahsa Amini. A execução foi pública, com transmissão pela mídia oficial.
O caso de Amir Nasr-Azadani ganhou relevância mundial quando a Fifpro, a associação mundial de jogadores profissionais, ecoou sua situação: “A Fifpro está chocada e aflita com relatos de que o jogador de futebol profissional Amir Nasr-Azadani está enfrentando a execução no Irã depois de fazer campanha pelos direitos das mulheres e as liberdades básicas em seu país. Somos solidários com Amir e pedimos a anulação imediata de sua punição”.
A LIT-QI rejeita veementemente a condenação de Amir Nasr-Azadani. Rechaçamos as execuções de Mohsen Shekari e Majid Reza Rahnavard e a prisão de centenas de jovens e manifestantes no Irã.
Somos solidários com os protestos no Irã, para derrubar o regime ditatorial-teocrático dos aiatolás; Defendemos a conquista das liberdades democráticas e os direitos das mulheres, apontando a perspectiva de uma solução operária e socialista.
A campanha pela eliminação da sentença que pesa sobre Amir Nasr-Azadani deve ser assumida por todas as organizações operárias, sindicais, estudantis, e todos que se reivindicam democráticos, defensores dos direitos humanos e de esquerda.
A repercussão no mundo do futebol deve ser muito forte. É necessário pressionar de baixo, não se pode esperar nada da Fifa nem dos governos. O futebol deveria parar para Amir Nasr-Azadani. A própria final de amanhã, entre as seleções da França e da Argentina, deve ser suspensa para dar visibilidade a essa causa.
Aderimos à petição Change.org, que visa impedir a execução, que já conta com quase 400.000 assinaturas. Apelamos a todas e todos que assinem e expressem, de várias formas, uma forte solidariedade aos protestos que sacodem o Irã.
Link para assinar a demanda: https://bit.ly/3Wrjqi0