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terça-feira, março 19, 2024

40 anos construindo uma organização de combate

A Liga Internacional dos Trabalhadores vem dedicando seus últimos anos a atualização do programa para a revolução socialista mundial. Mas quem pensa que este é um trabalho de gabinetes está totalmente equivocado, o programa de uma organização revolucionaria se constrói na interrelação dialética cotidiana com os principais acontecimentos da luta de classes, e a ação direta do proletariado. Foi assim que nossa corrente morenista atuou ao longo das décadas e esta foi a lição ensinada por nossos mestres, desde Marx, Lenin e Trotsky.

Por: Americo Gomes

Esta interrelação dialética implica nos revolucionários estarem presentes nas principais lutas e enfrentamentos da luta de classes, estando aí com um programa revolucionário e suas propostas políticas. Isso é fundamental, pois nos últimos anos, existiram muitas lutas no mundo, algumas heroicas, envolvendo muitos jovens e setores da classe operaria, mas sem um programa revolucionário. Por isso o conjunto destes processos desembocaram no apoio às organizações reformistas e ilusões na democracia burguesa.

Trotsky na História da Revolução Russa descreveu a importância da presença revolucionaria: “Em cada fábrica, em cada corporação, em cada companhia militar, em cada taberna, nos hospitais da tropa, a cada aquartelamento, e mesmo nos campos despovoados, progredia um trabalho molecular da ideia revolucionária”. Mesmo na Revolução de Fevereiro, enquanto os políticos burgueses acreditavam que a massa se movia em um processo instintivo Trotsky contrapôs que quem dirigiu a Revolução foram “os operários conscientes e endurecidos que, sobretudo, tinham sido formados na escola do partido de Lenin”.

Junto com isso, a marca distintiva que identificou a corrente “morenista” foi: o internacionalismo e a confiança na classe trabalhadora. Com a firme decisão de construir o partido na classe operária, sendo parte de suas lutas. Levando um programa e uma orientação política, mas também com disposição de aprender, a partir da defesa da mais absoluta democracia operária.

Nossa corrente na Argentina foi fundada por meia dúzia de jovens em 1943, com o Grupo Operário Marxista (GOM), seu principal objetivo era participar das lutas operárias, por isso, em seu início, fundou ou assessorou sindicatos como o têxtil e o dos frigoríficos, onde dirigimos greves imensas, como a metalúrgica de 56. Junto com o trabalho na classe operaria, desenvolveu uma pratica internacionalista, e a intervenção na construção da IV Internacional à qual se vinculou de forma orgânica a partir do Segundo Congresso Mundial de 1948. Onde realizou uma série de batalhas teóricas, programáticas e políticas, como nos debates sobre o papel dos trotskistas na Revolução Boliviana de 1952.[1]

Estivemos com Hugo Blanco na revolução agraria do Peru, nos anos 60; participamos da Revolução dos Cravos em Portugal; impulsionamos a Brigada Simón Bolívar na revolução nicaraguense.

Brigada Simón Bolívar

Lutamos contra todas as ditaduras na América Latina. No Brasil, na década de 1980 entramos em vários sindicatos de trabalhadores, dirigimos greves operárias e várias ocupações de fábrica. Atualmente atuamos, com os jovens, na primeira linha no Chile, Paraguai e Colômbia, nas greves operárias na Europa e no comboio para Ucrânia.

Neste artigo vamos recordar alguns destes momentos de luta em que nossa Internacional teve um papel importante.

À frente da revolta camponesa no Peru

Em 1957, Hugo Blanco, foi ganho para nossa corrente, o estudante peruano que atuava no movimento estudantil retornou ao Peru, incorporou-se ao POR, logo foi perseguido pela polícia e fugiu para sua terra natal, Cuzco, onde se ligou aos camponeses indígenas que vinham protagonizando revoltas e inclusive uma incipiente luta armada.

“Neste processo revolucionário dinâmico, as camadas oprimidas encontraram em Hugo Blanco uma figura verdadeiramente representativa. Não exagero ao dizer que a unidade desse movimento agrário não tem limites, como um oceano imenso. Ele tem, sem dúvida, um nome que une o povo das montanhas, das estâncias e da comunidade: Hugo Blanco”[2].

Cerca de 92% da população camponesa era composta por membros da comunidade indígena ou “ayllus”, que falavam quéchua, sem qualquer direito e poder político[3]. Violados desde a independência em 1822 e nas revoltas camponesas esmagadas ao longo de quase um século e meio. Sofriam uma tripla opressão: oprimidos como peruanos, pelo imperialismo dos EUA; como quéchuas pelos brancos e mestiços de língua espanhola; e como trabalhadores, pelos capitalistas e latifundiários.

Hugo Blanco foi acusado pela burocracia do PC de ser um “provocador e agente da CIA”, mas acabou se tornando o grande dirigente das greves camponesas, das ocupações de terras, das mobilizações e da organização de dezenas de novos sindicatos. Quando chegou em Cuzco encontrou seis sindicatos (dirigidos pelo stalinismo) por sua orientação política se formaram 146.

Neste contexto, vários quadros argentinos e todos os fundos do partido foram enviados ao Peru, Moreno orientava este trabalho e inclusive se reuniu com Che Guevara, no Uruguai, para pedir a ajuda de Cuba. Posteriormente, Moreno viajou para o Peru. O objetivo de toda essa ajuda era enfrentar as tarefas que a revolução agrária exigia; estender o movimento aos trabalhadores das cidades; ajudar no armamento das milícias que estavam sendo formadas no campo; e avançar na construção do partido.

Logo começou a repressão, com centenas sendo presos, torturados e vários fuzilados, Hugo Blanco, juntamente com os dirigentes do levante, organizaram um destacamento guerrilheiro para se defender, mas acabaram derrotados. Com Blanco fugindo, e o exército e a polícia perseguindo-o para matá-lo. Foi preso, condenado à morte, mas não puderam matá-lo. O governo foi forçado a comutar a sentença de morte para 25 anos de prisão, dada a campanha internacional, que a IV Internacional junto com Palabra Obrera, organizou em sua defesa. Foi levado para a terrível prisão de Frontón, no meio do mar, onde se viu obrigado a fazer 6 greves de fome em defesa das condições dos presos.

Vários companheiros argentinos que foram enviados para o Peru para ajudar este trabalho foram presos, violentamente torturados e condenados a vários anos de prisão. Moreno foi perseguido acusado de ser o principal responsável pelo último grande ataque, mas conseguiu fugir para a Bolívia, onde foi preso e só foi libertado por conta da grande campanha realizada pela central operária, a COB. De volta à Argentina, foi novamente preso, embora o governo argentino tenha se recusado a extraditá-lo para o Peru.

A Brigada Simón Bolívar foi um marco histórico

Em 1979, a Fração Bolchevique (FB) da IV Internacional impulsionou, a partir da Colômbia, a constituição de uma brigada de combatentes para apoiar o povo nicaraguense em sua batalha para derrotar a ditadura de Anastasio Somoza.

Alguns diriam que a Brigada Simón Bolívar seria uma contradição com a política da Fração Bolchevique de combater a política e a tática guerrilherista, elevada a estratégia pelo stalinismo, maoísmo, guevarismo e, por seguidismo, pela maioria das correntes trotskistas.

Mas não havia nada de contraditório, pois estas organizações não levavam em conta a situação das massas e suas lutas, priorizando a luta do aparato guerrilheiro, como uma estratégia fixa, esquemática e supra histórica, desconectada da realidade de cada país. Seu porta-voz mais conhecido era Che Guevara.

A FB ao construir a Brigada Simon Bolivar, para apoiar a luta armada do povo da Nicarágua, estava baseada na estratégia leninista de utilizar todas as formas, que são possíveis desenvolver na luta de classes, que elevem a consciência da classe trabalhadora. Seja as eleições, luta armada, luta democrática ou luta sindical,

A caracterização da FB era que greves e insurreições parciais estariam se combinando com as ações guerrilheiras, e essa combinação colocaria a Frente Sandinista como vanguarda da luta contra a ditadura. Quando explodiram várias insurreições, e uma onda revolucionária abraçou metade da população nicaraguense, desembocando no levante em 1979. “Todo o processo de greves e mobilizações está criando as condições objetivas para a greve geral e para uma derrota definitiva da ditadura. Como consequência de nossa política, devemos continuar o apoio à luta da FSLN e levantar a bandeira “Por um governo da FSLN e das organizações dos trabalhadores”.

Em maio de 1979 foi feito o chamado para a formação da Brigada, na Colômbia, mais de 1.200 colombianos apresentaram-se, cerca de 320 foram selecionados, mas só 53 conseguiriam viajar, dos quais sete eram nicaraguenses. No momento em que Somoza caiu, havia mais 200 brigadistas preparados para partir para a Nicarágua. Eram voluntários da Argentina, Bolívia e Brasil, inclusive três norte-americanos. No grupo houve três mortos: Mario Cruz Morales e Pedro J. Ochoa, colombianos, e Max Leoncio Senqui, nicaraguense. Esta ação ficou também conhecida em todo o mundo, no sentido de encorajar grupos e indivíduos a formar brigadas ou incorporar-se diretamente à luta contra Somoza.

Na Nicarágua, os membros da Brigada foram alistados na Frente Sul, dirigida pela tendência insurrecional ou terceirista, comandada por Edén Pastora e entre seus dirigentes políticos: Humberto e Daniel Ortega.

Depois da queda da ditadura a Brigada foi expulsa pelo governo sandinista, pois, apesar de sua disciplina militar não fornecia apoio político ao programa de reconstrução do Estado burguês que os sandinistas implementavam. Seu programa defendia: o controle dos trabalhadores e a expropriação dos grandes meios de produção, entre outras coisas. Justamente com o armamento geral das massas, através do fortalecimento dos Comitês de Defesa Sandinista (CDS), armados no transcurso do enfrentamento, que formaram os Comitês de Defesa Civil (CDC). O Governo de Reconstrução Nacional estava contra esta política pois queria substituir os Comitês pelo exército regular e uma polícia como em qualquer outro Estado burguês. A Brigada também atuou nos bairros, na distribuição de víveres, medicamentos, armas e construção de refúgios antiaéreos e barricadas; impulsionaram a construção de sindicatos e incentivaram a constituição dos Comitês de Fábrica, reivindicavam a expropriação sem indenização das empresas e sua estatização sob o controle dos trabalhadores. No campo, a Brigada estimulou organismos parecidos para expropriar a terra e distribuí-la gratuitamente aos camponeses, desenvolvendo a tarefa democrática da reforma agrária. Chamando os sandinistas a governar com as organizações dos trabalhadores e das massas, sem burgueses.

A pressão do imperialismo, da burguesia latino-americana e do castrismo, para evitar que a Nicarágua se convertesse em uma nova Cuba, levou o Governo de Reconstrução Nacional a expulsar a Brigada Simón Bolívar “por ser extremista”.

Foram desarmados e enviados ao Panamá num avião especialmente fretado. Ali entregues ao exército, que os torturou e os enviou de regresso à Colômbia, onde tiveram de suportar a perseguição do regime reacionário encabeçado por Júlio César Turbay.[4]

A luta contra as ditaduras na Argentina e no Brasil

Nossa corrente esteve na linha de frente nos combates às ditaduras na América Latina.

Na Argentina, a organização morenista, PST, esteve na vanguarda do ascenso operário e popular que tentou combater os ataques: da Triple A, do governo de Isabel Martinez de Perón e a seguir da ditadura genocida.  Fazendo parte de muitas das greves que ocorreram nos cordões industriais, levando uma luta política e programática. Se constituindo como uma organização de quadros reconhecida pela vanguarda.  Isso lhe custou o assassinato de mais de uma centena de camaradas e impuseram condições de clandestinidade e segurança restritas[5].

No Brasil a Convergência Socialista, uma das organizações que deram origem ao PSTU, teve seus militantes conhecidos no final da década de 1970 e início de 1980, como lutadores aguerridos contra regime militar e por seu trabalho no movimento operário. Seus militantes estiveram à frente das lutas operárias quando as greves voltaram a cena política contra a ditadura. De 1978 a 1988 foram mais 2.188 greves. “A força de uma nova e poderosa classe operária em luta golpeia o regime militar, obriga-o a acelerar a abertura, conceder a anistia e, um pouco mais tarde, permitir a legalização dos partidos políticos, principalmente o PT, que não estava em seus planos.[6]” Tal atuação levou a uma série de prisões e a toda uma ação montada pelo Estado para a destruição da organização, chamada “Operação Lótus”. Dezenas de seus militantes foram presos e demitidos das fabricas, alguns chegaram a ser torturados pelos aparatos de repressão.

Linha de frente no Chile, Paraguai, Colômbia e no 18D da argentina

O aumento da miséria e da fome nos setores mais explorados da população fruto da crise econômica mundial, está levando a reações violentas por parte dos trabalhadores e principalmente da juventude, que vão as ruas, realizando manifestações e greves, que se chocam com os aparatos de repressão, que utilizam de cada vez mais truculência contra a classe trabalhadora. Mas a classe não recua e os enfrenta. Isso aconteceu no Chile, Paraguai e Colômbia. Nestes momentos as organizações da Liga Internacional dos Trabalhadores estiveram presentes, assim como recentemente no Equador e mesmo na África nas manifestações na Guiné-Bissau.

Na Argentina em 2018, nos protestos contra a reforma da previdência do governo Mauricio Macri, tivemos dois presos perseguidos políticos do PSTU-A, por ter feito parte da primeira linha que se defendeu, com o que tinha nas mãos, contra a brutal repressão policial: Daniel Ruiz, esteve preso 13 meses, em um presidio de segurança máxima, e Sebastião Romero, perseguido político por 4 anos e 4 meses, dos quais quase dois anos encarcerado.

Sebastián Romero fotografado por Nicolás Stulberg durante a manifestação contra a reforma da previdência. Plaza de los dos Congresos, Ciudad Autónoma de Buenos Aires. 18 de dezembro de 2017. Cortesia do autor.

No Chile nossa companheira advogada María Rivera ficou amplamente conhecida pela defesa dos presos políticos, chamados de “violentos” pela burguesia e pelas organizações de esquerda, foi eleita deputada constituinte, depois de receber dezenas de ameaças de morte, e na Convenção Constituinte esteve na linha de frente da defesa da liberdade imediata dos presos políticos do governo Pinera que agora são do governo Boric. No Chile, combinamos nossa presença na vanguarda na “primeira linha”, da luta e ação direta, com a apresentação de um programa, do qual constava a assembleia plurinacional, nacionalização do cobre e a planificação da econômica.

A maioria das centrais e sindicatos dos trabalhadores mais representativos estiveram ausentes nas lutas, produto de sua burocratização, traição e cooptação de seus dirigentes por governos e por setores da patronal. Isso levou a que abandonassem a juventude nos enfrentamentos nas ruas e não dessem mostra de solidariedade aos presos políticos que foram apreendidos nas confrontações e repressão. Já os sindicatos e centrais sindicais, que têm em suas direções militantes da Liga Internacional dos Trabalhadores, estiveram ao lado destas lutas e na defesa dos presos políticos. Como: a CCT de Paraguai; os sindicatos de Cartagena na Colômbia; e a CSP-CONLUTAS no Brasil, que, inclusive, protagonizou o “Ocupa Brasília” em 2017. Demonstrando que não fazemos só discurso, também estamos na ação direta.

Ocupa Brasília, 2017

Em países como a Colômbia e o Chile, muitos destes dirigentes sindicais e movimentos sociais, não só abandonaram os presos sem solidariedade como também os próprios conflitos operários, na expectativa de serem funcionários dos novos governos.

Na ucrânia como na Bósnia

Na guerra da Ucrânia somos a vanguarda da campanha que exige “ARMAS PARA A RESISTÊNCIA UCRANIANA, PELA DERROTA MILITAR DE PUTIN”, em todos os países onde há seções da LIT, desde os primeiros dias da invasão do país.

Denunciamos a ação dos imperialismos, norte-americano e europeu, que a pesar da demagogia de propagandearem que enviam armas, e de utilizar esta propaganda para aumentar seu próprio poderio bélico, enviam armas insuficientes e de pior qualidade, pois, de fato, temem que uma vitória da resistência ucrânia, nesta guerra de libertação nacional, desencadeie forças do proletariado em todo mundo. Denunciamos também o governo Zelensky, por ser cumplice de um projeto estratégico do imperialismo de paz rápida, mesmo às custas da integridade territorial ucraniana, e em seu projeto de transformar seu país em uma semicolônia imperialista, por isso seu governo ataca constantemente os direitos da classe trabalhadora.

Participamos e impulsionamos os dois Comboios organizados pela Rede Sindical Internacional de Solidariedade e Luta que levou apoio político e material aos trabalhadores ucranianos. O segundo comboio inclusive foi até a cidade industrial mineira de Kryvyi Rih, no centro da Ucrânia.

Construindo a autodefesa da classe trabalhadora

A profunda crise do capitalismo, afeta as democracias burguesas e seu projeto preferencial de reação democrática para conter a revolução. Esta decomposição social fortalece as tendências a regimes autoritários, bonapartistas. Para garantir seus lucros, o grande capital imperialista necessita atacar o nível de vida do proletariado e a pequena burguesia e avançar na destruição das forças produtivas em todo o mundo. Para isso precisa de guerras e métodos que garantam a espoliação, pilhagem, opressão e barbárie.

Com a crise aberta em 2008, esse processo deu um salto, com crescimento do desemprego e ondas massivas de imigração. Neste momento a crise econômica mundial é agravada pelos reflexos da pandemia, que ainda não passaram, e a guerra da Ucrânia.

Vemos em vários países a tendencia a que os governos fiquem mais autoritários e repressivos, mesmo quando se apresentam como progressista. Aumentam a repressão sobre a classe trabalhadora, como demonstram os presos políticos no Chile, Argentina e Colômbia, mesmo em países imperialistas como Espanha e França, onde há repressão aos trabalhadores. Nem falar de El Salvador, Honduras e Haiti, ou as ditaduras castro-chavistas da Nicarágua, Venezuela e Cuba. Nos continentes africano e asiático esta realidade certamente se apresenta de maneira mais truculenta, como nos golpes de Estado do Sudão, Mali, Chade, Guiné e Myanmar e o crescimento da repressão em regimes que tentam se apresentar como democráticos como na Tunísia, Angola, África do Sul e Guine Bissau.

Além desta tendencia a bonapartização, o acirramento da luta de classes está levando a um crescimento das organizações de ultra direita, com sua maior organização para combater as organizações da classe trabalhadora. Estas organizações de ultradireita defendem o liberalismo econômico, e apresentam uma pauta xenofóbica e preconceituosa. Ações como a invasão do capitólio, nos Estados Unidos, e as tomadas de rodovias, no Brasil, nos períodos pós eleitorais, não são simplesmente coincidência. Ocorrem no momento que há o crescimento de suas figuras políticas como Kast no Chile e Milei na Argentina. Ou a chegada ao poder, na Itália, da ex-membro de organização fascista, Meloni, e os resultados eleitorais da ultradireita na França, Espanha e Portugal.

Esta realidade tem que se concretizar em nosso programa e nossa orientação para a intervenção na luta de classes, que aponte no sentido da autodefesa e auto-organização de nossa classe. Neste sentido, é importante combater a subestimação da ultradireita por parte de setores de nossa classe, assim como qualquer política que afirme que a melhor forma de combater as organizações de ultradireita é a conciliação de classes com um setor da burguesia e acreditar nas instituições do Estado burguês.

A Liga Internacional dos Trabalhadores, como demonstra a história de nossa corrente, estará à frente do desafio e deste combate necessário que deve ser feito por nossa classe. Rompendo com qualquer ilusão nos regimes democráticos burgueses, no marco da luta contra o Estado burguês e da constituição da Ditadura do Proletariado.


[1] Ernesto Gonzales (coordinador) El trotskismo obrero e internacionalista en la Argentina, Tomo I

[2] Hugo Neira, “Terra de Cuzco e morte”

[3] Ernesto González, “El Trotskismo Obrero e Internacionalista en la Argentina”, Tomo 3, Volumen 1, Editorial Antídoto, p. 210

[4] A Brigada Simón Bolívar, Fernando Graco, Marxismo Vivo, 21, 2009 

[5] Ernesto González, “El Trotskismo Obrero e Internacionalista en la Argentina”, Tomo 1, Editorial Antídoto, p. 16

[6] Artigo de Bernardo Cerdeira

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