Truss caiu! É hora de construir a greve geral!
Marquem o dia de greves coordenadas!
Eleições gerais já!
Por: Jim Stead – ISL
Durante o congresso do TUC, o CWU (Sindicato de Trabalhadores dos Correios) emitiu uma carta para ser lida por seus representantes sindicais nos piquetes de greve em 19 de outubro. Ela dizia “Os membros do CWU estão enfrentando o maior ataque da história do Royal Mail Group a seus empregos, salário, contratos, condições de trabalho e serviços que prestamos ao público”.
Todos os trabalhadores dizem a mesma coisa. O governo está em crise absoluta. O declínio do capitalismo britânico é acentuado. É por isso que eles não conseguem encontrar líderes que imponham ataques muito mais duros contra a classe trabalhadora.
Eles não podem fazer isso porque centenas de milhares de trabalhadores estão lutando e empurrando a liderança sindical nacional para a frente. Após a queda da primeira-ministra Liz Truss, apoiamos a realização de uma eleição geral, mas ela não deve nos distrair de nosso objetivo de ações coordenadas de greves até conseguirmos realizar uma greve geral para enfrentar a crise inflacionária.
Se o Partido Trabalhista ganhar a eleição geral, só dará um nome diferente às atuais políticas econômicas de ataques à classe trabalhadora e aos planos de austeridade. Keir Starmer distancia-se de Tony Blair em palavras, mas ele e seu gabinete “sombra” seguem as mesmas políticas antioperária e anti-imigrantes. A melhor maneira de se livrar dos Conservadores é continuar lutando. Uma eleição deste tipo não nos trará nenhum alívio das políticas globais do FMI e das multinacionais.
Devemos também vigiar atentamente a liderança sindical e expor todas as suas manobras para ignorar a democracia sindical e as moções do Congresso do TUC que aprovaram greves coordenadas entre os sindicatos a nível nacional.
Por exemplo, a principal liderança do UCU (Sindicato de Professores e Funcionários de Universidades) recentemente ignorou as decisões de seu Comitê Executivo Nacional e enviou uma carta com posição contrária para os associados no dia seguinte. E o sindicato Unite usou seu voto em bloco no Congresso do TUC para apoiar uma moção pedindo investimentos na indústria de armas. A votação foi dividida em 2.556.000 votos a favor e 2.469.000 votos contra. Isto reverteu a moção de 2017 que afirmava que os trabalhadores das fábricas de armas fossem redistribuídos para outras indústrias.
Os sindicatos devem apoiar a coordenação das greves
A crise do custo de vida e a necessidade de ações para a construção de greves coordenadas foi um tema importante no Congresso do TUC, que começou em 18 de outubro, pois os Conservadores têm como objetivo reduzir os orçamentos da saúde, da educação, dos serviços locais, e salários.
Os sindicatos CWU, Unite, PCS e RMT, wue estão organizando muitas greves, apresentaram uma moção conjunta, conclamando o TUC e seus sindicatos afiliados a “encorajar, facilitar, organizar, apoiar ativamente a coordenação industrial e uma campanha unificada de greves coordenadas entre os sindicatos, para que os trabalhadores em luta possam aproveitar de maneira mais eficaz seu poder sindical para vencer. E a convocação de um grupo de trabalho de sindicatos dos setores público e privado para planejar e coordenar a ação em defesa de salários e empregos”.
Uma moção aprovada do sindicato da educação, NEU, diz “coordenar uma campanha de ação sindical nos setores público e privado para conquistar aumentos salariais e melhorar os padrões de vida”.
A moção do sindicato universitário, UCU, pede “mobilizações, envolvendo a coordenação de greves entre os sindicatos que lutam contra tais práticas empregatícias”.
Estas moções representam bem mais de 2 milhões de trabalhadores, e a mensagem da base é clara: eles querem mais ações de greves coordenadas entre sindicatos nacionais. A ação coordenada já aconteceu uma vez em uma base nacional, o que mostra como os líderes sindicais têm sido relutantes em coordená-las.
As moções são um passo à frente, mas precisam ser implementadas pela pressão das bases, porque foram aprovadas sem nomear um dia, uma semana ou um mês para sua realização. E a linguagem utilizada não expressa o senso de urgência necessário. Sem datas mencionadas, nem mesmo algo como em um prazo de dois meses, as moções podem ser um conjunto de belas palavras, mas sem detalhes concretos. Chamamos a base para garantir que estas palavras se tornem ação.
As moções nunca mencionam ações pela base, como assembleias intersindicais, e conferências de base juntando diferentes sindicatos para discutir como trabalhar e planejar greves conjuntas em cidades e regiões em todo o país.
Os perigos
O que pode ser entendido por ação coordenada? Pode significar todos os sindicatos de um setor mobilizando juntos, ou trabalhadores em diferentes setores importantes, mas a necessidade e o sentimento de que é necessário mais do que isso também existe. Cada ação pode reunir os trabalhadores se elas também forem utilizadas para construir uma ação de coordenação de longo alcance para construir uma greve geral.
É necessário coordenar greves nacionais a partir de assembleias e conferências intersindicais. A espinha dorsal de qualquer luta sindical deve ser a democracia sindical e o envolvimento da base no planejamento das ações aqui mencionadas.
Por que os trabalhadores apoiam uma ação generalizada e uma greve geral? Porque a inflação atinge a todos, bem como as contas de energia e alimentos, e estão aumentando continuamente; a inflação dos preços dos alimentos está agora oficialmente acima de 14%.
Na maioria dos locais de trabalho, as condições de trabalho, as aposentadorias e o afastamento remunerado por doenças estão sendo atingidos. Os trabalhadores enfrentam os mesmos problemas, por isso a unidade na luta contra a queda do salário real e os ataques aos nossos direitos é fácil de ser alcançada.
As greves têm um amplo apoio da classe trabalhadora porque todos estão sofrendo, e o futuro se torna cada vez mais incerto. As aposentadorias do funcionalismo público continuarão a aumentar com a inflação, mesmo que apenas uma vez por ano? Como os mais de 4,5 milhões de pessoas que utilizam o sistema pré-pago de gás e eletricidade – que é mais caro do que aqueles em débito direto – e que enfrentam uma pobreza alarmante vão sobreviver no inverno?
Todos nós estamos sofrendo. Os organizadores sindicais precisam ir até os desempregados, estudantes, grupos LGBTQI+, negros e minorias étnicas e construir alianças com eles como combatentes contra a austeridade e a discriminação e sindicalizá-los.
Ouvimos Jeremy Hunt, o novo ministro das Finanças, dizer que o NHS, a educação e os serviços públicos são possíveis alvos de cortes. Isso significa que mais cedo ou mais tarde uma nova onda de austeridade está vindo dos Conservadores. Os sindicatos precisam responder imediatamente às moções do TUC e usá-las para envolver todos os sindicatos possíveis em uma ação de greve comum, ou seja, uma ação unificada de greves coordenadas, uma ação de greve nacional de massas que reúna a classe trabalhadora e derrube o governo.
A classe trabalhadora está de volta à luta e agora tem que construir greves maciças e coordenadas!
Construir assembleias intersindicais; marcar a data para uma ação coordenada nacional já!
Transformar a ação coordenada em uma greve geral!