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segunda-feira, junho 17, 2024

A estratégia imperialista de colonizar a Ucrânia

Na atual guerra de libertação nacional, a Ucrânia obteve um triunfo parcial, mas importante, sobre a ocupação do exército russo. Desde o início da guerra, a LIT-QI apoiou sem ambiguidades a resistência ucraniana e, por isso, festejamos este triunfo como um passo para a derrota militar de Putin. Afirmamos que o fator central que o explicava era o heroísmo e a abnegação da classe trabalhadora ucraniana para defender seu país[1].

Por: Alejandro Iturbe

Ao mesmo tempo, destacamos que nesta recente ofensiva ucraniana o fornecimento de armas e o apoio tecnológico do imperialismo estadunidense[2] teve um peso maior. Este apoio não tem nada de desinteressado: é parte de uma política que busca, por um lado, construir um exército regular ucraniano dependente dos EUA. Por outro, debilitar as Defesas Territoriais como a expressão mais clara de um processo de luta armada da classe trabalhadora que pode adquirir uma maior e perigosa independência. Em ambos aspectos, o governo burguês de Zelensky atua como instrumento desta política.

A dependência militar do imperialismo por parte das Forças Armadas de um país é um dos traços centrais de uma situação semicolonial. Por isso, é um dos objetivos estratégicos que o imperialismo estadunidense traçou na Ucrânia, com a colaboração do governo de Zelensky.

Mas este objetivo estratégico não é o único: combina-se intimamente com o de avançar na semicolonização do país no terreno financeiro e da economia. Neste segundo objetivo intervém não apenas o imperialismo estadunidense mas também as potências europeias, através da União Europeia (UE). Toda a “ajuda financeira” (e inclusive a militar) que a UE, o FMI e o governo de Biden estão dando, será cobrada no futuro, “devorando-se” a Ucrânia sob a camuflagem de sua “reconstrução”. Por isso, todas as cotas de “ajuda” que deram e que darão nos próximos meses, estão atadas a compromissos assinados pelo governo de Zelensky de garantir essa entrega.

Um pouco de história

Antes de analisar esses compromissos, é importante lembrar que este processo de semicolonizar a Ucrânia não é novo: embora esteja intermediado pela guerra atual, é uma continuidade da que se iniciou em 2014 depois da “revolução de Maidán” e a queda do regime de Víktor Fiódorovich Yanukóvich. Um projeto de entrega que o governo de Zelensky (e os setores da burguesia ucraniana que expressa) assumiu com muita clareza desde 2019.

A Ucrânia era uma república que fazia parte da ex União Soviética (URSS), na qual Gorbachov iniciou o processo de restauração do capitalismo em 1986. Posteriormente, em fins de 1991, a URSS foi dissolvida e a Ucrânia se transformou em uma república independente. A partir da restauração capitalista, começou a surgir uma burguesia ucraniana, proveniente basicamente de setores do velho aparato stalinista, que se enriqueceu rapidamente com a privatização e a rapina das empresas estatais e da apropriação de uma parte das riquíssimas terras ucranianas.

Apesar desse rápido enriquecimento, esta burguesia ucraniana é fraca estruturalmente e, por isso, procura ser “sócia menor” e dependente de burguesias estrangeiras mais fortes. Alguns setores estão ligados à burguesia russa, com negócios compartilhados, enquanto outros procuram ligar-se aos imperialismos europeus e estadunidense, o que gera uma política oscilante.

Frente à essa disjuntiva (integrar-se à UE como semicolônia ou permanecer aliada a Putin), o regime de Víktor Yanukovich tomou esta última opção. Em resposta, ocorreu o processo revolucionário de Maidán, em fins de 2013 e inícios de 2014. Foi uma revolução democrática clássica, no sentido de que derrubou um regime essencialmente bonapartista e conseguiu liberdades democráticas muito mais amplas. Mas na consciência dos trabalhadores e das massas ucranianas, havia uma grande confusão política, expressa na ilusão semeada por importantes setores burgueses de que a entrada na UE garantiria não apenas democracia mas também independência e prosperidade econômica.

Apesar desta confusão e da política de desviar o processo revolucionário através da reação democrática (os processos eleitorais burgueses) houve uma mudança na correlação de forças entre as classes, que foi expressa em muitas greves operárias com ocupação de empresas e com a formação de novos sindicatos independentes que combateram esses governos.

Ao mesmo tempo, apoiando-se nesta confusão, a partir de 2019, o governo de Zelensky avançava claramente nesta política de integração semicolonial à UE e inclusive na possibilidade de incorporar o país à OTAN. Nesse marco, em 2022, Putin ordenou a invasão à Ucrânia e a situação interna ucraniana se transformou em uma guerra de libertação nacional pela própria existência do país.

Entretanto, tal como dissemos em um artigo recente: “inclusive em meio à guerra de resistência nacional, essa burguesia e o governo de Zelensky mantiveram seu projeto estratégico de entregar a Ucrânia como semicolônia aos imperialismos europeus (através da entrada União Europeia) e estadunidense[3]. Vejamos então, os fatos, os números das “ajudas” e os “compromissos” que, em contrapartida, o governo de Zelensky está assinando.

As “ajudas” são investimentos imperialistas para “comer a Ucrânia com batatas”

Um artigo publicado em maio passado, na página da Comissão Europeia (organismo executivo da UE), nos informa que, desde o início da guerra na Ucrânia, a UE tinha “apoiado” a Ucrânia com 4,1 bilhões de euros e que, no restante de 2022, daria empréstimos de outros 9 bilhões. Além disso, que até aquela data, o FMI havia emprestado cerca de 15 bilhões de dólares[4].

Vale, então, um primeiro esclarecimento: não se trata de nenhuma “ajuda”, mas de empréstimos que a Ucrânia deverá pagar no futuro e que se somam à dívida externa já existente. Outro artigo de uma mídia estadunidense especializada, nos informa que, considerada como porcentagem do PIB, a dívida externa passou de 50,7%, em 2021, a 90,7%, em 2022[5].

A UE planeja novos empréstimos futuros para “ajudar a reconstrução da Ucrânia”. Denys Shmiyal, primeiro ministro ucraniano, estimou o “prejuízo físico da guerra” em cerca de 100 bilhões de dólares[6]. Nesse contexto, inclusive na tradicional linguagem eufemística destes organismos, começa a ver-se a “ponta do novelo” das intenções das potências imperialistas da UE. Por um lado, o artigo diz que a Ucrânia vai pagar estes empréstimos “em frações com vencimentos longos e taxas de juros favoráveis”. Por outro, que a Ucrânia “deve concordar com a disponibilidade de garantias adicionais[7].

O centro da questão é quem vai dirigir essa “reconstrução” e a serviço de quais objetivos e interesses: os da Ucrânia como nação independente ou os das potências da UE? Com sua linguagem, o artigo responde a esta pergunta:

“Uma plataforma de coordenação internacional, a ‘plataforma de reconstrução da Ucrânia’, co-dirigida pela Comissão que representa a União Europeia e pelo governo ucraniano, funcionaria como um organismo de governança estratégica geral, responsável por respaldar um plano de reconstrução, elaborado e implementado pela Ucrânia”.  O plano de reconstrução ‘RebuildUkraine’ respaldado pela plataforma, baseado em uma avaliação de necessidades, se converteria na base para que a União Europeia e os demais sócios [leia-se, o imperialismo estadunidense] determinem as áreas prioritárias selecionadas para o financiamento e os projetos específicos” (eminglês no original, tradução e negritos nossos).

A alemã Ursula von der Leyen, presidenta da Comissão Europeia, esclarece ainda mais a questão: “Isto significa que os investimentos irão junto com reformas que ajudarão a Ucrânia a seguir seu caminho europeu”. Em outras palavras: não são “ajudas”, mas investimentos e a “reconstrução” será feita segundo as prioridades fixadas pelas potências imperialistas e a serviço de seus interesses e seus objetivos de semicolonização da Ucrânia.

Nesta parte, desenvolvemos a ação das potências imperialistas da UE. O imperialismo estadunidense é sócio neste projeto. Como vimos, de imediato, seus empréstimos e “ajudas” se concentraram no aspecto militar da semicolonização[8]. Mas, também intervém através do FMI, organismo no qual tem um peso qualitativo.

Por toda a experiência histórica, sabemos que o FMI não empresta um só dólar a países dependentes se estes não se comprometerem a realizar “reformas estruturais” (leia-se, privatizações de empresas estatais e facilidades ao capital estrangeiro) e a aceitar as “missões” de supervisão e controle de suas políticas econômicas. Os empréstimos do FMI à Ucrânia começaram em 2015. Este organismo se irritou em 2020 porque o governo de Zelensky não avançava suficientemente rápido em uma das “reformas estruturais” chave: a privatização da terra.

“Negócios são negócios”

Os governos das potências imperialistas, e as grandes corporações capitalistas cujos interesses defendem, “não dão ponto sem nó”. Algo que se expressa também nas guerras. Por um lado, se localizam nessas guerras em função de seus interesses profundos e de seus objetivos de fundo: por outro, aproveitam as guerras como tais para fazerem negócios com elas. Por isso, podemos ver negócios imediatos e projetos de curto e longo prazo.

Um exemplo de negócio imediato é o das armas no imperialismo estadunidense. As dotações orçamentais já votadas e as que o governo de Joe Biden propõe agora para a guerra na Ucrânia, como vimos, têm como objetivo a renovação do estoque e da tecnologia de seu arsenal. O que significa grandes oportunidades para as empresas privadas do chamado complexo militar industrial, como a Lockheed Martin, a Northrop Grumman ou a Boeing.

Sobre os negócios a curto prazo, estão claramente concentrados na “reconstrução” da Ucrânia. Não sabemos ainda quais serão as empresas estadunidenses ou europeias que se beneficiarão com esses contratos. Mas temos um exemplo na guerra do Iraque: a empresa Halliburton e sua subsidiária  Kellogg, Brown & Root  que obtiveram grandes contratos tanto para a construção de instalações militares como para a reconstrução de edifícios destruídos. Lembremos que Dick Cheney (então vice-presidente de George Bush Jr.) tinha sido Diretor Executivo dessa empresa que, nesse processo, deu um grande salto em seu tamanho.

Nos negócios mais a longo prazo, estão as chamadas “reformas estruturais” do Estado ucraniano. Ou seja, o aproveitamento das privatizações de empresas estatais e o controle resultante de setores chaves da infraestrutura e dos serviços. Desde a década de 1990, vimos numerosos exemplos do que significam e quais são as consequências dessas “reformas” e das privatizações: um avanço profundo no caráter semicolonial de um país.

“A mordida do Cardeal”: as riquíssimas terras ucranianas

Entretanto, o objetivo mais estratégico das potências imperialistas e suas empresas, é apropriar-se das riquíssimas terras do país. A Ucrânia possui uma das três maiores planícies das melhores terras do mundo, junto com o pampa argentino e as pradarias centrais estadunidenses (a Rússia também possui uma parte dela).

Não por acaso, o país é denominado o “celeiro da Europa”: antes da guerra contribuía com 12% das exportações mundiais de trigo e 16% de milho. Outra produção de peso é a do girassol do qual deriva a exportação de importantes quantidades de óleo. Em 2020, o total de exportações de origem agrária do país totalizou 22 bilhões de dólares[9]. A Ucrânia possui também uma ampla riqueza de minerais metálicos e não metálicos, que inclui ferro e outros elementos mais raros porém de uso crescente em novos processos industriais, como titânio, gálio e germânio, com certo peso de suas exportações nos mercados mundiais[10].

Ou seja, a propriedade da terra é a chave para o controle da economia ucraniana. Neste artigo vamos nos concentrar nas terras agrárias, já que o país destina à agricultura 42,5 milhões de hectares à agricultura (32 milhões de primeiríssima qualidade produtiva) da área total de pouco mais de 60 milhões. 70% da superfície ucraniana!

Vejamos um pouco a história de sua propriedade. Quando a Ucrânia era parte da ex União Soviética, todas as terras cultiváveis eram propriedade do Estado e exploradas em fazendas coletivas nas quais os operários agrícolas trabalhavam. Depois da restauração do capitalismo e da dissolução da URSS (1991), os governos da agora Ucrânia independente começaram um processo de privatização que já leva 30 anos: atualmente 68% das terras estão nas mãos privadas, enquanto 32% continuam nas mãos do Estado.

Inicialmente, essa privatização foi realizada pela via de entregar certificados de propriedade de pequenas parcelas de terra aos trabalhadores das ex fazendas coletivas. Esta política foi orientada e financiada pelo FMI e outros organismos internacionais. Estimava-se que havia cerca de sete milhões de novos pequenos proprietários nestas condições. Mas a menor rentabilidade e a crise econômica do país fizeram com que muitos desses agricultores se endividassem e tivessem que vender suas parcelas. Começou um processo de concentração da propriedade, que foi capitalizado pela nova oligarquia agrária. Em 2001, o governo instituiu uma moratória destas dívidas, para evitar novas transferências de terras privadas, e deteve as privatizações de terras estatais. O processo que acabamos de analisar ficou então “congelado”.[11]

Foi reaberto a partir de 2016, com os governos do novo regime político surgido depois da revolução de Maidán. O de Zelensky em particular “ordenou ao Parlamento da Ucrânia que apresentasse um projeto de lei sobre a reforma agrária com o objetivo de abrir o mercado de terras do país, em 1 de dezembro de 2019”[12]. Já mencionamos que em 2020 o FMI se “irritou” com este governo porque não avançava suficientemente rápido nesta “reforma estrutural”.   

Uma política que poderá ser aproveitada, com certeza, pela oligarquia agrária ucraniana. Mas que, essencialmente, beneficia as grandes empresas internacionais produtoras de alimentos, que poderão comprar terras de primeira qualidade a preços muito melhores que em seus próprios países imperialistas ou em outros, como na Argentina.

Inclusive durante o período da citada “moratória”, em 2016 estimava-se que “dez multinacionais controlavam 2,8 milhões de hectares de terra ucraniana” e que, com Zelensky, esse número havia crescido para 3,4 milhões de hectares. Outras estimativas, se forem consideradas as associações com os oligarcas ucranianos como acionistas, elevam este número para 6 milhões.

A guerra significou um impasse na aplicação desta política, mas não significou seu fim. Pelo contrário, os governos imperialistas e as grandes empresas aspiram que um salto seja dado depois de sua finalização: “Três grandes multinacionais estadunidenses compraram 17 milhões de hectares de terra de primeira de Zelensky”[…] “Os bancos ocidentais estão impondo a consolidação do modelo do agronegócio em grande escala à custa dos pequenos produtores que constituem um amplo setor da população do país.” Segundo palavras de um documento do Banco Mundial de 2019: “a aceleração do investimento privado na agricultura”.[13] 

Sem eufemismos, uma publicação da esquerda estadunidense refere-se ao conjunto da política que Zelensky prepara para depois da guerra (e em alguns casos já vem aplicando) da seguinte maneira: “O Ocidente se prepara para saquear a Ucrânia do pós-guerra com uma terapia de choque neoliberal: privatização, desregulamentação, redução das proteções dos trabalhadores”.[14]

Algumas considerações finais

Caracterizamos o conflito militar na Ucrânia como uma guerra justa de libertação nacional do povo ucraniano contra a invasão russa. Por isso, damos nosso apoio incondicional à resistência ucraniana e, na medida de nossas possibilidades, expressamos esse apoio de forma concreta, como nos I e II Comboios de Ajuda Operária à Ucrânia. Esta caracterização e esta política nos localizam no mesmo campo militar do governo burguês de Zelensky no que nós marxistas chamamos de “unidade de ação”.

Ao mesmo tempo, também como marxistas, somos plenamente conscientes de que, dentro desse campo militar comum e da unidade de ação, existem interesses de classe diferentes e antagônicos. Por um lado os da burguesia ucraniana e o governo burguês de Zelensky; por outro, os da classe operária e do povo ucraniano. Por isso, no marco dessa unidade de ação, devemos combater politicamente esse governo que hoje conduz a guerra.

Em primeiro lugar, pela própria forma como a conduz: construindo um exército burguês “normal”, dependente do imperialismo, em detrimento das Defesas Territoriais operárias e populares. Em segundo lugar, mas não menos importante, porque, como dissemos em nosso artigo anterior, “inclusive em meio à guerra de resistência nacional, essa burguesia e o governo de Zelensky mantiveram seu projeto estratégico de entregar a Ucrânia como semicolônia aos imperialismos europeus (através da entrada na União Europeia) e estadunidense. De fato, estão colocando o esforço e o heroísmo do povo ucraniano a serviço desse projeto”.

Ou seja, o governo de Zelensky combate a submissão à Rússia, mas, ao mesmo tempo, avança em promover outra submissão, desta vez “pacífica”. Isto significa que a classe operária e o povo ucraniano devem combinar a luta urgente e imprescindível para defender sua soberania contra a agressão russa com a tarefa de defendê-la contra a entrega dessa soberania aos imperialismos europeus e estadunidense. Política esta que o governo de Zelensky já está aplicando e que se prepara para dar um salto no pós-guerra. Em ambos combates, para a classe operária e o povo ucraniano estará colocada a necessidade de avançar nas tarefas e medidas próprias da transição ao socialismo.

Falamos de uma combinação de tarefas sobre a base dinâmica da concepção trotskista da revolução permanente. Ou seja, como duas tarefas “democráticas” (a luta pela defesa do país frente à agressão russa e a luta contra este projeto de semicolonização dos imperialismos europeus e estadunidense) se combinam com tarefas mínimas, próprias da classe operária (como a defesa do salário e as condições trabalhistas e, inclusive, com as condições para integrar as defesas territoriais), com tarefas próprias da transição socialista como a expropriação das grandes empresas nacionais e estrangeiras, industriais ou agrárias, o controle operário da produção e distribuição, ou o desconhecimento da dívida externa.

A chave para avançar nesta dinâmica é que a classe operária ucraniana avance em sua mobilização e em sua organização independente. Uma classe operária que está sendo armada na guerra contra a Rússia e se organiza nesse combate. Uma experiência que deve ser aplicada para defender-se contra as leis antioperárias do governo de Zelensky e contra o projeto semicolonizador que analisamos, ainda mais se a guerra culminar com um triunfo ucraniano, já que suas medidas começarão a serem aplicadas rapidamente, camufladas como “reconstrução”.

A declaração da LIT-QI de 6/9/2022 formulou da seguinte forma esta combinação de tarefas que propõe à classe operária e ao povo ucraniano, chamando a defender: “a expropriação de todos os ativos dos oligarcas e empresas russas associados ao regime de Putin,a nacionalização e centralização da economia nas mãos do Estado, a serviço da defesa nacional, sob controle dos trabalhadores, e a centralização das defesas territoriais como organização da resistência em milícias operárias que favoreçam a tendência à independência do governo. Devemos chamar a defender a soberania nacional à custa dos lucros capitalistas e derrotar as demissões, suspensões forçadas, e garantir o pleno emprego, como parte de um plano de defesa nacional, com uma política de exigência e denúncia contra a política concreta de Zelensky hoje” .[15]

Nesta dinâmica de revolução permanente também é chave o papel da classe operária mundial. Por um lado, no apoio à resistência ucraniana. Por outro, em especial, aos trabalhadores dos países imperialistas europeus e dos EUA, propomos que se expressem também no combate contra a política de seus governos e empresas de “comer a Ucrânia com batatas”.


[1] https://litci.org/pt/2022/09/12/sobre-a-ofensiva-ucraniana-em-karkiv-e-as-condicoes-para-a-derrota-militar-de-putin/

[2] https://litci.org/pt/2022/09/26/a-guerra-da-ucrania-e-o-imperialismo-estadunidense/

[3] Ver referência anterior.

[4] https://ec.europa.eu/commission/presscorner/detail/en/ip_22_3121

[5] EU Aims to Finalize $9.5 Billion Ukraine Loan Package This Week – Bloomberg

[6] https://www.worldbank.org/en/news/press-release/2022/09/09/ukraine-recovery-and-reconstruction-needs-estimated-349-billion

[7] Ver referencia 4.

[8] Biden pide US$ 33.000 millones en ayuda a Ucrania, ante nueva fase de la guerra (cnn.com)

[9] ¿Qué recursos naturales y energéticos tiene Ucrania? (expansion.mx)

[10] Idem.

[11] https://www.oaklandinstitute.org/blog/who-really-benefits-creation-land-market-ukraine

[12] https://www.wsws.org/en/articles/2019/10/03/ukra-o03.html

[13] https://global.ilmanifesto.it/the-truth-about-corporations-taking-over-ukrainian-agricultural-lands/

[14] https://mronline.org/2022/08/01/west-prepares-to-plunder-post-war-ukraine-with-neoliberal-shock-therapy/

[15] https://litci.org/es/ucrania-la-resistencia-a-la-agresion-rusa-se-convierte-en-el-epicentro-mundial-de-la-lucha-de-clases-y-acelera-la-crisis-del-orden-mundial/

Tradução: Lilian Enck

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