qui mar 28, 2024
quinta-feira, março 28, 2024

Grã-Bretanha| Super-ricos ganham surpreendentes cortes de impostos à medida que a crise se agrava – Que os ricos paguem por ela!

Os sindicatos devem coordenar as greves!

TUC: convoque uma greve geral!

Por salários e aposentadorias mais altos e maiores benefícios!

À medida que a crise inflacionária cresce, as desigualdades de classe aumentam e os 1% mais ricos são recompensados com cortes assombrosos de impostos, e a guerra de classes que está sendo desencadeada se torna mais aguda. Greves, manifestações e movimentos de rua unificados em massa são a única maneira de responder a essa guerra contra os trabalhadores.

Por: ISL – Grã-Bretanha

A nova primeira-ministra Liz Truss e sua chanceler, Kwasi Kwarteng, iniciaram este governo dando uma grande parte da riqueza do país aos super-ricos, com o fim do teto para os bônus dos banqueiros; o fim do imposto de 45% sobre ganhos acima de £150.000 (cerca de R$ 900 mil); o enterro do planejado imposto corporativo de 25%. Uma consequência imediata dos cortes de impostos levou à queda da libra esterlina, o que aumentará ainda mais o custo de alimentos e combustíveis importados e aumentará as taxas de juros bancárias e hipotecárias, aumentando ainda mais o custo de vida.

A imoralidade deste “miniorçamento” e de seus instigadores é tão espantosa quanto a riqueza que eles entregam aos mais ricos, ao mesmo tempo em que endurecem as regras de elegibilidade para o apoio social aos mais pobres, não dão nada aos trabalhadores de baixa remuneração e precários e anunciam planos para restringir os direitos dos trabalhadores à greve por salário, condições de trabalho, aposentadorias e auxílio-doença. É por isso que a classe trabalhadora e os oprimidos estão lutando.

A onda de greve de outubro está aumentando – greves e manifestações unificadas

É essencial coordenar as greves de sindicatos nacionais dos sindicatos ferroviários – RMT, Aslef e NSSA -, dos trabalhadores postais e de telecomunicações do CWU, dos trabalhadores portuários em Felixstowe e Liverpool e outras greves locais.

Os trabalhadores do porto de Liverpool mostraram sua vontade através de sua brilhante greve de duas semanas, iniciada em 19 de setembro. Enquanto isso, os sindicatos do setor público PCS, NEU e UCU iniciam seus processos de aprovação da greve. Todas as questões dos vários setores estão ligadas entre si, a crise inflacionária. As greves estão vencendo onde os trabalhadores demonstram determinação através de greves por tempo indeterminado e ações de greve regulares com muita solidariedade da população.

Os piquetes que a ISL visitou concordam que há uma necessidade de ir mais longe. Todos os setores sindicais devem discutir a necessidade de uma greve coordenada. Os ferroviários, os trabalhadores dos correios e os estivadores o fazem – todo sindicato pode fazer isso. Em outubro, a base pode construir uma campanha por greves de massa unificadas de todos os sindicatos em conjunto com os bairros operários e exigir que o Congresso do TUC convoque uma greve geral a partir do dia 18 de outubro.

Sindicatos: protestem no Congresso do TUC e exijam uma greve geral!

Se o TUC não a convocar, todos os sindicatos de luta precisam organizar reuniões intersindicais através dos TUCs regionais, criar comitês de greve e exigir que o TUC faça a convocação para uma ação unificada total.

Com o inverno e mais dificuldades iminentes, a luta de massas e uma greve geral são essenciais para evitar que as pessoas morram de frio e fome. Truss e seus pares não se importam; temos que nos defender.

O Partido Trabalhista

Os presentes na conferência do Partido Trabalhista balançaram a Union Jack (nome popular da bandeira do Reino Unido) e cantaram Deus salve o Rei (o hino nacional britânico), tentando convencer o capitalismo de que eles podem lidar com a crise capitalista contra os trabalhadores. Em seu discurso na conferência, o presidente do partido, Keir Starmer, citou Tony Blair, mostrando sua disposição de restabelecer a era Blairista, em um novo período de luta de classes e de crise.

Os líderes sindicais que querem conviver com Starmer e manter a filiação de seus sindicatos ao Partido Trabalhista não fazem avançar a causa dos trabalhadores. Sharon Graham, a secretária-geral do sindicato Unite, disse: “Somos afiliados ao Partido Trabalhista porque o acordo é que defendemos os trabalhadores no local de trabalho e eles defendem-nos no Parlamento” [1], mas parece que Starmer não conhece esse acordo. Starmer demitiu Sam Tarry, o ministro dos transportes do gabinete sombra [2] depois que ele se juntou aos trabalhadores ferroviários no piquete de greve em julho, enquanto o Unite paga mais de £1 milhão (cerca de R$ 6 milhões) por ano para o Partido Trabalhista.

O Unite realizou muitas greves onde que a crescente determinação dos trabalhadores levou à vitória. Essas vitórias são feitas pelos trabalhadores em greve, não pelo Partido Trabalhista, que recebe uma fortuna dos sindicatos afiliados para ser contra as greves.

É necessário construir um novo partido operário de massas com base nas lutas sindicais, e nos trabalhadores negros e imigrantes que lutam por seus direitos. O trabalhismo não é e não se tornará um partido de trabalhadores.

Derrotar o ataque do novo governo Conservador aos sindicatos

Recentemente, o chanceler Kwasi Kwarteng anunciou planos para atacar a capacidade de greve dos trabalhadores. Ele quer mudar a lei para que seja mantido um nível mínimo de serviço nas ferrovias e para que os sindicatos sejam obrigados a levar as contrapropostas patronais ao voto dos membros antes que uma greve possa ir adiante. Ele também pretende tributar o pagamento aos grevistas [3].

Mas não seremos derrotados se estivermos unidos na luta e nas ruas. Nós podemos vencer.

Construir a solidariedade internacional

Os trabalhadores em toda a Europa também enfrentam um inverno de desespero. Na França, as centrais sindicais CGT e Solidaire realizaram uma greve geral no final de setembro. Outros sindicatos também estão em greve. Se isso acontece na França, pode acontecer aqui também.

Na França, como no Reino Unido, estamos vendo o início de uma longa onda de greves e mobilizações de rua. Construir a solidariedade operária entre a Grã-Bretanha, a França e outros países na luta contra a austeridade, a pobreza, a privatização, os baixos salários, a discriminação e as condições de trabalho é vital para o futuro da classe trabalhadora.

Saudamos os sindicatos internacionais de trabalhadores portuários e muitos outros que enviaram mensagens inspiradoras de solidariedade e aqueles que viajaram para o Reino Unido para participar dos piquetes de greve. Saudamos as seções da Liga Internacional dos Trabalhadores – Quarta Internacional, e seus combatentes sindicais da classe trabalhadora em todo o mundo – condutores de ônibus, maquinistas de trem, trabalhadores de aeroportos, trabalhadores metalúrgicos e químicos, professores, trabalhadores precários e de plantações de abacaxi e muitos outros da Argentina, Brasil, Chile, Itália, Espanha e Colômbia. Eles reconhecem que enfrentamos os mesmos ataques e enviam mensagens inspiradoras para os grevistas daqui.

Um programa de ação para a vitória

O declínio histórico do capitalismo britânico significa para Truss e o capitalismo a necessidade de atacar os direitos dos trabalhadores, manter os baixos salários e aposentadorias e minimizar o apoio da previdência social. Todos os trabalhadores estão enfrentando um declínio significativo em seu padrão de vida, e muitos agora vivem na pobreza alimentar e de aquecimento. Enquanto isso, os gananciosos e super-ricos chafurdam em riqueza, “… saindo da Selfridges [uma rede de lojas de artigos de luxo]… com bolsas amarelas penduradas em seus braços… deram as boas-vindas ao mini-orçamento da Kwasi Kwteng… terão mais dinheiro para gastar”. (Guardian 24/09/22).

Temos que remover os alicerces de sua riqueza no Reino Unido. As indústrias estatais foram entregues ao mercado privado para serem controladas por multinacionais da Grã-Bretanha e de outros países. Podemos construir um ousado programa de ação de classe unindo sindicatos, diversidades e bairros, um movimento de classe que pode derrotar o governo. Precisamos nacionalizar as principais indústrias sem compensação, ter um NHS [serviço público de saúde, similar ao SUS no Brasil] e sistema educacional gratuitos e totalmente financiados pelo governo, – não para entregar o controle a um estado capitalista, mas sob o controle dos trabalhadores, o que proporcionará uma economia que beneficie a maioria da população e não os super-ricos. Precisamos nos levantar e lutar por um governo operário que possa eliminar a pobreza e a fome.

Junte-se à Liga Socialista Internacional para nos ajudar a construir o partido dos trabalhadores internacionalista, revolucionário e socialista de que precisamos.

Os sindicatos devem coordenar as greves conjuntas!

Exijam que o Congresso do TUC organize uma greve geral!

Notas:

[1] – https://www.bbc.co.uk/news/uk-politics-63007287

[2] – O partido de oposição mais forte no Parlamento britânico tem o direito de indicar um “gabinete sombra” para elaborar uma política de governo da oposição e debater com os ministros do governo.

[3] – Na tradição sindical britânica, os trabalhadores em greve recebem “salários” dos sindicatos, que não são tributados como os salários pagos pelas empresas.

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