qua jul 24, 2024
quarta-feira, julho 24, 2024

Massacre em Melilla! Exigimos justiça e reparação para as vítimas e as suas famílias!

Na alvorada da sexta-feira passada os corpos policiais fronteiriços espanhóis e marroquinos realizaram uma operação conjunta para reprimir a entrada de 2 mil migrantes desarmados que se deslocavam conjuntamente para a fronteira no enclave espanhol de Melilla. O que se seguiu, como pode ser visto por várias redes sociais, foi mais uma vez a barbaridade a que largas proporções do mundo estão tão habituadas.

Por: Em Luta – Portugal

A atuação assassina das polícias, que encurralou migrantes junto às redes, com balas de borracha e pedras (!) ia deixando vítimas, enquanto o pânico gerado levou a outras tantas mortes por asfixia devido ao espezinhamento dos migrantes desesperados.

Imagens de largas dezenas de corpos amontoados, onde poucas pessoas agonizavam ainda com vida, enquanto as forças policiais marroquinas desferiram bastonadas em pessoas indefesas, incapazes sequer de se levantar, representam a farsa do conceito de direitos humanos no Capitalismo Imperialista! A confirmação do número de vítimas tem variado, indo de mais de três dezenas até 47 mortos confirmados.

A pouca repercussão deste massacre na mídia mostra a naturalização destes acontecimentos, transformando os meios de comunicação em cúmplices dos governos e estados assassinos.

Pedro Sánchez, um dos corresponsáveis deste massacre, e líder do governo espanhol, da aliança PSOE-Unidas Podemos, veio saudar (!) a intervenção das forças policiais espanholas, que permitiram às forças marroquinas operar em território do enclave espanhol (algo inédito) para que estas sujassem as mãos, enquanto as forças espanholas expulsavam os restantes migrantes do seu território.

O discurso profundamente racista e reacionário de Sánchez mostra o quanto o Capitalismo banaliza a vida dos trabalhadores, jovens, camponeses, negros e negras. Estas vidas são minadas pelo interesse esmagador das elites locais, que guerreiam entre si pelos favores do Imperialismo explorador, o mesmo que destrói o continente africano, onde em países como no Sudão do Sul as milícias são armadas pelos lucros do petróleo sangrento.

Por outro lado, esta deslocação massiva para fugir de guerras civis e da destruição dos seus modos de vida serviu para os que passaram a fronteira alimentarem as fileiras do trabalho do campo no Estado Espanhol, onde milhares de trabalhadores viviam em contentores insalubres em condições semiescravas. Os que chegam ao Estado Espanhol sobreviveram ao massacre que vimos ocorrer no Mediterrâneo na última década, onde morreram dezenas de milhares de imigrantes, número ao qual se somam as vítimas do massacre de Melilla.

Pelas suas palavras criminosas Pedro Sánchez revela-se como um inimigo declarado dos povos esmagados pelo sistema imperialista e pela sua divisão mundial do trabalho, que torna os africanos força de trabalho semiescrava descartável, enquanto enriquece os líderes burgueses ao preço da entrega das matérias-primas, pulmão das grandes corporações burguesas europeias, chinesas e norte-americanas.

É, para nós, inteiramente impossível compreender o sistema capitalista atual, sem desmascarar a submissão de um continente inteiro e o impacto que isso significa na exploração no mundo do trabalho, nas políticas fronteiriças, no crescimento do autoritarismo.

No Em Luta repudiamos por completo o Massacre de Melilla e os seus autores materiais, ideológicos e políticos. O nosso total repúdio aos governos espanhol e marroquino, assassinos de migrantes indefesos.

A Europa Fortaleza está manchada de sangue nas suas muralhas!

É preciso sair à luta pela responsabilização de todos os algozes!

É preciso destruir o Capitalismo, pai da barbárie que caracteriza o mundo atual!

 

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