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quinta-feira, outubro 31, 2024

Stalinismo e Pan-Africanismo – Parte III

Nos artigos anteriores demonstramos que, após Stalin e Dimitrov assumirem a direção da IIIa Internacional, a orientação dada aos partidos comunistas era de implementar a política que mais beneficiaria a burocracia governante da URSS.

Esta política, que teve como desdobramento o abandono da luta pela independência colonial na Ásia e África, também teve reflexos para a luta dos negros nos Estados Unidos, pelos direitos civis e humanos, que desde a época de Lenin era chamada como a “Questão Negra”. A partir da orientação stalinista o partido comunista dos Estados Unidos (PCUSA) passou a ser conhecido por seus vergonhosos zigue-zagues.

Por: Américo Gomes e Jasão Rodrigues

A influência bolchevique nos EUA

James P Cannon, membro fundador do Partido Comunista norte-americano, com o qual rompeu e fundou o SWP (Socialist Works Party) de linha trotskista, em 1959, escreveu “A Revolução Russa e o Movimento Negro Norte-Americano”, onde dizia que:

“As principais discussões sobre a questão do negro ocorreram em Moscou, e a nova forma de ver a questão foi elaborada lá. Já no Segundo Congresso da Comintern (Internacional Comunista), em 1920, “Os Negros na América” foi um ponto na ordem do dia e uma discussão preliminar sobre esta questão foi levada a cabo. As investigações históricas comprovarão decisivamente que a política do PC sobre a questão do negro recebeu seu primeiro impulso de Moscou, e também que todas as seguintes elaborações desta política, incluindo a adoção da palavra-de-ordem de “autodeterminação” em 1928, vieram de Moscou (…)

Ainda antes da Primeira Guerra Mundial e da Revolução Russa, Lenin e os bolcheviques se distinguiam de todas as outras tendências no movimento socialista e operário internacional por sua preocupação com os problemas das nações e minorias nacionais oprimidas, e seu apoio positivo às lutas destas pela liberdade, a independência e o direito da autodeterminação. Os bolcheviques davam este apoio a toda a “gente sem igualdade de direitos”, de uma forma sincera e honesta, mas não havia nada “filantrópico” nesta posição. Reconheciam também o grande potencial revolucionário na situação dos povos e nações oprimidos, e os viam como aliados importantes da classe operária internacional na luta revolucionária contra o capitalismo.”.

Lenin e os bolcheviques identificaram o movimento negro nos Estados Unidos como um grande aliado das revoluções coloniais, por isso influenciaram os comunistas norte-americanos a mudarem sua abordagem, a partir da década de 1920, nesta luta com o que passou a ser chamada a “Questão Negra”.

Com o fim da 1ª Guerra Mundial em 1919, os EUA atravessaram uma onda de greves e mobilizações que obrigou o governo estadunidense a lançar uma cruzada anticomunista e intensificar a violência contra os negros. Contudo, a resposta dos negros na forma de luta veio de imediato. Afinal, as coisas haviam mudado bastante no mundo com a vitória dos bolcheviques na Rússia em 1917, e haviam mudado muito nos EUA com uma grande migração de trabalhadores negros do Sul para o Norte durante a guerra e com o alistamento de mais 400 mil negros nas Forças Armadas estadunidenses e o posterior regresso desses soldados para o país.

A situação se tornava ainda mais ameaçadora para a burguesia estadunidense, na medida em que – conforme Cannon assinalara – revolucionários russos como Lenin e Trotsky orientavam os comunistas estadunidenses a travarem uma luta sem trégua contra o racismo que se abatia contra os negros, o que significava combater, inclusive, o racismo dos trabalhadores brancos americanos e irlandeses. O espectro do comunismo rondava os Estados Unidos e o governo temia que os negros, o setor mais explosivo e explorado do país, assumisse a frente desse movimento.

Os zigue-zagues stalinistas nos Estados Unidos

Mas isso mudou com a política de Stalin fundamentalmente na década de 1930. Em 1928, a política da Comintern[1] para os negros nos EUA era baseada na caracterização que eles eram uma “minoria nacional”, a partir daí passaram a defender que deveriam constituir um “Estado independente”, um desdobramento da política de “autodeterminação” defendida por Lenin. Naquilo que seria o “Cinturão Negro” ou “Black Belt”[2], uma faixa de território no Sul, conhecida por seu solo rico e escuro, que ia da Virginia até o Texas. A maioria dos negros não assumiram esta luta, pois estavam mais preocupados em conquistar direitos dentro da sociedade norte-americana.

Foi neste mesmo período que ocorreu o “grande êxodo”, com milhares de trabalhadores negros mudando para as áreas industrializadas do Norte, que precisavam de mão de obra. Ainda mais que no Sul imperava o racismo mais nefasto, imposto pela legislação Jim Crow e pelos linchamentos, com os negros sendo expulsos da terra e dos trabalhos. A burguesia norte-americana construiu um sistema de violência racial e segregação projetado para explorar negros e brancos, mas que atingia com especial brutalidade e de forma mais eficaz os negros no Sul do país.

Em virtude disso, na década de 1920, cerca de 1 milhão de afro-americanos deixaram o Sul. Entre 1916 e 1970, foram 6 milhões do Sul rural para as cidades do norte, centro-oeste e oeste. A população negra das principais cidades do norte cresceu em grandes porcentagens: Nova York (66%), Chicago (148%), Filadélfia (500%) e Detroit (611%).

Marcus Garvey

É neste contexto que o jamaicano Marcus Garvey construiu seu movimento e fez crescer sua Associação Universal para o Progresso do Negro e Liga das Comunidades Africanas (Universal Negro Improvement Association and African Communities League – UNIA). Fundada em 1914, a UNIA tornou-se a maior organização negra dos Estados Unidos na época, porém, assim como cresceu vertiginosamente, ruiu rapidamente.

Sob os lemas “Um Deus! Um Objetivo! Um Destino!” e “África para os africanos, em casa e no exterior!”, a UNIA chegou a ter mais de 1 milhão de membros afiliados, em cerca de mil sucursais espalhadas por mais de quarenta países. Através da UNIA, Garvey se autoproclamou “presidente provisório da África”.

No início, Garvey adotou posições simpáticas à Revolução Russa para angariar negros da classe trabalhadora e, depois, amadureceu o seu nacionalismo negro em concepções que redundaram na defesa da pureza racial de negros e no ódio ao marxismo e ao comunismo. Dentre os objetivos da UNIA estavam estabelecer uma Confraternidade Universal da raça negra, promover o orgulho e o amor e ajudar a civilizar as tribos atrasadas da África, para realizar esses objetivos, pasmem, Garvey buscava apoio de países europeus, notadamente a Inglaterra. É o que atesta a sua carta ao Secretário de Estado britânico para as colônias, de 16 de setembro de 1914, onde rogava a vitória do exército britânico na África e na Europa “contra os inimigos da paz e da futura civilização”, e finalizava desejando vida longa ao rei e ao império.

No livro Libertação Negra e o Socialismo, Ahmed Shawki conta que Garvey “começou a identificar os supremacistas brancos como os únicos amigos verdadeiros dos Negros, porque eles entendiam a necessidade da pureza racial”. Em 1937, Garvey deu uma entrevista dizendo que Mussolini e Hitler haviam copiado o programa político da sua Associação Universal para o Progresso do Negro, de um nacionalismo agressivo para o homem negro na África.

Garvey defendia a pureza racial negra e uma luta de negros contra brancos pura e simples porque ignorava completamente dois componentes fundamentais nessa equação: as classes sociais e o capitalismo. Mas Garvey ignorava conscientemente posto que, para ele “o capitalismo [era] necessário para o progresso do mundo, e aqueles que sem razão ou desenfreadamente se opõem a ele ou lutam contra ele são inimigos do avanço humano”. Assim, tornava-se o grande precursor dentro do movimento negro da defesa do capitalismo, o mesmo sistema econômico responsável por sequestrar, traficar, escravizar, torturar e assassinar nossos antepassados negros vindos da África.

Mas, apesar do apoio massivo que recebeu, para a maioria dos negros esta proposta era vista como segregacionista, pois não combatia a segregação branca, e de certa maneira alivia a burguesia branca dominante das reivindicações da maioria da população negra. Ao mesmo tempo em que apresentava a utopia que os negros poderiam ter condições de vida satisfatória dentro do sistema capitalista e inclusive se enriquecer.

George Padmore levanta a hipótese de que o stalinismo apresentou a política do “Black Belt” somente para a disputa da vanguarda com Garvey e seu “Back to Africa”, apresentando em contraposição uma “Black Republic” ali mesmo, dentro dos Estados Unidos, mas que não tinha a ver com a realidade dos negros. Para ele foi uma teoria elaborada para justificar a fórmula stalinista, sendo imposta ao partido norte-americano.[3]

No início da década de 1930 o aumento da crise econômica e do desemprego, que chegou a 30% oficialmente, mas que entre os negros, em algumas cidades, chegava a 40% e até mais de 50%, fez com que os comunistas abandonassem a política do Cinturão Negro e assumissem a luta por direitos civis, trabalhistas e humanos, contra o terror de Estado branco e pelo fim dos linchamentos. Em unidade de ação, passaram a realizar manifestações com a Associação Nacional para o Avanço das Pessoas de Cor (NAACP), que era mais conservadora e pré-capitalista. Atos que muitas vezes desembocaram em enfrentamentos com a polícia e com os membros da KKK, com os manifestantes se autodefendendo.[4]

As greves deram um salto em 1934 e tiveram seu pico em 1937. Com elas, houve um crescimento da organização sindical, que triplicou em adesão entre 1934 e 1938. Os trabalhadores negros eram uma parte significativa deste processo, particularmente entre os mineiros, siderúrgicos e estivadores, forçados a assumirem os piores trabalhos com os salários mais baixos. Formaram-se organizações de desempregados que realizaram ações em defesa do emprego, mas também em defesa dos inquilinos contra os despejados e manifestações pelo seguro-desemprego. O Partido Comunista participou de todo este processo de mobilização e reorganização em constante oposição ao governo norte-americano e com isso teve um crescimento importante.

O PCUSA formou a “Liga de Luta pelos Direitos dos Negros”[5], que ganhou notoriedade na luta dos “Scottsboro Boys” (nove homens negros condenados à morte, em 1931, acusados de um estupro, que não cometeram, no Alabama). Enquanto o NAACP, intimidado, permaneceu inicialmente distante em relação ao caso, mas depois tentou assumi-lo, com uma abordagem mais moderada. Junto com isso, os comunistas faziam campanha antilinchamento, defesa dos direitos civis contra a brutalidade policial e a legislação Jim Crow, associados à Defesa Internacional do Trabalho[6]  (ILD)[7], também organizavam esquadrões de autodefesa negra, com ex-militares.

Mas, desde 1933, quando o presidente Franklin Delano Roosevelt reconheceu a União Soviética – mesmo ano da vitória de Hitler nas eleições na Alemanha – os stalinistas norte-americanos amenizaram suas críticas a Roosevelt e os democratas de maneira geral e, na Questão Negra, em particular.[8]

Agora, o PCUSA passava a priorizar as alianças com os supostos burgueses progressistas. Nos Estados Unidos, apoiaram o New Deal. E Roosevelt, que era considerado um “social-fascista”, em um dia, passou a ser o “mais destacado antifascista dentro das democracias capitalistas”, no outro. Earl Browder[9] chegou a declarar que ele foi o presidente que mais “aplicou os direitos dos negros”. Ao mesmo tempo em que o Partido Democrata se recusava a apoiar uma legislação contra os linchamentos ou acabar com a Jim Crow[10].

Do ponto de vista sindical, o PCUSA se aliou a Robert Lewis e à burocracia do CIO, aceitando que alguns sindicatos não incluíssem cláusulas contra a discriminação racial. Ao mesmo tempo, o PCUSA começou a dissolver suas facções dentro do UAW e a abandonar seu papel de liderança, para ficar categórico que estava alinhado com o New Deal. Em 1936 apoiou, por meio da Liga Não Partidária do Trabalho (LNPL), a reeleição de Roosevelt. Enquanto Lewis e os democratas desenvolviam uma política que servia para destruir qualquer possibilidade de construção de um partido trabalhista independente, que unificasse as organizações que estavam surgindo em vários estados do meio-oeste e em cidades industriais do Norte. Além disso, o PCUSA desistiu de qualquer propaganda independente do socialismo revolucionário e, mais ainda, abandonou qualquer crítica aberta aos seus aliados “capitalistas democráticos”. “A Plataforma Eleitoral Comunista, 1936” abandonou completamente, e sem qualquer explicação, a caracterização de que Roosevelt era um “protofascista”.

A seguir, dissolveram a “Liga de Luta pelos Direitos dos Negros” (LSNR) sumariamente, ela que foi a principal organização de direitos civis do partido na luta pelos direitos dos negros. Seus membros foram obrigados a se juntar à conservadora NAACP, que priorizava as movimentações de superestruturas e conseguir algumas reformas.

Seus zigue-zagues não pararam aí e desmoralizaram a militância e reduziram a influência da organização.

Como substituta da LSNR, os stalinistas formaram o Congresso Nacional Negro (NNC), com uma formação menos proletária e principalmente baseada em funcionários sindicais, intelectuais e políticos negros, e com seu centro em fazer lobby e pressão no Congresso por novas leis.

Quando em 1939 é assinado o pacto entre Hitler e Stalin, o Tratado de Molotov-Ribertrop, o PCUSA muda novamente de posição, passa à oposição a Roosevelt, denuncia a “guerra Inter imperialista”, propõem ao povo negro ficar fora deste conflito, com o NNC exigindo ainda que o governo norte-americano não ajudasse os países que resistiam aos ataques nazistas.[11]

A seguir, quando Hitler invade a URSS, em junho de 1941, o NNC abandona sua campanha antiguerra e chama os trabalhadores negros a apoiarem a Rússia, se somando ao exército e ao esforço de guerra.

Seu apoio ao esforço de guerra incluía não fazer greves em tempo de guerra ou oposição a qualquer coisa que comprometesse a unidade antifascista dentro dos Estados Unidos. A tal ponto que, quando Philip Randolph, um sindicalista reformista negro, A.J Muste e Bayard Rustin chamaram uma marcha em Washington em 1941, com o objetivo de reforçar a luta dos trabalhadores negros e conquistar algumas reivindicações trabalhistas, o PCUSA foi contra e atacou seus organizadores.

As principais reivindicações da Marcha eram o fim da segregação nas forças armadas e igualdade de acesso a empregos na indústria de defesa nacional para homens e mulheres negros que habitualmente eram negados.

Mas, logo a seguir, junto com o mesmo Randolph, saudaram e apoiaram a Ordem 8802 decretada por Roosevelt, para incrementar a produção fabril. Saudando-a como responsável por banir “a discriminação nas indústrias de defesa”. Enquanto Randolph era denunciado pelos sindicalistas mais combativos por tê-la desmarcada, somente com o aceno da proposta do governo e exigiam que fosse mantida para se conseguir melhores condições de trabalho e salários aí altos.

Bayard Rustin, um dirigente político negro fascinante do movimento nos Estados Unidos, fundador do Congresso pela Igualdade Racial (CORE[12]), que por ser homossexual assumido foi discriminado e sempre trabalhou nos bastidores, foi membro da Liga Jovem Comunista “devido ao fato de que os comunistas eram praticamente o único partido político na década de 1930 a se opor totalmente à segregação”[13]. Mas deixou o partido em junho de 1941, depois que a invasão nazista da União Soviética levou o partido, em nome de construir a oposição ao fascismo, a abandonar a luta pelas questões de justiça racial. Durante a guerra ele foi preso por se recusar a comparecer perante a junta de alistamento como objetor de consciência, cumprindo 26 meses de prisão. Dentro da prisão realizou protestos contra a segregação e homofobia. Depois de ser solto voltou à prisão outra vezes, por lutar contra o domínio colonial na Índia e África.[14]

Além disso, o PCUSA apoiou a ordem executiva 9066 de Roosevelt, assinada em janeiro de 1942, que dava plenos poderes ao Exército contra “os estrangeiros inimigos” e que resultou na prisão de milhares de trabalhadores japoneses e asiáticos em campos de concentração nos Estados Unidos.

Seguindo o apoio a Roosevelt, o PCUSA apoiou a proposta de, em 1944, militarizar alguns locais de trabalho, mas recuaram quando o resto do conselho executivo do CIO reagiu furiosamente à medida. No final da guerra, seguindo os passos de Stálin que ordenara a dissolução da III Internacional em 1943, como sinal de boa vontade com o imperialismo europeu e estadunidense, o PCUSA dissolveu o Congresso Nacional Negro, em 1947.

O Partido Democrata e o New Deal não cumpriram um papel progressivo. E nem Roosevelt, quando assumiu a presidência, em 1933, era um reformador social. Os democratas eram o principal partido dos proprietários de escravos do sul e dos especuladores de terras e transportes do norte, tentando assumir outra fachada, para ganhar eleições no Norte, enquanto no Sul, continuaram sendo o partido dos fazendeiros, da segregação racial, dos linchamentos e da lei “Jim Crow”.

No entanto o apoio dos stalinistas ao Partido Democrata ajudou bastante a se manterem no poder em uma conturbada época nos Estados Unidos, isso foi feito porque eles subordinaram suas políticas nacionais e a luta pelas reivindicações dos trabalhadores e de todos os setores oprimidos, às necessidades da burocracia do Kremlin, uma política implementada pela Comintern em todo o mundo.

O que só reforça a conclusão de que os stalinistas do PCUS abandonaram a “Questão Negra” e a luta pelos direitos dos negros norte-americanos a serviço dos interesses da burocracia soviética.

[1] Já sob controle de Stalin, neste momento com teoria-política do “Terceiro Período”.

[2] Cinturão Negro

[3] “This was marxista sociology tirned upside down” in “Pan-africanism or communism ¿” (p 306)

[4] Howe, I., and Coser, L., The American Communist Party: A Critical History (New York: Da Capo Press, 1974). PDF

[5] League of Struggle for Negro Rights

[6] International Labor Defense

[7] Seção americana da rede de Ajuda Vermelha Internacional, que havia defendido Sacco e Vanzetti na década de 1920.

[8] George Padmore, Pan-Africanism or Communism?

[9] Secretário Geral do CPUSA

[10] Durante o regime de Roosevelt, as células do PC estavam bem “entrincheiradas” em todas as organizações governamentais de emprego e assistência social criadas sob o programa New Deal in Gerog Padmore “Pan-africanism or communism? (p 307)

[11]             Georg Padmore, Pan-Africanism or Communism?

[12] Uma organização pacifista defensora dos direitos ivis dos negros

[13]John D’Emilio em sua biografia, “Lost Prophet: The life and times of bayard Rustin”.

[14] De acordo com o portal “Black Past” Bayard foi preso cerca de 23 vezes ao longo da vida. (blackpast.org/african-american-history/Rustin-Bayard)

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