Diante do desastre ecológico em Ventanilla: prisão aos responsáveis pelo derramamento!
Fora a REPSOL! Expropriar La Pampilla[1] para remediar o desastre ambiental! O derramamento de petróleo é responsabilidade da REPSOL e do modelo econômico neoliberal mantido por Castillo.
Por: PST – Peru
Os mais de 6 mil barris de petróleo derramados nas praias de Ventanilla pela Repsol causaram graves danos ao ecossistema marinho. O impacto é tão grande que alguns especialistas preveem que pode levar mais de uma década para concluir a limpeza do mar e das costas.
A mancha de petróleo hoje se estende ao norte até Chancay, afetando praias e áreas protegidas. E a maré de petróleo continua avançando rumo ao norte, afetando, também a economia de toda essa região.
Quem é responsável?
É evidente que a Repsol é a principal responsável pelo derramamento. Daí a indignação causada pelas cínicas declarações da empresa, que a todo o momento tenta lavar as mãos diante do desastre.
A Repsol (transnacional espanhola) assumiu a refinaria de La Pampilla em 1996, em plena ditadura de Fujimori, e garante que suas instalações são de primeiro nível no país. Refina 117 mil barris de petróleo por dia.
No entanto, os fatos mostram que a forma como a Repsol trabalha nada tem a ver com o «primeiro nível» que declara. Nem sequer mostrou a capacidade de tomar medidas imediatas diante do derramamento.
Mas a Repsol não poderia funcionar desta maneira se não fosse pelo fato de atuar sob a proteção de um plano econômico neoliberal, que além de ter tornado a economia de nosso país refém do investimento estrangeiro, liberou tudo o que estava em mãos do Estado ao ponto deste não poder exercer qualquer controle sobre a atividade das referidas empresas.
O Plano econômico que continua sob o governo de Pedro Castillo, e que tem como «travas», além da Constituição da ditadura, Julio Velarde, presidente do Banco Central de Reserva do Peru – BCRP, e Pedro Francke no Ministério da Economia e Finanças – MEF.
É necessária uma grande luta nacional, para acabar com os saques e os danos ao nosso meio ambiente.
Para a classe trabalhadora e o povo, a única forma de garantir uma ação urgente e a reparação dos danos causados é que a Repsol pague imediatamente por essas ações, obrigando-a a colocar todos os seus recursos ao serviço da reparação efetiva das áreas atingidas.
Mas, além disso, e como próximo passo, é preciso recuperar La Pampilla, expropriá-la, para que esses mesmos recursos sejam explorados de forma racional e segura, ao mesmo tempo em que sua renda seja enviada direto aos cofres do Estado. E para que os corruptos de sempre não façam o que bem quiserem com esse negócio, a empresa deve ser colocada sob o controle de seus trabalhadores e trabalhadoras.
No entanto, Castillo, que falava de expropriar quando era candidato, agora fica em silêncio. “Pede” que a Repsol que se responsabilize como quem pede ao ladrão que, por favor, lhe devolva seu dinheiro.
Hoje está nas mãos da classe trabalhadora e do povo fazer desta tragédia um ponto de apoio para se levantar em uma grande luta nacional para exigir que se recupere La Pampilla, e depois dela, nossos recursos de petróleo, gás (Camisea[2]) e mineração, hoje nas mãos das grandes empresas, em sua maioria estrangeira, que só se importam em enriquecer, à custa de nossa pobreza, nossa saúde, e a destruição do meio ambiente, sua riqueza e diversidade.
- RECUPERAR NOSSOS RECURSOS E COLOCÁ-LOS A SERVIÇO DAS NECESSIDADES OPERÁRIAS E POPULARES, EXPLORÁ-LOS RACIONALMENTE, E GARANTIR A RECUPERAÇÃO AMBIENTAL!
[1] La Pampilla, principal refinaria do país de propriedade da espanhola Repsol, localizada em Ventanilla, município de Callao, região portuária próximo de Lima, ndt;
[2] Camisea é o mega campo de gás mais importante do Peru e um dos mais representativos da América Latina. É um consórcio formado pela Pluspetrol, Hunt Oil, SK Innovation, Tecpetrol, Repsol e Sonatrach, produzindo gás natural e condensado, ndt;