qui jul 25, 2024
quinta-feira, julho 25, 2024

Marcha nacional dos imigrantes indocumentados na França: um novo ponto alto nas mobilizações contra o racismo e a exploração

Uma dinâmica promissora e uma organização eficiente:
Em 17 de outubro, as quatro “filiais” do Sudeste, Nordeste, Norte e Oeste da Marcha Nacional dos Imigrantes indocumentados se reunirão em Paris para uma manifestação nacional na direção do Palácio do Eliseu, o lugar simbólico da presidência da República. A primeira „filial“ saiu com sucesso de Marselha em 19 de setembro. Os outros três, partindo de Estrasburgo, Le Havre e Rennes, começaram em 3 de outubro.

Por: Corresponde na França
Como referência aos coletes amarelos que chamaram os fins de semana em que realizavam mobilizações de “Atos” de uma história que só terminaria quando eles ganhassem, a Marcha chama esta manifestação de o „Ato 3“ de um movimento cujo Ato 1 começou em 30 de maio. Milhares de Imigrantes indocumentados tinham então se esforçado de romper a proibição das manifestações e exigir o reconhecimento de seu lugar na sociedade e seus direitos. No marco internacional das manifrestações que tinham como pano de fundo as mobilizações contra o racismo.

Particularmente realizadas por jovens, com dezenas de milhares de imigrantes indocumentados e apoiadores que se manifestaram em muitas cidades francesas em 20 de junho, que ser realizou como o Ato 2 de uma mobilização crescente.
Para o Ato 3, as marchas mobilizaram redes de apoio e imigrantes indocumentados em mais de 60 cidades ao longo do caminho, com várias manifestações e eventos planejados. No início, em Rennes, a chuva e o frio não amorteceram a energia dos imigrantes indocumentados e das redes de ativistas que se mobilizaram amplamente para organizar discursos e dar alta visibilidade em uma caminhada que acompanhou a partida para Saint Aubin, etapa do dia seguinte.
Fortes testemunhos relacionados com as apostas do período.
Os discursos e intercâmbios em Rennes destacaram as condições duras em que vivem os imigrantes indocumentados. A crise da Covid agravou ainda mais as injustiças, e o impulsiona a estar na linha de frente para garantir a entrega de alimentos, por exemplo.
Em caso de paradas de trabalho e demissões, os imigrantes indocumentados foram os mais afetados pelo desemprego nos trabalhos parciais e precarizados.
Quando não eram mantidos em Centros de Detenção Administrativa (CRA), freqüentemente estavam confinados a habitações precárias e insalubres. Os oradores na manifestação de saida de Rennes, incluindo Awa Gueye, irmã de Babacar Gueye, que foi morta por 5 balas por policiais da Brigada Anti-Crime em 2015, também colocaram essas injustiças em perspectiva, mencionando desigualdades estruturais mais profundas.
De fato, enquanto os imperialistas franceses saqueiam a África e continuam a apoiar regimes que condenam o povo ao exílio econômico e político, os mesmos imperialistas promovem a exploração dos exilados na França colocando-os “na linha de frente” e mantendo-os em condições de vida que não respeitam os direitos humanos básicos à moradia, à saúde, etc. Esses mesmos imperialistas também não hesitam em votar a favor de leis que aumentam a repressão policial a ponto de alguns se sentirem no direito de propor o restabelecimento, na prática, da pena de morte.
Perspectivas que nos lembram da necessidade de organizações revolucionárias
As perspectivas políticas mencionadas acima fazem lembrar as dos Coletes Negros (imigrantes africanos que se manifestaram na mesma época que os Coletes Amarelos) e mostram mais uma vez o forte valor político dos componentes do movimento anti-racista de hoje.
Não há mais a questão de um antirracismo moral que seja resolvido com propostas reformistas.
Em escala ainda pequena, mas crescente, a articulação entre a afirmação de direitos e a denúncia dos mecanismos responsáveis pelo exílio, exploração e repressão exige o desenvolvimento de organizações internacionais capazes de propor iniciativas de solidariedade e de luta contra o imperialismo em escala internacional.
Por enquanto, seria desejável, por exemplo, que o movimento de Imigrantes indocumentados se ligasse aos jovens que se manifestaram maciçamente contra o racismo e a violência policial após a morte de Georges Floyd. Os vínculos com os trabalhadores imigrantes precários ou com aqueles de origem imigrante também foram mencionados por Awa Gueye durante seu discurso, e os vínculos com as lutas no mundo do trabalho também serão um problema que deve ser resolvido nos próximos atos e mobilizações anti-racistas.
Vamos também nos mobilizar para que a Lei 3 vença por suas próprias exigências: garantindo a regularização de todos os imigrantes indocumentados, fechamento dos centros de detenção e alojamento para todos!
Para se manter informado:
*https://blogs.mediapart.fr/marche-des-solidarites
*https://www.facebook.com/marche17mars/

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